sábado, 31 de dezembro de 2011

Feliz Ano Novo!!!


"São nos pequenos gestos e atitudes do nosso dia-a-dia que devemos
proporcionar o mínimo de alegria e compreensão a todos que nos cercam. "

Próspero Ano Novo

São sinceros votos do
Equipe IPAGE

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Jogador Deco participa do projeto “craque que é craque não usa crack”

Jogador Deco participa do projeto “craque que é craque não usa crack”


O jogador Deco do Fluminense participou do XXIX Congresso Brasileiro de Psiquiatria e aderiu a campanha “Craque que é craque não usa crak”.

Ao lado do presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria, ele distribuiu autógrafos e ainda vestiu a camiseta da campanha.

O objetivo da campanha é alertar a sociedade sobre os males causados pelo crack e dependência química.

http://www.recupperar.com.br/jogador-deco-participa-do-projeto-%E2%80%9Ccraque-que-e-craque-nao-usa-crack%E2%80%9D/

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Estudo liga falha genética no cérebro a déficit de atenção

Mente


Estudo liga falha genética no cérebro a déficit de atenção


Pesquisa abre caminho para desenvolver novos tratamentos para problema

O TDAH é uma desordem psiquiátrica comum, mas complexa, com sintomas como desatenção, comportamento impulsivo e hiperatividade (Polka Dot/Thinkstock)

Um estudo americano relaciona a descoberta de alterações em genes específicos envolvidos em importantes vias de sinalização do cérebro ao transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Publicado na versão on-line do periódico Nature Genetics, o levantamento abre portas para o desenvolvimento de drogas que possam agir especificamente nessas vias -- oferecendo, assim, novas opções de tratamento para o problema.

O TDAH é uma desordem psiquiátrica comum, mas complexa, com ocorrência estimada em 7% das crianças em idade escolar e em uma porcentagem pequena nos adultos. Existem diferentes subtipos de TDAH, com sintomas como desatenção, comportamento impulsivo e hiperatividade. Suas causas ainda são desconhecidas, mas o transtorno tende a permanecer na família e, acredita-se, que seja influenciado pela interação de diversos genes. O tratamento medicamentoso nem sempre é eficaz, particularmente em casos mais graves.

Variação genética - “Ao menos 10% dos pacientes com TDAH da nossa amostra têm essa variação genética”, diz Hakon Hakonarson, coordenador do estudo e diretor do Centro de Genética Aplicada do Hospital da Criança da Filadélfia. “Os genes envolvidos afetam o sistema de neurotransmissores do cérebro implicados no TDAH. Agora temos uma explicação genética para essa ligação, que se aplica a um subconjunto de crianças com a desordem.”

A equipe de pesquisadores fez uma análise do genoma inteiro de 1.000 crianças com TDAH recrutadas no Hospital da Criança da Filadélfia, comparadas com 4.100 crianças sem a desordem. Os pesquisadores procuraram por variações no número de cópia (CNVs), que são deleções ou duplicações da sequência de DNA. Em seguida, eles avaliaram os resultados iniciais em vários grupos independentes, que incluíam perto de 2.500 casos com TDAH e 9.200 sujeitos de controle.

Entre esses grupos, os pesquisadores identificaram quatro genes com um número alto significativo de CNVs em crianças com TDAH. Todos os genes eram membros da família de genes receptores de glutamato, com o resultado mais forte no gene GMR5. O glutamato é um neurotransmissor, uma proteína que transmite sinais entre neurônios no cérebro. “Membros da família de genes GMR, juntamente com os genes com que interagem, afetam a transmissão nervosa, a formação de neurônios e as interconexões no cérebro. Então, o fato de que crianças com TDAH são mais suscetíveis a terem alterações nesses genes reforçam as evidências de que o GMR é importante no TDAH”, diz Hakonarson.

Sintomas - Confira abaixo oito sintomas que, quando aparecem com frequência e em mais de um ambiente (escola e casa, por exemplo), podem servir como um alerta de que chegou a hora de procurar ajuda profissional.

Distração

As crianças com TDAH perdem facilmente o foco das atividades quando há algum estímulo do ambiente externo, como barulhos ou movimentações. Elas também se perdem em pensamentos “internos” e chegam a dar a impressão de serem “avoadas”. Essas distrações podem prejudicar o aprendizado, levando o aluno a ter um desempenho muito abaixo do esperado.

Perda de objetos

Perder coisas necessárias para as tarefas e atividades, tais como brinquedos, obrigações escolares, lápis, livros ou ferramentas, é quase uma rotina. A criança chega a perder o mesmo objeto diversas vezes e esquece rapidamente do que lhe é dado.

Lição escolar

Impaciente, não consegue manter a atenção por muito tempo. Por isso tem dificuldade em terminar a tarefa escolar, pois não consegue se manter concentrada do começo ao fim, e acaba se levantando, andando pela casa, brincando com o irmão, fazendo desenhos...

Movimentação constante

Traço típico da hiperatividade, é comum que mãos e pés estejam sempre em movimento, já que ficar parado é praticamente impossível. A criança acaba se levantando toda hora na sala de aula e costuma subir em móveis e em situações nas quais isso é inapropriado. Para os pais, é como se o filho estivesse “ligado na tomada”.

Passeios e brincadeiras

Existe grande dificuldade em participar de atividades calmas e em silêncio, mesmo quando elas são prazerosas. Em vez disso, preferem brincadeiras nas quais possam correr e gritar à vontade. Por isso costumam ser vetados de algumas festas de aniversário ou passeios escolares.

Paciência

Tendem a ser impulsivas e não conseguem esperar pela sua vez em filas de espera em lojas, cinema ou mesmo para brincar. É comum ainda que não esperem pelo fim da pergunta para darem uma resposta e que cheguem a interromper outras pessoas.

Desatenção

Distraída e sem conseguir prestar atenção na conversa, dificilmente consegue se lembrar de um pedido dos pais ou mesmo de uma regra da casa. A sensação que se tem é a de que ela vive “ no mundo da lua”. É comum, portanto, que os pais acabem repetindo inúmeras vezes a mesma coisa para a criança, que nunca se lembra do que foi dito.

mpulsividade



A criança com TDAH não tem paciência nem para concluir um pensamento. Assim, ela acaba agindo sem pensar e chega a ser impulsiva e explosiva em alguns momentos. Os rompantes podem ser vistos, por exemplo, durante brincadeiras com os demais colegas que culminem em brigas ou discussões.

* Fontes: Maria Conceição do Rosário, psiquiatra e professora do Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e do Child Study Center, da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, e Thiago Strahler Rivero, psicólogo do Departamento de Psicobiologia do Centro Paulista de Neuropsicologia da Unifesp.

http://veja.abril.com.br/noticia/saude/estudo-aponta-falha-genetica-no-cerebro-de-pessoas-com-deficit-de-atencao

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Resposta ao programa Mais Você

Resposta ao programa Mais Você


Senhor editor,

O programa Mais Você desta segunda-feira (28/11) trouxe duas matérias e uma entrevista com o neurologista Eduardo Mutarelli. Surpreendeu-nos negativamente, assim como toda a comunidade medica que representamos, a discussão que colocou em dúvida a existência do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).

Tendo em vista a condução equivocada do programa, fazemos as seguintes considerações, já ratificadas por psiquiatras de todo o país:

1. O que hoje chamamos de TDAH é descrito por médicos desde o século XVIII (Alexander Crichton, em 1798), muito antes de existir qualquer tratamento medicamentoso. No inicio do século XX, um artigo científico publicado numa das mais respeitadas revistas médicas até hoje, The Lancet, escrita por George Still (1902), descreve a TDAH. Essa descrição é quase idêntica a encontrada nos atuais manuais de diagnóstico, como o DSM-IV da Associação Americana de Psiquiatria.

2. Os sintomas que compõem o TDAH são observados em diferentes culturas: no Brasil, nos EUA, na Índia, na China, na Nova Zelândia, no Canadá, em Israel, na Inglaterra, na África do Sul, no Irã etc.

3. O TDAH é reconhecido pela Organização Mundial de Saúde como transtorno mental e está listado na Classificação Internacional de Doenças (CID). E, como afirmou uma das matérias veiculadas em seu programa, segundo a OMS, 4% dos adultos e 8% das crianças e adolescentes de todo o mundo sofrem de TDAH.

4. Mais de duzentos artigos científicos já foram publicados demonstrando alterações no funcionamento cerebral de portadores de TDAH. Ressalte-se que os achados mais recentes e contundentes são oriundos de centros de pesquisa como o National Institute of Mental Health dos EUA.

5. Todo e qualquer tipo de medicação, principalmente os dispensados por prescrição médica, possuem contraindicação. Entretanto, são inegáveis os benefícios levados aos pacientes que realmente necessitam dela.

Diante do exposto, façamos uma reflexão. Se fosse uma doença “inventada” ou “mera consequência da vida moderna”, seria possível o TDAH atravessar mais de um século com a descrição dos mesmos sintomas? Se o TDAH fosse apenas “um jeito diferente de ser” e não um transtorno mental, por que os portadores, segundo pesquisas científicas, têm maior taxa de abandono escolar, reprovação, desemprego, divórcio e acidentes automobilísticos? Por que eles têm maior incidência de depressão, ansiedade e dependência de drogas? Se fosse tão somente um comportamento secundário ao modo como as crianças são educadas, ou ao seu meio sociocultural, como é possível que a descrição seja praticamente a mesma em regiões tão diferentes?

O fato inquestionável, senhor editor, é que o TDAH é um dos transtornos mais bem estudados da medicina e com mais evidências científicas que a maioria dos demais transtornos mentais.

Os pacientes e seus familiares merecem mais cuidado e atenção. É lamentável que um repórter se passe por um doente mental para escrever uma matéria e, ao final de uma semana sustentada por mentiras, se coloque na posição de aconselhar a quem quer que seja.

Imagine a gravidade da situação se esses pacientes, desinformados por essa matéria, param a medicação, tenham recaídas e venham a cometer atos graves. Quem será responsabilizado?

Ficamos imaginando os promotores da infância e adolescência e os conselheiros tutelares agindo em defesa desses pacientes.

Se houve, lamentamos os diagnósticos equivocados e o excesso de medicação informados por seu programa. Por outro lado, repudiamos toda e qualquer tentativa de se denegrir a atividade desempenhada pelo psiquiatra. Maus profissionais há em todos os lugares, inclusive entre os que, em vez de informar, prestam o curioso serviço de desinformar a população brasileira.

Com o intuito de colaborar e em função da importância do assunto, gostaríamos de ter resposta equivalente ao tempo que foi dado às discussões no programa desta segunda-feira. Sabemos que essa produção se pauta pelo interesse do cidadão e não se furtará a melhor esclarecer um assunto que é importante para milhares de pacientes, de norte a sul do país. Para tanto, colocamo-nos à disposição, assim como toda a grade de associados da ABP, para levar os esclarecimentos pertinentes. Lembramos também ser necessário ouvir as associações de familiares e pacientes com TDAH e mostrar a realidade vivenciada por eles.

Aproveitamos para convidar o senhor editor e toda a equipe do Mais Você para se engajarem na luta contra o preconceito que há em relação ao doente mental e ao psiquiatra. Pensando em como acabar com o estigma que paciente e médico carregam, a Associação Brasileira de Psiquiatria lançou a campanha “A Sociedade contra o Preconceito”, no último Congresso Brasileiro de Psiquiatria, no início de novembro. A campanha ganhou a adesão das atrizes Cássia Kiss Magro e Luíza Tomé, do locutor esportivo Luciano do Valle e dos escritores Ferreira Gullar e Ruy Castro. Pessoas que entendem a perversidade que é estigmatizar o doente mental porque passaram por isso, pessoalmente ou com familiares próximos.

Contamos com a sensibilidade do senhor editor e dos colaboradores do Mais Você para contribuir com o fim do preconceito e não alimentá-lo ainda mais.

Antônio Geraldo da Silva

Presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria

FONTE: http://abp.org.br/2011/medicos/archive/4195

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Epidemia de crack avança no país

Epidemia de crack avança no país


O Brasil vive uma epidemia de crack. A avaliação foi feita este mês pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Foi a primeira vez que um ministro de Estado admitiu o problema como epidemia.

Na mesma semana em que foi publicado o reconhecimento do ministro, um levantamento feito pela Confederação Nacional dos Municípios mostrou o tamanho do problema. Segundo a CNM, a droga está presente em mais de quatro mil cidades brasileiras. O estudo também revela que o crack já e droga mais consumida nas ruas do país e, no interior, o produto vem roubando o lugar da bebida alcoólica na preferência dos dependentes químicos.

Alheio às estimativas, o governo federal concentra o atendimento de dependentes químicos em apenas 268 Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas espalhados pelo país. E o mais alarmante é que somente três desses Centros – dois em São Paulo e um no Rio de Janeiro – atendem 24 horas por dia.

“Espera-se que, agora que o ministro finalmente reconheceu que vivemos uma epidemia de crack, sejam tomadas medidas mais eficazes para combater essa droga responsável pela desestruturação de famílias e pela degradação de seres humanos”, afirma Antônio Geraldo, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria.

Números – Trabalhando com estimativas, a Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados acredita existir hoje, no Brasil, 1,2 milhões dependentes de crack. Sub ou superestimado, esse é um mercado que movimenta milhões de reais por ano – seja do ponto de vista do traficante, seja do ponto de vista do gestor público, que tem impactos progressivos no sistema de saúde, segurança e seguridade social – e que merece atenção.
Segundo Antônio Geraldo, uma das medidas que precisam ser levadas à cabo é o mapeamento dos usuários, com o perfil, a quantidade e a localização das vítimas do crack. A partir disso, o governo deve começar a pensar e a implementar políticas públicas sérias, que visem à recuperação e a reinserção desses indivíduos na sociedade. Entre essas políticas, o presidente da ABP cita a necessidade de reestruturação dos Centros de Atenção Psicossocial.
FONTE: http://abp.org.br/2011/medicos/archive/4189

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

"Tchau, drogado, volta amanhã"


"Tchau, drogado, volta amanhã"

Até a presidente Dilma parece insatisfeita com o atendimento pífio que o Brasil dá aos dependentes de álcool e drogas. Por que insistir no fracasso?

Afirmar isso ou aquilo sobre o comportamento e a personalidade da presidente Dilma é arriscado. Até os iniciados no mundo da política (o que não é, absolutamente, o meu caso) sofrem para detectar quais são os traços autênticos de Dilma. Dizem que ela é austera. Dizem que tem pavio curto. Dizem que não economiza nas broncas.

Uma amostra das descomposturas que a presidente estaria passando nos ministros e nos colaboradores foi relatada pela jornalista Vera Magalhães na interessante reportagem publicada no domingo (13/11) pelo jornal Folha de S. Paulo. O que mais chamou minha atenção foi o seguinte trecho:
“A presidente comandava uma reunião com representantes de vários ministérios para discutir o lançamento de uma política de saúde para pessoas com deficiências. Quando um funcionário do Ministério da Saúde sugeriu uma sigla para identificar a nova política, Dilma cortou:

-- O quê? Você está me sugerindo mais uma sigla? Você sabe quantas siglas tem no Ministério da Saúde? – e se pôs a enumerar várias delas. Ao citar os CAPs-AD (Centros de Atenção Psicossocial Antidrogas), voltou-se para um ministro ao seu lado:

-- Você sabia que os CAPs-AD fecham às 18h? Você chega para o drogado e fala: “Drogado, são 18h. Tchau, drogado, volta amanhã!”

Finalmente alguém no governo federal parece ter percebido o absurdo que é a estrutura de atendimento aos dependentes de álcool e drogas no Brasil. Eles e suas famílias não são os únicos afetados. Toda a sociedade sofre. A política de saúde mental do Ministério da Saúde tem sérios problemas. O principal é estar baseada muito mais em ideologia e preconceito do que em medicina.

Se quem percebeu que o serviço está mal feito foi justamente quem manda na casa, a notícia é ótima. Pode ser um sinal de que as coisas finalmente podem começar a mudar. Para melhor.

Quem tem na família um dependente químico (de drogas ou álcool) ou um doente com depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia, transtorno obsessivo-compulsivo e outros problemas psiquiátricos sabe que essa estrutura de atendimento baseada nos CAPS não dá conta do problema. Por mais bem intencionados que os defensores desse modelo sejam.

A história é antiga. No final dos anos 80 ganhou força no Brasil um movimento chamado de luta antimanicomial ou de reforma psiquiátrica. Pregava a extinção dos manicômios, nos quais os pacientes eram abandonados, maltratados e submetidos a situações degradantes.

Ninguém pretende que esses horríveis depósitos de gente renasçam no Brasil. Mas é preciso reconhecer que dependentes de álcool e drogas e doentes psiquiátricos em estado grave podem precisar de internação. Os doentes (independentemente de sua condição social) merecem uma internação em hospital adequado, com atendimento psiquiátrico eficaz e a dignidade que todo sofredor merece.

As famílias dos pacientes enfrentam hoje uma enorme dificuldade para internar quem precisa. O poeta Ferreira Gullar, que teve dois filhos esquizofrênicos, denunciou a situação numa reportagem que foi capa de ÉPOCA.

Desde 1989, cerca de 70% dos leitos psiquiátricos do país foram fechados. O Ministério da Saúde investiu nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Nesses locais, o paciente recebe medicação e acompanhamento semanal. A ideia é atendê-lo sem retirá-lo do convívio da família e da comunidade. Quando a situação do paciente complica, no entanto, os familiares não conseguem vaga num leito psiquiátrico em hospitais comuns.

Vários municípios discutem a internação compulsória de dependentes de crack, uma polêmica muito bem retratada pelos colegas Mariana Sanches, Matheus Paggi e Eduardo Zanelato nesta outra reportagem de capa. A pergunta que não quer calar é “internar onde?”

Em meio a uma verdadeira epidemia de crack, o Brasil dispõe de apenas 268 centros de atendimento de casos de álcool e drogas (CAPS-Ad). Eles funcionam apenas até as 18 horas. Só de segunda a sexta-feira.

O país inteiro tem apenas três (!!!) centros 24 horas, segundo o Ministério da Saúde. Um em Petrópolis (RJ) e dois em São Bernardo do Campo (SP). Pelo sistema de atendimento vigente no Brasil é preciso surtar em horário comercial. Não sei se a bronca de Dilma foi dirigida à pessoa certa, mas foi merecida.
O mais estranho nessa história toda é que o Ministério da Saúde parece não estar interessado em ouvir os psiquiatras. Procurei vários deles, a maioria especialista no tratamento de dependentes de álcool e drogas, para saber como receberam o comentário da presidente.

“A Dilma é muito inteligente. Se o problema chega até a presidente, ela consegue dar resolução”, afirma Antônio Geraldo da Silva, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria. “O problema é que ela está muito mal assessorada na área de saúde mental. Nos colocamos à disposição do Ministério da Saúde para ajudar a repensar o sistema e não fomos ouvidos”, diz.

CAPS são úteis, mas não podem ser o único recurso disponível. Sozinhos, esses centros não têm competência para prestar assistência adequada aos doentes. Fechar leitos psiquiátricos e abrir mais CAPS não resolve o problema. Sem nenhum demérito às equipes multiprofissionais que trabalham neles, esses centros deveriam ser recursos complementares. Por que o governo insiste no erro?

“Por um infantil viés ideológico, quem defende o modelo atual acredita que as dependências químicas são uma construção social e os dependentes são vítimas da injustiça social”, diz Marco Antonio Bessa, presidente da Sociedade Paranaense de Psiquiatra.

Na prática, a atual orientação da política de saúde mental brasileira sataniza a psiquiatria. Parte do pressuposto de que todos os psiquiatras estão mancomunados com a indústria farmacêutica e nega os avanços que essa área da medicina trouxe para a compreensão e tratamento de tantos males e aflições.

É claro que existem maus profissionais na psiquiatra -- como em qualquer outra área do conhecimento e do mercado de trabalho. É claro que a indústria tem interesses comerciais e seduz os médicos, a imprensa e o público. É claro que há exagero no diagnóstico e na medicação de “doenças” que, muitas vezes, são apenas a expressão de comportamentos fora do padrão esperado pela sociedade. Tudo isso existe e é grave.

O problema é o radicalismo. Negar os benefícios que a psiquiatria trouxe nas últimas décadas é tão grave quanto medicar e internar quem não precisa.

Diante da crise aberta pela dependência de drogas, o governo e a sociedade precisam ouvir os psiquiatras – mesmo que seja para discordar deles.

“Às vezes fico pensando que em breve as internações em UTIs, os choques para ressuscitação e as radioterapias também serão vistos como ações arbitrárias e violentas dos médicos – esses lacaios do biopoder a serviço da opressão e da exploração da humanidade”, diz Bessa.

O professor Ronaldo Laranjeira, da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), acha que a presidente precisa se informar melhor. “Se ela soubesse da missa a metade, ficaria ainda mais preocupada”, diz. “Até hoje o Ministério da Saúde não tem uma política assistencial em relação ao tratamento do crack. Nem mesmo para o alcoolismo existe um mínimo de padronização do que se deveria fazer”.

Segundo Laranjeira, os CAPS-Ad são caros e ineficientes. Cada centro custa, em média, R$ 200 mil. “Nunca conheci um CAPS que faça mais de mil atendimentos por mês. Portanto, cada consulta custa ao redor de R$ 200. A adesão ao tratamento é muito baixa e a eficácia do tratamento é absurda”, afirma.

Não se tem notícia de que algum dia o Ministério da Saúde tenha realizado uma avaliação de custo-benefício nesses locais. “Se fizesse, 90% deles teriam de ser fechados”.
Há quem acredite que na gestão Dilma a política vigente sobre drogas finalmente começa a ser questionada. Essa é a opinião de Analice Gigliotti, vice-presidente da Associação Psiquiátrica do Estado do Rio de Janeiro. “O comentário da presidente é absolutamente pertinente. Um dependente de drogas não escolhe a hora de querer se tratar. Não escolhe a hora de precisar de tratamento. Se pudesse escolher, não seria um dependente de drogas”.

Em vez de promover a abstinência de drogas, o objetivo dos CAPS-Ad é reduzir o consumo. É a ideia da redução de danos. “Isso é inadequado porque são muito poucos os dependentes que conseguem reduzir o uso. Eles voltam a usar drogas na mesma quantidade que usavam antes. Basta ver o que acontece com os fumantes que tentam reduzir a quantidade de cigarros. Não funciona”, diz Analice.

Durante três dias, tentei entrevistar um representante do Ministério da Saúde. Ninguém me atendeu. O governo sabe que a coisa vai mal. É bom saber que a presidenta também tomou consciência disso. Talvez esse seja o momento de reformar o que precisa ser reformado. Estou convencida de que não é a psiquiatria.

E você? O que acha do atendimento aos dependentes de álcool e drogas no Brasil? E do tratamento de doenças psiquiátricas? Gostou da bronca da presidente Dilma? Conte pra gente. Queremos ouvir a sua opinião.
CRISTIANE SEGATTO


Repórter especial, faz parte da equipe de ÉPOCA desde o lançamento da revista, em 1998. Escreve sobre medicina há 15 anos e ganhou mais de 10 prêmios nacionais de jornalismo. Para falar com ela, o e-mail de contato é:  cristianes@edglobo.com.br.

Época

http://revistaepoca.globo.com/Saude-e-bem-estar/noticia/2011/11/tchau-drogado-volta-amanha.html

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segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Senado aprova projeto que exige teor ZERO DE ÁLCOOL para motoristas

Senado aprova projeto que exige teor ZERO DE ÁLCOOL para motoristas


Senado aumenta para 16 anos de prisão a pena para quem dirigir embriagado. É o que determina projeto do senador Ricardo Ferraço, do PMDB, do Espírito Santo aprovado hoje pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado. A proposta modifica o Código de Trânsito Brasileiro para facilitar a punição e admitir novos indícios contra os infratores. O projeto torna crime a condução de veículos sob influência de “qualquer concentração de álcool ou substância psicoativa”, ou seja, a tolerância passa a ser zero com motoristas alcoolizados. Hoje, é permitido dirigir com até 6 decigramas de álcool por litro de sangue.Assim, além do teste do bafômetro, também passam a valer outras provas como vídeos, testemunhas e sinais de embriaguez. Duas decisões recentes, do Instituto Nacional do Seguro Social e do Supremo Tribunal Federal, apertaram o cerco contra quem dirige embriagado. O INSS passou a processar quem causa acidentes que resultem em indenizações para vítimas ou familiares. Já o Supremo considerou constitucional a Lei Seca, aprovada pelo Congresso há três anos, e decidiu que o motorista alcoolizado comete um crime, mesmo que não cause um acidente. Para o senador Ricardo Ferraço , o objetivo é acabar com a impunidade:

“É uma vitória da sociedade e uma maneira de acabar com o sentimento de impunidade que passou a vigorar depois que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) considerou que ninguém é obrigado a fornecer prova contra si, numa referência ao bafômetro.A Lei Seca reduziu a quantidade de acidentes no Brasil, mas o entendimento do STJ trouxe de volta o sentimento de impunidade, uma vez que desobrigou os motoristas de soprarem o bafômetro. Com o novo texto da Lei, ficam criadas outras formas de incriminar os motoristas que dirigirem embriagados, assim como aumenta as penalidades da lei. As pessoas terão de pensar duas vezes antes de dirigir embriagadas.”

Os senadores lembraram, durante a votação, que vários motoristas se recusam a fazer o teste do bafômetro alegando que não são obrigados a produzir provas contra eles mesmos, o que tornou a Lei Seca de pouco efeito. O projeto aprovado na CCJ, que torna a Lei Seca mais rigorosa, vai ser encaminhado para a Câmara dos Deputados.



VAMOS REPETIR: EM 7 DE NOVEMBRO, O PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSIQUIATRIA, ANTONIO GERALDO DA SILVA, DEFENDEU EXATAMENTE O QUE APROVARAM OS SENADORES HOJE:

“Para motoristas, a quantidade aceitável de álcool é zero, sem negociação ou índices mínimos.”

Foi em artigo publicado neste BLOG e no site da ABEAD-Associação Brasileira de Estudos de Álcool e Outras Drogas. Escreveu o presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria:

“Para motoristas, a quantidade aceitável de álcool é zero, sem negociação ou índices mínimos. Como entidade que pode e deve influenciar as políticas públicas de saúde, precisamos nos posicionar contra medidas como o patrocínio da indústria do álcool a atividades esportivas e eventos que reúnam jovens. Devemos exigir que as leis atuais que determinam a proibição de venda de bebidas alcoólicas em estádios de futebol sejam mantidas, mesmo que isso contrarie a posição da FIFA para a Copa do Mundo de 2014.”

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Combate ao 'bullying' pode desestimular violência nas escolas

BRASÍLIA - O combate ao bullying pode ser um passo fundamental para enfrentamento da violência escolar. O tema foi discutido nesta segunda-feira na Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado. A Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) promete lançar uma campanha nacional contra o mal, além de recomendar a criação de comitês anti-bullying nas escolas. A Sociedade de Psicanálise de Brasília (SPB) identifica o bullying como uma epidemia grave em avanço no mundo;
- Esta violência se dirige, especialmente, contra aqueles que ocupam lugar de autoridade, como os professores e, também, contra os que estão em uma situação de fragilidade [estudantes] - afirmou o presidente da SPB, Luciano Wagner Guimarães Lírio.

Apesar de considerar o conflito como algo inerente à condição humana, o psicanalista creditou a incapacidade de muitas crianças e jovens em lidar com a autoridade e frustrações pessoais à desestruturação familiar. E alertou ainda para o impulso que as drogas costumam dar a uma atitude transgressora, "sintoma mais marcante da sociedade atual".

Cultura de paz
Ao mesmo tempo em que também vê professores e alunos como alvos de bullying, o presidente da ABP, Antonio Geraldo da Silva, os convoca a denunciar essas agressões e a disseminar uma cultura de paz nas escolas.

O psiquiatra citou distúrbios mentais que podem estar associados a esse tipo de violência, como depressão, anorexia, transtornos bipolar e de déficit de atenção, e observou que a comunidade escolar precisa não só estar apta a identificá-los, mas saber também para onde encaminhar esses casos.
- É muita gente doente sem tratamento adequado. Vivemos um problema de desassistência psiquiátrica no país. É preciso identificar os transtornos de conduta que levam ao uso de drogas e a um comportamento antissocial - sustentou Antonio Geraldo.

Ainda sobre a questão de entorpecentes, o presidente da ABP defendeu uma maior taxação e controle na produção e venda de insumos legais usados na produção de cocaína e "crack". Após afirmar a posição da entidade totalmente contrária à liberação das drogas no país, convidou o presidente da CDH, senador Paulo Paim (PT-RS), a ser padrinho da campanha "craque que é craque não usa crack", a ser lançada em seminário nacional sobre o assunto, marcado para novembro, no Rio de Janeiro


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/combate-ao-bullying-pode-desestimular-violencia-nas-escolas-2794516#ixzz1dhpIJVIu
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terça-feira, 8 de novembro de 2011

Como chegar ao Mix Park Sul

Via W5 Sul - 910 sul.
SGAS 910, Ed Mix Park Sul, Bloco E, salas 134/136
Em frente o HCB - Hospital das Clínicas de Brasília
Click na foto para ver melhor...

“Para motoristas, a quantidade aceitável de álcool é zero”, afirma ABP

Decisão do Supremo Tribunal Federal que define como crime dirigir embriagado, “mesmo que não provoque risco a outra pessoa” é elogiada pela Associação Brasileira de Psiquiatria. “ A decisão da Suprema Corte brasileira se alia à posição da ABP, que é contrária ao uso de álcool por motoristas e vai mais além, critica as campanhas publicitárias de bebidas alcoólicas. Não podemos aceitar que a sociedade seja bombardeada com imagens ilusórias e que não mostram os reais perigos do consumo de bebidas, seja para o organismo da pessoa, seja como protagonista de acidentes de trânsito”, escreve o presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria, Antonio Geraldo da Silva, em artigo publicado no site da ABEAD-Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas.

“Para motoristas, a quantidade aceitável de álcool é zero, sem negociação ou índices mínimos. Como entidade que pode e deve influenciar as políticas públicas de saúde, precisamos nos posicionar contra medidas como o patrocínio da indústria do álcool a atividades esportivas e eventos que reúnam jovens. Devemos exigir que as leis atuais que determinam a proibição de venda de bebidas alcoólicas em estádios de futebol sejam mantidas, mesmo que isso contrarie a posição da FIFA para a Copa do Mundo de 2014.”

A ABP – Associação Brasileira de Psiquiatria-é uma entidade sem fins lucrativos.Reúne 5.500 associados, congrega 55 federadas, seis núcleos e 14 departamentos em todos os Estados da Federação.

Leia a íntegra do artigo no site da ABEAD
http://www.abead.com.br/

Fonte: http://blogs.jovempan.uol.com.br/campanha/para-motoristas-a-quantidade-aceitavel-de-alcool-e-zero-afirma-associacao-medica/ 

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

A Sociedade contra o Preconceito

A Sociedade contra o Preconceito


A ABP vai lançar, durante o XXIX CBP o projeto A Sociedade contra o Preconceito que tem como objetivo diminuir o estigma com relação à doença mental, ao doente mental e ao Psiquiatra.
Foram convidados para a atividade A Sociedade contra o Preconceito o humorista Chico Anysio, as atrizes Cassia Kiss e Luciana Vendramini e o locutor esportivo Luciano do Vale.
Eles estão engajados em acabar com o preconceito sobre a doença e o doente mental.
Já o escritor Ruy Castro, que também vai participar da atividade, vai falar sobre personalidades importantes da sociedade brasileira – Carmen Miranda e Garrincha – e a relação deles com o alcoolismo. Vale lembrar que o escritor é autor dos livros Carmen, uma biografia e Estrela Solitária. O título da apresentação de Ruy Castro será “Os deuses vencidos”.
Essas personalidades estarão presentes no XXIX CBP trabalhando em prol de nosso bem comum – o paciente.
FONTE: http://abp.org.br/2011/medicos/archive/3317

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Dez motivos para ir ao CBP

Dez motivos para ir ao CBP


Atenção Congressista,
conheça os 10 Motivos para ir ao XXIX CBP


1. Organização já aprovada pelos congressistas ao longo dos nossos 45 anos
2. Primeiro evento da América Latina a trazer um psiquiatra Prêmio Nobel
3. Atividades científicas com conteúdo que será usado pelo congressista na clínica diária
4. Atividades em parceria com o Ministério Público
5. Sessões de “Como eu trato e Como eu faço” com os melhores especialistas do Brasil
6. Lançamento da campanha A Sociedade contra o Preconceito
7. Evento com a maior pontuação no CNA na Psiquiatria – 20 pontos notas especiais de atuação em outras especialidades
8. Mesas especiais de instituições internacionais como:
APAL – APSA – ASMELP – Royal College
Sociedade Espanhola de Psiquiatria
Sociedade Espanhola de Psiquiatria Biológica
Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental e WPA
9. Único evento no Brasil com o selo do Royal College
10. Parcelamento em até 10 vezes sem juros do pacote de viagem
Ainda temos apoio de Alto Nível:
Nas campanhas:
 . Craque que é craque, não usa crack.
 . Sociedade contra o preconceito.

Eric Kandel

                                                    Jogadores do Corinthians
                                                      Chico Anisyo

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Campanha: Craque que é craque, não usa crack

Projeto “Craque que é craque, não usa crack”


O Brasil tem hoje nada menos que 1,2 milhão de usuários de crack. E foi pensando em ajudar no combate e na prevenção ao uso de drogas pelos jovens que a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) criou o projeto “Craque que é craque, não usa crack”. Com o projeto, a ABP quer envolver jovens esportistas, artistas, comunicadores e outras personalidades de referência no País para defender o não uso da droga.Foi com este objetivo que na última quarta-feira, 5 de outubro, o presidente da ABP, Antônio Geraldo da Silva, visitou o centro de treinamento do Corinthians, em São Paulo, e convidou jogadores para aderirem ao projeto.
O número de usuários foi obtido numa pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mas um estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) revela outros números igualmente alarmantes. De acordo com este estudo, um terço dos usuários de crack morre nos primeiros 5 anos de uso da droga. E metade dos quais de homicídio. E, também, segundo estudo da Unifesp 90% dos meninos de rua são dependentes do crack.

Entre os fatores que desencadeiam o uso de drogas pelos adolescentes, os mais importantes são as emoções e os sentimentos associados a depressão, culpa, ansiedade excessiva, necessidade de emoções fortes e baixa auto-estima.

FONTE: http://abp.org.br/2011/medicos/archive/3141

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Sociedade contra o preconceito

Sociedade contra o preconceito


Chico Anysio sempre foi conhecido pela vitalidade das palavras e pelo humor. O que poucos sabem é que ele sofre de depressão.

O humorista é um dos participantes da atividade especial:

“A SOCIEDADE CONTRA O PRECONCEITO”, do XXIX Congresso Brasileiro de Psiquiatria que será realizado no Rio de Janeiro de 2 a 5 de novembro.

Em depoimento gravado em sua casa, ele descreveu para o presidente da ABP, Antonio Geraldo da Silva, a sua relação com a psiquiatria e o seu tratamento, e assegurou que não teria feito 20% do que fez na vida sem a ajuda de medicamentos e da psiquiatria.

Estas e outras declarações, você poderá conferir no XXIX CBP que também contará com as presenças das atrizes Cássia Kiss e Luciana Vendramini. A exemplo de Chico, ambas darão depoimento sobre suas doenças e como encaram as dificuldades.
FONTE: http://abp.org.br/2011/medicos/archive/3098

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Dia Mundial da Saúde Mental

Dia Mundial da Saúde Mental


No Dia Mundial da Saúde Mental, 10 de outubro, o presidente da ABP, dr. Antônio Geraldo da Silva, concedeu entrevista a Rádio Nacional. Durante a entrevista Antônio Geraldo falou sobre a Saúde Mental, o XXIX Congresso Brasileiro de Psiquiatria e o Projeto “Craque que é craque, não usa crack”.
Ouça pelo Link: http://abp.org.br/2011/medicos/archive/3232


segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Aula de Tratamento em Dependência

Agora em Outubro:


Aula de Tratamento em Dependência Química

Data: 15/10/2011
Horário: 8:30 às 18:00.
Local: San Marco Hotel, Setor Hoteleiro Sul, Quadra 05, Bloco C.

Sub-temas:
Intoxicação, desintoxicação,motivação inicial, manutenção, alicinógenos, anfetamínicos, benzodiazepínicos, cocaína/crack,êxtase, maconha, opiáceos, voláteis.

Mais Informações:
Telefone: (61)3443-1623
e-mail: cursos@apbr.com.br
Site: http://www.apbr.com.br/

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

XXIX Congresso Brasileiro de Psiquiatria




Mais de 140 atividades científicas:


· Simpósio do Presidente · Conferências · Cursos · Mesas Redondas · Simpósios dos Departamentos da ABP · Encontro com o Especialista · Oficinas de Ensino · Casos Clínicos · Laudos Psiquiátricos · Vídeos · Pôsteres.






Conhecimento a serviço dos psiquiatras e da população

Pesquisa, aprendizado e prática serão as palavras-chave da próxima edição do Congresso Brasileiro de Psiquiatria. Entre os dias 02 e 05 de novembro de 2011, especialistas nacionais e internacionais estarão presentes no maior e melhor evento da especialidade da América Latina para compartilhar conhecimento e experiências na cidade do Rio de Janeiro.

Com o tema “Acesso a Tratamento e Justiça Social”, o XXIX CBP se apresenta como um importante instrumento no esforço por melhorias na assistência em saúde mental no Brasil. E por meio do objetivo fundamental desta gestão da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), que é a valorização do Psiquiatra e da Psiquiatria e a prioridade para o conhecimento técnico-científico com aplicação prática no dia a dia. Afinal, hoje temos no Brasil uma Psiquiatria semelhante a dos centros mais avançados e é fundamental que os pacientes se beneficiem diretamente dessa qualidade, inclusive no serviço público.

Acreditamos, portanto, que é obrigação de qualquer evento científico ter como finalidade oferecer avanços práticos para a população e contribuir para a promoção da justiça social. Por isso a programação do congresso de 2011 estabeleceu uma grade de atividades voltada 80% à clínica e 20% ao campo da pesquisa, da academia. Dessa maneira os benefícios chegarão mais rápido aos pacientes e o CBP atenderá às expectativas de um número maior de psiquiatras, que têm interesses diversos.

Teremos, no Rio de Janeiro em 2011, um grande Congresso. Além das novidades na programação, vamos oferecer mais facilidades para as inscrições e estabelecer horários mais cômodos; e a administração pública planeja obras para aperfeiçoar a infraestrutura na região.

Sua presença é essencial neste encontro dos maiores psiquiatras do país. Venha compartilhar conhecimentos e engrandecer sua especialidade médica.

Reserve em sua agenda o período entre 02 e 05 de novembro e acompanhe as informações atualizadas sobre o XXIX CBP no endereço: http://www.cbpabp.org.br/

Antonio Geraldo da Silva

Presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

ABP alerta para o aumento no número de suicídios

Associação Brasileira de Psiquiatria alerta para o aumento no número de suicídios
O presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria, Antônio Geraldo da Silva, fala do suicídio enquanto problema de saúde pública. Segundo ele, além das vítimas, suicídio impacta de forma profunda no equilíbrio emocional das famílias. Ele cita projetos de prevenção em escolas e hospitais. "Precisamos falar desse assunto para que as pessoas que pensam em suicídio se manifestem e possam receber a atenção devida", destaca o médico.



Fonte: http://radioagencianacional.ebc.com.br/materia/2011-09-29/associa%C3%A7%C3%A3o-brasileira-de-psiquiatria-alerta-para-o-aumento-no-n%C3%BAmero-de-suic%C3%ADdios

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

ONU recebe denúncia de 66 casos de tortura em clínicas psiquiátricas

Pacientes acorrentados, sessões de choque, amputações de dedos e mortes violentas em locais de internação psiquiátrica e de atendimento a dependentes químicos no Brasil foram denunciados, ontem, à Organização das Nações Unidas (ONU). A lista com 66 casos entregue a Wilder Tayler, representante do Subcomitê de Prevenção à Tortura da entidade, pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP), traz ocorrências em 15 unidades da Federação, incluindo o Distrito Federal. O objetivo, segundo o presidente do CFP, Humberto Verona, é pressionar autoridades brasileiras, por meio da organização internacional, a darem uma resposta às violações de direitos humanos ocorridas dentro das instituições fechadas.



“São brasileiros que estão sendo torturados e mortos debaixo dos nossos olhos e nenhuma atitude é tomada”, lamenta Verona, destacando que já entregou as mesmas denúncias ao Ministério da Saúde e à Secretaria de Direitos Humanos. Os 66 casos relatados no documento abrangem quatro regiões do país. A exceção é o Norte. São Paulo e Pernambuco lideram o ranking da violência praticada nas unidades de tratamento dos mais variados tipos — públicas; privadas, mas conveniadas ao Sistema Único de Saúde (SUS); e particulares, além de comunidades terapêuticas, entidades que lidam com viciados em álcool e drogas. As violações ocorreram de 2001 a agosto de 2011, concentrando-se nos últimos três anos.

Ao ouvir o presidente do CFP detalhar os dados do relatório, Tayler classificou as denúncias como “graves” e se comprometeu a analisá-las. Para o presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria, Antonio Geraldo da Silva, é preciso investigar todas as denúncias de maus-tratos a fim de aperfeiçoar o atendimento prestado à população, sobretudo a parcela mais pobre, mas não fechar hospitais. “Pergunto-me qual a motivação das denúncias e quais as soluções propostas. O que me preocupa é a lógica do Ministério da Saúde, calcado na reforma antimanicomial, de fechar unidades, alternativa mais fácil em vez de transformá-las em centros de excelência”, critica. O Ministério da Saúde informou que está fazendo uma auditoria nos 201 hospitais psiquiátricos do país a fim de verificar irregularidades.

Negligência

Um dos três casos ocorridos no Distrito Federal diz respeito à morte de um jovem dependente químico na clínica Recanto, localizada em Brazlândia, há cerca de dois anos. A família do rapaz duvida da tese de suicídio e acusa o local de negligência, com base no laudo cadavérico, que apontou maconha e álcool no organismo do paciente. Além disso, o rapaz teria comentado que substâncias ilícitas circulavam pelo lugar de tratamento. O dono da clínica, Deusdete Benevides, nega que o paciente tenha sido vítima de homicídio ou descuido. “Já pegamos drogas por aqui, é verdade. Às vezes, é o próprio familiar que traz. Não temos poder de polícia para revistar visitantes, mas fazemos pentes-finos uma ou duas vezes por semana”, explica.

Financiamento polêmico

O Ministério da Saúde prepara dois editais para financiar as comunidades terapêuticas que lidam com usuários de drogas. A determinação para que tais entidades integrem a estratégia do governo de atendimento a dependentes químicos partiu da presidente Dilma Rousseff, ocasionando um racha no governo. Muitas autoridades do setor são contrárias à ideia por entenderem que as comunidades não têm capacitação para esse fim. Entre categorias de profissionais da área, o projeto também é repudiado. “Verdadeiro absurdo colocar dinheiro público nesses locais, que, para funcionar, basta ter um profissional de nível superior como responsável”, critica Antonio Geraldo da Silva, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria
 
Fonte:http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/politica-brasil-economia/33,65,33,12/2011/09/27/interna_brasil,271512/onu-recebe-denuncia-de-66-casos-de-tortura-em-clinicas-psiquiatricas.shtml

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Chico Anysio: “Se eu não fosse deprimido seria um louco com tantas pessoas por quem sou responsável"



Chico Anysio: “Se eu não fosse deprimido seria um louco com tantas pessoas por quem sou responsável"


Este ano, ele viu a morte de perto, três vezes. Mas isso, felizmente, ficou para trás.

O comediante também falou sobre seus problemas psicológicos. "Se eu não fosse deprimido seria um louco com tantas pessoas por quem sou responsável", disse Chico Anysio, que revelou conversar com seu psiquiatra uma vez por semana há 18 anos.

São 80 anos de idade e 64 de carreira. Mais de 200 personagens históricos. Entre eles, o Professor Raimundo, o galã Alberto Roberto, a linguaruda Salomé, Bento Carneiro, o vampiro brasileiro... A lista vai longe.

Veja outras entrevistas do quadro 'O que vi da vida'

Ele é Francisco Anysio de Oliveira Paula Filho, o nosso Chico Anysio, mestre do humor, o cearense que queria ser advogado, mas que, por causa de um par de tênis, ganhou o rádio, o teatro, a TV. Este ano, ele viu a morte de perto, três vezes. Mas isso, felizmente, ficou para trás. Com a palavra, Chico Anysio. Veja a íntegra da entrevista no vídeo no site: http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1671318-15605,00.html

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Governo descumpre metas anunciadas em Plano de Enfrentamento ao Crack

Vinte milhões de brasileiros viciados em álcool, quase 4 milhões de usuários de maconha e uma quantidade ainda indefinida de dependentes de crack, com estimativas que variam de 600 mil a 2 milhões, são insuficientes para mobilizar o governo federal na construção de uma rede de atendimento. Mais de um ano depois do lançamento do Plano de Enfrentamento ao Crack, o Ministério da Saúde (MS) não conseguiu cumprir nenhuma meta prometida na ocasião. Dos 136 Centros de Atenção Psicossocial (Caps) especializados em drogas previstos para o fim deste ano, apenas 20 saíram do papel. Só dez unidades funcionam 24 horas no país, embora 110 tenham sido anunciadas. E nem 250, entre os 2,5 mil leitos em hospitais gerais prometidos, chegaram a ser abertos (veja arte).


O secretário de Atenção à Saúde do MS, Helvécio Magalhães, reconhece o problema, explicando que houve mudanças na forma de financiar o serviço. “Vimos que aumentar diárias para leitos em hospitais gerais não funciona. Ter dois, três leitos, de forma isolada, pouco ajuda. Agora, vamos financiar integralmente enfermarias completas, de 10 a 20 vagas, de forma mais prática e econômica”, diz. Magalhães destaca ainda que a pasta tem feito reuniões com governadores, secretários e prefeitos para tratar da expansão da rede. “Além de ser uma estrutura complexa, com diversos serviços envolvidos, há carência de psiquiatras, psicólogos e outros profissionais capacitados, inclusive nas emergências.”

Para Osmar Terra, ex-secretário de Saúde do Rio Grande do Sul e atual deputado federal, é inexplicável a lentidão na ampliação do atendimento. “Criamos mil leitos no estado entre 2009 e 2010. Como? Remunerando os hospitais. Além dos cerca de R$ 1 mil que vinham do SUS, pagávamos R$ 1,9 mil. Os leitos surgem”, diz. A falta de Caps especializados em álcool e drogas é outra crítica recorrente. São 262 no total, concentrados em determinadas regiões. O Norte é a mais problemática. A população do Amazonas, por exemplo, não tem nenhum. O Nordeste e o Centro-Oeste, inclusive o DF, que abriu unidades ainda não credenciadas pelo Ministério da Saúde, também sofrem com o problema.

Horário comercial

Uma queixa comum dos usuários dos Caps é o horário de funcionamento. Por isso, o governo prometeu que colocaria 110 centros, nos municípios com mais de 250 mil habitantes, para atender 24 horas. Apenas uma unidade especializada em álcool e drogas, no Rio de Janeiro, presta esse serviço.

Segundo Antônio Geraldo da Silva, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria, o atendimento hoje é insuficiente. “São pessoas que precisam passar por um processo de desintoxicação. Falando de crack, então, não podemos prescindir da internação, mesmo breve. Mas os Caps simplesmente não funcionam à noite”, critica Antônio. Magalhães, secretário do MS, reconhece a carência. “É verdade que temos avançado pouco na questão da dependência química, mas vamos aumentar o financiamento dos Caps. Vale destacar, porém, que eles sozinhos não adiantam. É preciso a rede funcionando, que inclui serviço social, educação, prevenção”, afirma
 
FONTE: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/politica-brasil-economia/33,65,33,12/2011/09/04/interna_brasil,268317/governo-descumpre-metas-anunciadas-em-plano-de-enfrentamento-ao-crack.shtml

Ações antidrogas propostas pelo governo estão atrasadas | Nacional: Estado de Minas

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Dia Mundial do Alzheimer

Em 21 de setembro é comemorado o Dia Mundial do Alzheimer. A data, instituída pela Organização Mundial de Saúde (OMS), tem como objetivo promover a conscientização da população sobre a doença. Saiba mais: http://www.abpcomunidade.org.br/informese/exibir/?id=36


ABP Comunidade :: Responsabilidade Social

www.abpcomunidade.org.br

Demências / Alzheimer Demência é uma palavra que caracteriza um grupo de sintomas causados por uma doença que afeta o cérebro. Diversas doenças diferentes podem causar sintomas de demência, como alterações na memória e na capacidade de realizar tarefas que os portadores realizavam com facilidade a.....

Problemas Mentais são os que mais afetam a vida da população...

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

X JBP atinge seus objetivos científicos e de público.

X JBP atinge seus objetivos científicos e de público.


Os psiquiatras brasileiros estão preocupados com o avanço do crack e outras drogas no país. O sentimento foi manifestado durante a X Jornada Brasiliense de Psiquiatria que aconteceu em Brasília no período de 26 e 27 de agosto último, com a relevante presença de médicos, psicólogos, residentes e estudantes de medicina.

Na palestra sobre Dependência Química, ministrada pelos psiquiatras Analice Giglioti (RJ), Luiz Carlos Illafont Coronel (RS) e Carlos Salgado (RS), eles falaram sobre a eficácia da internação involuntária. “A internação não precisa ser voluntária para ser eficaz”, explicou Analice Giglioti desmistificando o fato de que se o doente não quiser ser internado, o tratamento não tem o resultado esperado. Luiz Carlos Coronel lembrou um caso de sucesso obtido com o tratamento apenas da família. “Se a família for orientada, a ajuda terapêutica será ampliada”, disse, lembrando ainda que é preciso ter paciência e persistência para o tratamento do doente.

Este ano, a X Jornada Brasiliense de Psiquiatria abordou como tema principal “As dúvidas de consultório”. E quem nunca no consultório não se deparou com o suicídio e a dificuldade de atendimento aos doentes mentais nas emergências dos hospitais? Temas que foram abordados pelos psiquiatras Carlos Eduardo Zacharias (SP), Humberto Coreia (MG), e Alexandrina Meleiro (RJ), sob a coordenação de Fátima Vasconcellos (RJ). Considerado também um problema de saúde pública, os médicos falaram sobre como identificar um comportamento suicida, uma vez que não há testes ou critérios preditivos absolutos que estabeleçam quem irá ou não cometer suicídio, explicou Alexandrina Meleiro. Ela lembrou ainda que 1,5 milhão de pessoas morrerão por suicídio até 2020 e que no Brasil a cada 40 segundos, uma pessoa
comete suicídio.

Outras dúvidas de consultório abordadas na X Jornada Brasiliense de Psiquiatria foram esquizofrenia tema da palestra dos psiquiatras Geder Grohs (SC), Itiro Shirakawa (SP) e José Reinaldo do Amaral (GO), e transtorno de humor bipolar, assunto dos médicos André Brasil (BA), Eduardo Pimentel (SC), Fábio Gomes de Matos e Souza (CE) e Irismar Reis de Oliveira (BA).

A depressão, outro problema de saúde que também preocupa os psiquiatras brasileiros, foi tema de palestra dos médicos, João Romildo Bueno (RJ) e Pedro Lima (RS).Os médicos lembraram que de acordo com a OMS, Organização Mundial de Saúde, a depressão, problema psiquiátrico erroneamente encarado como fraqueza e não doença, atinge pelo menos 500 milhões de pessoas no mundo, e que a doença avança em número de vítimas devendo ser a enfermidade de maior impacto social em 2020.

Fonte: APBr

Data: 21/06/2011

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

"A Educação no Seculo XXI"




Prezados Pais, Mães ou Responsável,



É com muita alegria que convidamos todas as famílias para o nosso Momento Sagrado!

Em maio, a escola proporcionou um encontro com psicólogas para falarem às famílias sobre “Limites na medida certa. Escola e família que se complementam”.

No dia 25 de agosto, quinta-feira, às 20 horas, no espaço multicultural, teremos o 2º Momento Sagrado e contaremos com a presença do Dr. Fábio Barbirato, com a palestra: “Educação no séc. XXI”. Esse momento acontecerá em parceria com a Associação Brasileira de Psiquiatria.

Dr. Fabio Barbirato é médico psiquiatra pela UFRJ, professor de Psiquiatria Infantil na PUC-Rio, coordenador geral da Psiquiatria Infantil da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, coordenador do Departamento de Psiquiatria Infantil da Associação de Psiquiatria do Rio de Janeiro e membro da Academia Americana de Psiquiatria da Infância e Adolescência. É autor do livro “A mente do seu filho”, que estará à venda no local da palestra, em caso de interesse.

SINOPSE: O cérebro de uma criança se desenvolve aceleradamente desde os primeiros momentos da vida. Entender como isso acontece e como estimulá-lo é o objetivo deste livro. Em linguagem simples, com quadros e exemplos, os autores explicam como as mudanças do comportamento infantil ocorrem e como influenciá-las, do nascimento à escolarização. Descrevem também as causas de transtornos como agressividade, birra e timidez, e indicam como avaliar quando eles são normais e quando devem ser tratados.

É um momento para refletirmos sobre a educação dos nossos filhos que estão inseridos numa sociedade dinâmica e muito desafiadora para os pais. Participe!

Sua presença trará brilho e alegria ao nosso encontro.

Contamos com a presença de todos!

FONTE: Equipe Pedagógica do Colégio Sagrado Coração de Maria

Local: Colégio Sagrado Coração de Maria - Brasília.
Horário: 20h
Dia: 25 de Agosto de 2011.

sábado, 20 de agosto de 2011

PELA PRIMEIRA VEZ O CONGRESSO LATINO-AMERICANO DE SERVIÇOS DE SAÚDE TEVE UM MÓDULO DE SAÚDE MENTAL EM SUA PROGRAMAÇÃO

PELA PRIMEIRA VEZ O CONGRESSO LATINO-AMERICANO DE SERVIÇOS DE SAÚDE TEVE UM MÓDULO DE SAÚDE MENTAL EM SUA PROGRAMAÇÃO.


Este ano juntou-se oficialmente ao Congresso Latino Americano de Saúde ("ClasSaúde") a Associação Médica Brasileira (AMB) e pela primeira vez em 14 anos tivemos um "Módulo de Saúde Mental". Segundo o Presidente da CNS Dr. José Carlos Abrahão a programação científica é importante para atender às necessidades na área da Saúde.

O Módulo de Saúde Mental ocorreu dia 03/06 no auditório Santana, lotado por profissionais da saúde, gestores, administradores e Conselheiros Estaduais e Municipais da Saúde; no 14º Congresso Latino-Americano de Serviços de Saúde, durante a feira "Hospitalar".

O Presidente da FENAESS, Dr. Humberto Gomes de Mello, médico psiquiatra, fez a abertura dos trabalhos e, em breve discurso, demonstrou imenso orgulho em ter a Saúde Mental como parte integrante do programa oficial do "ClasSaúde".

"Conseqüências Sócio-Econômicas do Atual Modelo de Atendimento às Enfermidades Mentais no Brasil" foi proferida pelo presidente da Associação Psiquiátrica de Brasília, Dr. Antônio Geraldo da Silva, médico psiquiatra e coordenada pelo Dr. Ricardo Mendes. Antonio Geraldo apresentou os reflexos da doença mental na população. De acordo com ele, e com dados do Ministério da Saúde (que fala em 21% da população), 20 a 25% das pessoas têm prevalência à sofrer de problemas mentais, de ter alguma doença mental.

Das dez principais causas de incapacitação no mundo, cinco são por doenças mentais, uma estatística assustadora, exceto ao que parece para o governo.

Destacou que não existe prevenção ou promoção à Saúde. Que não existem campanhas preventivas e programas de informação sobre as doenças mentais, como tentar evitá-las, detecção precoce ou acesso a tratamento adequado.

"Responsabilidade Social: A Necessidade de Organização de Serviços para o Dependente Químico" foi o tema do Professor Titular de Psiquiatria da UNIFESP, Dr. Ronaldo Laranjeira. Apresentou bases para o tratamento, e abordou o equilíbrio que deve existir entre cuidado comunitário (em suas mais diversas formas) e hospitalar. Destacou ser um modelo de complexidade crescente e, a necessidade pensarmos na doença mental como algo complexo, que soluções simplistas, como os CAPS, não resolvem.

O psiquiatra gaúcho, Procurador de Justiça aposentado e responsável pela seção de Psiquiatria Forense da WPA, Dr. José Geraldo Vernet Taborda, discorreu sobre "Perversões e Ambigüidades do Sistema de Saúde Mental". Falou do simbolismo e do poder que as palavras têm, a forma como são ditas ou escritas, as maneiras e contextos em que são destacadas. Na área da Saúde, e principalmente na Saúde Mental, temos notado que o uso rotineiro destes métodos tem produzido confusão e inversões graves de valores.

Salientou que devemos prestar atenção à ambigüidade das palavras, os significados e significantes que podem ser à elas atribuídas em determinado momento ou contexto.

Nos últimos anos palavras como, por exemplo, psiquiatria tem sido usada com caráter quase pejorativo e progressivamente se "forçando" o uso do termo "saúde mental" em seu lugar para que se possa parecer "politicamente correto".

Assim, o termo "doença mental" vem sendo insistentemente substituído por "sofrimento mental"; como se fossem sinônimos. Subjetivamente passando a idéia de que doença mental e sofrimento mental seriam a mesma coisa; ou, pior ainda, passando a idéia de que "doença mental não existe"!

O termo "manicômio" é usado propositalmente para denegrir o "hospital psiquiátrico".

Mostrou como este e outros tantos simbolismos podem evocar algo negativo ou positivo conforme como, e por quem, é usado.

Vejam o poder inferido às palavras!

Comentou sobre pesquisa realizada pela UNIFESP na população carcerária do Estado de São Paulo que encontrou índice de 12% de doentes mentais graves presos (não computados álcool e drogas); se inferirmos este percentual ao Brasil todo terá 54.000 doentes mentais graves presos.

Como hoje temos cerca de 37.000 leitos psiquiátricos do SUS no Brasil todo chegamos à conclusão que o maior "manicômio" brasileiro é a cadeia.

Dr. Valentim Gentil, traçou a história da "reforma psiquiátrica no Brasil" e concluiu: estão implementando no Brasil um projeto rejeitado pelo Congresso Nacional, a Lei 10.216 não está sendo cumprida! Informou que dos 760 milhões destinados aos cuidados extra-hospitalares, somente 252 milhões foram usados para a criação dos CAPS! Isto talvez não fosse má notícia, se tivessem empregado o restante do dinheiro em serviços e tratamentos eficientes e de qualidade o que infelizmente não foi o ocorrido.

Dr. Rubens Hirsel Bergel, médico psiquiatra, falou sobre a "Saúde Mental do Trabalhador e os Adoecimentos Causadas pelo Atual Modelo Sócio Econômico", discorreu pelas causas de adoecer do trabalhador assim como o ambiente de trabalho e as relações existentes entre as doenças ocupacionais e diversas doenças mentais.

"Depressão, Absenteísmo e qualidade de vida", foi outro tema abordado por Antonio Geraldo, suas causas, seus fatores agravantes e atenuantes; as possibilidades de tratamento e a relação direta desta doença com a qualidade de vida das pessoas.

Citou principalmente que o combate ao estigma, a educação e a informação das pessoas é que irá diminuir a demora e a relutância que as pessoas têm em se aperceberem, em se reconhecerem, doentes e procurar ajuda psiquiátrica.

Finalizando os trabalhos o Professor Valentim Gentil discorreu sobre os tratamentos possíveis para esquizofrenia e outras psicoses. Falou sobre o pouco, e mal gasto, dinheiro da saúde mental e que os governos não fazem uma relação de custo-efetividade entre os tratamentos, optando por formas com elevados custos e baixíssima efetividade, resultando na grande massa de doentes mentais nas ruas ou nas cadeias.

Perguntou aos psiquiatras e médicos presentes, uma pergunta que sempre faz a si mesmo: quando andamos na rua e vemos um doente mental em estado psicótico ou delirante e ali o deixamos, sem dar o devido socorro médico, não estaremos incorrendo em omissão de socorro?

É para se pensar doutores e senhores trabalhadores da saúde!

A Comissão científica que organizou e realizou esta "Jornada de Saúde Mental" vem se reunindo desde 27/01/2009 e foi coordenada pelo Dr. Ricardo Mendes (Diretor do SINDHOSP e do Hospital Vera Cruz de São Paulo) sendo composta por:

- Dr. Salomão Rodrigues Filho (Médico Psiquiatra - Presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás).

- Dr. Paulo Henrique Ferreira Bertolucci (Departamento de Neurologia da UNIFESP).

- Professor Dr.Valentim Gentil Filho (Médico Psiquiatra do Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP - São Paulo);

- Dr. Carlos Eduardo Kerbeg Zacharias (Médico Psiquiatra, Supervisor do Serviço de Psiquiatria do Conjunto Hospitalar de Sorocaba, da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo e Diretor do Centro de Estudos Psiquiátricos Vera Cruz) e

- Dr. Antônio Geraldo da Silva (Médico Psiquiatra e Presidente da Associação Psiquiátrica de Brasília).

http://uniad.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=804:pela-primeira-vez-o-congresso-latino-americano-de-servicos-de-saude-teve-um-modulo-de-saude-mental-em-sua-programacao-&catid=29:dependencia-quimica-noticias&Itemid=94

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Fórum: TDAH, Legislação e Inclusão

V Congresso Internacional da ABDA - Fórum: TDAH, Legislação e Inclusão


Sex, 12 de Agosto de 2011 18:49 Escrito por ABDA

Fonte reduzir tamanho do texto aumentar tamanho do texto Imprimir E-mail FÓRUM: TDAH, LEGISLAÇÃO E INCLUSÃO

No dia 5 de agosto de 2011, durante o V Congresso Internacional da ABDA foi realizado um Fórum especial cuja temática central era TDAH, Legislação e Inclusão, com o intuito de debater leis específicas para inclusão que assegurem os direitos dos portadores de TDAH.

O fórum foi moderado pela Presidente da ABDA – Iane Kestelman e contou com a presença da Deputada Federal Mara Gabrilli, Deputado Federal Dr. Aluízio, Desembargador Antonio Carlos Malheiros - Coordenador da Infância e Juventude do Tribunal de Justiça de S. Paulo e do Dr. Antonio Geraldo da Silva – Presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria.

O debate se fundamentou em três pilares principais: o Projeto de Lei nº 7081 de 2010, cuja relatoria é da Deputada Mara Gabrilli e que dispõe sobre o diagnóstico e tratamento do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade na educação básica; a ausência de políticas publicas na saúde para portadores de TDAH, tema abordado pelo Deputado Dr. Aluizio e Dr. Antonio Geraldo, da Associação Brasileira de Psiquiatria e a postura do judiciário frente aos direitos dos pacientes com TDAH, assunto defendido veementemente pelo Desembargador Antonio Malheiros.

A ABDA agradece o apoio e o engajamento de todos os participantes deste Fórum na causa dos portadores de TDAH e seus familiares.

À Deputada Mara Gabrilli, relatora do nosso projeto de lei na Câmara dos Deputados, o nosso especial afeto e profunda gratidão pela forma sensível com que abraçou a luta pela inclusão de milhares de crianças e adolescentes com TDAH cujo direito a portar esta especificidade ainda é negada por vários segmentos da sociedade brasileira.

Veja abaixo algumas fotos do Fórum – TDAH, Inclusão e Legislação:



 
 
 
Participantes do Fórum: Deputada Federal Mara Gabrilli, Desembargador Antonio Carlos Malheiros, Iane Kestelman, Deputado Federal Dr. Aluízio e Dr. Antonio Geraldo Silva

http://tdah.org.br/br/noticias/reportagens/item/269-congresso-forum-reportagem.html

domingo, 14 de agosto de 2011

Feliz Dia dos Pais!!!!

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Simpósio ANAMT/ABRAMT

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

A Frágil Fornteira da Razão - Borderline

A frágil fronteira da razão


Portadores do transtorno de personalidade conhecido como borderline são excessivamente impulsivos, intolerantes e não suportam o abandono

Reportagem de Bruno Abbud a Revista Veja

A automutilação e o suicídio são maneiras que o boderliner encontra para extravasar um sofrimento insuportável (Hemera/Getty Images)

Olhos claros, entre o azul e o verde, cabelos castanhos e pele branca, Marina, de 29 anos, é portadora do transtorno borderline desde a adolescência. No depoimento abaixo, descreve como se sente quando passa por uma crise:

“Quando entro numa crise, o que mais me incomoda é a sensação de não existir. É como se não houvesse motivos pra eu viver. Um vazio, uma angústia. Nada ao meu redor parece ter cor. Tudo é cinza. Sinto as coisas em câmera lenta. No entanto, meus pensamentos ficam exageradamente rápidos. Sinto uma grande ansiedade, uma incômoda agitação interna. Minha mente fica tão acelerada que, depois do fim da crise, sobra uma grande confusão mental. Algumas vezes, chego a esquecer das situações que passei. Em outras, não consigo identificar se aquilo aconteceu ou se foi um sonho. Mesmo a noção de tempo parece confusa. É como se estivesse em queda livre, num buraco escuro, frio, úmido, sem fim, com muitas imagens passando pelos meus olhos e vozes e sons, vários, zumbindo nos meus ouvidos sem parar. Procuro evitar aquela avalanche de informação, agarrar-me em alguma coisa. Mas não consigo encontrar nada para me amparar. Fico verbalmente agressiva, irritada com qualquer um ou qualquer coisa, impaciente. Sinto-me atacada, invadida a todo momento e, então, ataco de volta. Existe uma variação muito grande de humor. Pelo menos comigo, em toda crise, o pensamento de suicídio é recorrente. E a sensação de falta de esperança também. As duas piores coisas ao sair de uma crise são a vergonha e o medo da recaída”.

Gustavo, de 26 anos, saltou o muro de um estacionamento em São Paulo, entrou no carro e, ao perceber que estava trancado, acelerou na direção do portão. Ele é excessivamente impulsivo. No dia em que a namorada se recusou a dormir em seu apartamento, estilhaçou uma janela de vidro com o punho. Ele é intolerante. Quando terminou outro relacionamento, Gustavo quis se matar. Ele não suporta o abandono. Depois de uma briga com o pai, tentou enforcar-se com uma linha de nylon. Gustavo sofre demais. A soma dessas características indicam que ele é, sobretudo, uma pessoa doente. Diagnosticado no fim de 2010, tem transtorno de personalidade limítrofe, ou, na sigla em inglês, borderline.

Os sintomas indicam que era essa a doença da advogada Giovana Mathias Manzano, de 35 anos, cujo drama foi revelado numa reportagem de VEJA publicada na edição de 13 de julho. Giovana foi encontrada morta em Penápolis, no interior de São Paulo, depois de ter encomendado o próprio assassinato. Sem coragem para cometer suicídio, a advogada contratou um pistoleiro que disparou três tiros contra sua cabeça. Um médico da cidade chegou a classificá-la como portadora do transtorno borderline, mas o diagnóstico não foi unânime entre os especialistas.

Embora o termo borderline (a palavra significa “fronteiriço”) tenha sido cunhado em 1938 pelo psicanalista americano Adolph Stern – ele concluiu que os pacientes portadores de tal transtorno psiquiátrico estavam no limite entre a neurose e a psicose –, foi só na década de 1980 que o diagnóstico da doença se tornou mais preciso. Até então, muitos médicos acreditavam, equivocadamente, que a personalidade de uma pessoa era imutável.

Ao estudar imagens do cérebro e fazer testes em animais, o psiquiatra americano Robert Cloninger provou que a personalidade é a união entre o temperamento e o caráter. “O temperamento é herdado”, explica o psiquiatra Erlei Sassi, coordenador do Ambulatório dos Transtornos de Personalidade e do Impulso do Hospital das Clínicas (leia a entrevista). “Filho de Pittbull tem tudo para ser um pittbulzinho. Já o caráter é relacionado ao aprendizado, é formado pelo ambiente em que a pessoa vive”. De acordo com Sassi, que estuda o transtorno borderline há 15 anos, o conflito entre o temperamento e o caráter pode gerar uma personalidade problemática. É o caso, por exemplo, de uma criança extremamente perfeccionista que cresce em uma família desorganizada. O convívio levaria a uma frustração constante.

A personalidade começa a ser formada entre o fim da adolescência e o começo da idade adulta. “É nesse momento que os primeiros sintomas de um borderline costumam aparecer”, conta Sassi. O comportamento de uma pessoa, informa o psiquiatra, só configura um transtorno a partir do momento em que o indivíduo gera sofrimento para si e para os outros.

Neste ano, Gustavo tentou suicidar-se quatro vezes. Os braços riscados por cicatrizes evidenciam um dos mais aflitivos sintomas da doença: a autoflagelação. Há quatro meses, por volta das 4 horas da madrugada, deitado na cama, o rapaz telefonou para a mãe, que dormia no quarto vizinho. “Desta vez, acho que eu vou”, disse, com voz pastosa. Ela se levantou num pulo e correu para socorrer o filho. A cena assustou. Ele estava prostrado sobre uma poça de sangue. Os pulsos mutilados e as cartelas vazias do ansiolítico alprazolam caracterizavam a quarta e última tentativa de suicidio.

A versão mais recente do Manual de Diagnóstico e Estatística de Distúrbios Mentais (DSM-IV) – o guia das doenças psiquiátricas publicado pela Associação Americana de Psiquiatria –, descreve o transtorno borderline com nove sintomas: esforços desmedidos para evitar um abandono real ou imaginado; relações interpessoais instáveis e intensas; autoimagem instável; impulsividade em excesso; automutilação e tentativas recorrentes de suicídio; mudanças de humor constantes e extremas; sentimentos crônicos de vazio; acessos incontroláveis de raiva sem motivos aparentes; e episódios de paranoia. Os mesmos sintomas são apontados pela Classificação Internacional de Doenças (CID-10), publicação da Organização Mundial da Saúde (OMS).

A família - Para familiares, amigos e leigos, o sofrimento que leva um borderliner a tentar se matar é incompreensível. Segundo Antonio Geraldo da Silva, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria, a automutilação e o suicídio são maneiras que ele encontra para extravasar um sofrimento insuportável. “O boderliner não suporta ficar só”, explica. “Faz qualquer esforço para não ser abandonado e está sempre se queixando de vazio, de uma falta de sentimento de identidade”. Fernanda Martins, psiquiatra e médica-assistente do Ambulatório dos Transtornos de Personalidade do Impulso do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, conta que a família do borderliner enfrenta uma dor tão terrível quanto a do paciente.



Desde as últimas crises de Gustavo, qualquer barulho estranho dentro de casa faz com que sua mãe, Teresa, interrompa a respiração involuntariamente. Falta ar. Ela passou a acordar tarde, a deixar compromissos de lado e a fumar. Não dorme enquanto o filho permanece acordado. O som dos passos durante a noite, o ruído acelerado das teclas do computador, o toque característico do celular, tudo que emerge de Gustavo aflige Tereza, que decidiu grudar pequenos folhetos com orações pelas paredes do apartamento. Enquanto assistia ao filme 2012, uma ficção que descreve como seria o apocalipse, um irmão de Gustavo notou que a mãe parecia simpatizar com a ideia do mundo acabar no próximo ano.



Gustavo passou por uma dezena de psiquiatras e psicólogos até descobrir do que sofria. O diagnóstico de transtorno borderline demorou quatro anos. Hoje, o rapaz se concentra no tratamento com remédios e psicoterapia. Há seis meses, não passa por uma crise.



A Cura - “Os borderliners melhoram com a idade”, afirma o psicanalista Mauro Hegenberg, autor do livro Borderline. Fernanda Martins reforça a tese: “Os sintomas tornam-se mais amenos depois dos 40 anos”, diz. “Mas se o paciente não for tratado, quando chega a essa idade não se casou, não teve filhos, não se formou, não parou em nenhum trabalho. Tem uma vida tão vazia que acaba caindo em depressão”. Com tratamento, é possível – e muito provável – controlar os sintomas até que desapareçam.

Hegenberg observa que o diagnóstico do borderline é complexo. “O psiquiatra que de baseia apenas nos sintomas incluídos no DSM pode errar”, diz. “É comum confundirem a doença com o transtorno bipolar, por exemplo”. Além do diagnóstico difícil, os médicos precisam saber lidar com os pacientes. “É um atendimento que demanda muita energia”, observa Hegenberg. “Você tem que deixar o celular ligado e estar à disposição 24 horas por dia. Já atendi a muitos telefonemas de pacientes que estavam à beira de um suicídio”. Por que decidiu especializar-se num transtorno tão complexo? “O borderliner é muito cativante”, explica Hegenberg. “São pessoas interessantes, inteligentes, cheias de vida e com uma personalidade extremamente sedutora”.
FONTE: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/a-fragil-fronteira-da-razao

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Rio Grande do Sul terá manual de prevenção ao Suicídio

Rio Grande do Sul terá manual de prevenção ao suicídio

Debate traz o presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria

No dia 29 de julho, às 11h30, será realizado um debate sobre o Manual de prevenção ao suicídio do RS. O objetivo será orientar como as equipes devem proceder e o que deve ser feito para evitar o suicídio, mostrando a dimensão do problema e auxiliando as pessoas sob risco, e contribuir para amenizar o alto índice registrado no Rio Grande do Sul. Após o debate, haverá explanação dos serviços de saúde mental coletiva do Sistema de Saúde Mãe de Deus (SSMD) por parte do Dr. Rogério Pires, Superintendente de Saúde Pública Corporativa do SSMD. O manual terá como debatedor, o presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), o médico psiquiatra Antônio Geraldo da Silva.

O projeto, desenvolvido pelo Centro de Vigilância e Saúde da Secretaria Estadual da Saúde, é realizado pelo médico psiquiatra Dr. Ricardo Nogueira, coordenador do Centro de Promoção da Vida e Prevenção do Suicídio do SSMD, pelo sociólogo Paulo Henrique Almeida Rodrigues e a psicóloga Dra. Eliane Carnot, professores do mestrado de saúde da família da Universidade Estácio de Sá do Rio de Janeiro e, demais colaboradores. Destinado às equipes de saúde da família e saúde mental, emergências e ambulatórios, Brigada Militar, Bombeiros, assistentes sociais, professores e extensionistas da Emater, o manual estará disponível inicialmente na internet. Além disso, parte do projeto será destinado à imprensa, segmento que frequentemente precisa lidar de maneira cuidadosa com o assunto. Nele, serão disponibilizadas informações sobre como se deve noticiar um suicídio.

No Brasil, as três capitais com maior incidência são Porto Alegre (RS), Curitiba (PR) e Boa Vista (RR), sendo o Rio Grande do Sul o estado com maior número proporcional de pessoas que cometeram suicídio. Entre os 20 municípios no país com as maiores incidências de suicídio, 13 estão no Rio Grande do Sul. No Manual de prevenção ao suicídio, constam dados de quatro cidades gaúchas: Santa Cruz do Sul, Candelária, São Lourenço do Sul e Venâncio Aires. O trabalho iniciou através da sensibilização das autoridades e equipes e, em seguida, ocorreu o processo de capacitação e treinamento pessoal para detectar o problema e a melhor forma de atuação. Por fim, foram pesquisados prontuários de 186 pacientes que foram ao óbito por suicídio. “As pessoas crêem que o sofrimento irá acabar” analisa o psiquiatra Ricardo Nogueira. Para ele, o suicídio “é um problema multifatorial, que envolve principalmente a origem genética, além de questões sociais, culturais e econômicas”. A próxima etapa do projeto será trabalhar com os outros nove municípios.

Além disso, constatou-se o aumento de casos de suicídio nos meses de dezembro e janeiro, e em Porto Alegre, principalmente entre a faixa etária de 15 e 19 anos, sendo que em alguns meses chega a igualar-se com o numero de homicídios entre os gaúchos. De cada 100 pessoas que pensam em tirar a própria vida, 17 planejaram e uma delas cometerá o suicídio. Entre os principais fatores de causa também estão a depressão, o uso abusivo de álcool e a esquizofrenia.

O debate será no Auditório Irmã Jacomina Veronese do Hospital Mãe de Deus (Av. José de Alencar, 286), e antecipará a Semana de Valorização da Vida, que acontecerá de 30 de julho a 6 de agosto, com palestras acontecendo das 9 horas às 19 horas, no mesmo local. A primeira palestra será “As perspectivas e os projetos de prevenção ao suicídio no Rio Grande do Sul”, ministrada pelo Dr. Ricardo Nogueira e a Dra. Blanca Werlang da PUC-RS. As inscrições são gratuitas e, mais informações podem ser obtidas através do telefone: (51) 3230.2034.

Sobre o Mãe de Deus

O Sistema de Saúde Mãe de Deus engloba uma rede de hospitais e serviços de saúde sem fins lucrativos, além de programas de saúde comunitária. O sistema reúne oito hospitais, um centro clínico e um centro de oncologia radioterápica, aliando tecnologia a um corpo clínico altamente qualificado. O investimento contínuo em equipamentos, estrutura física e uma gestão com responsabilidade social demonstram o compromisso com a comunidade.

Fonte: Uffizi
Autor: Imprensa
Revisão e Edição: André Lacasi

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