sexta-feira, 29 de maio de 2009

Psicoterapia

*Publicado No Blog Saúde para Todos do Correio Braziliense.

QUAIS OS TIPOS DE PSICOTERAPIA QUE EXISTEM E QUE PROBLEMAS PODEM SER TRATADOS?

Existem diferentes tipos de psicoterapia e a decisão por um ou outro tipo vai depender dos problemas que estiverem acontecendo com a pessoa, o casal ou sua família.

Se for uma pessoa adulta, a psicoterapia pode ser individual, quando os problemas de ordem afetiva ou emocional dizem respeito a ela e a sua relação com o mundo, quando esta pessoa deseja se conhecer melhor.

Pode-se optar também por uma psicoterapia de grupo, quando o paciente, juntamente com seu psicoterapeuta, chega à conclusão, que muitos dos distúrbios que o estão afligindo podem ser resolvidos em um trabalho conjunto com outras pessoas que estejam passando por problemas semelhantes.

Entre os problemas que podem beneficiar-se de uma psicoterapia individual ou de grupo podemos citar: depressão leve e moderada, distúrbios de ansiedade, distúrbios alimentares (anorexia, e bulimia), uso abusivo de álcool e outras drogas, problemas relacionados a dificuldades com

Prêmio

terça-feira, 26 de maio de 2009

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Jornal do Senado - Internação beneficia doente mental, dizem especalistas

Retirado do Jornal do Senado.
Edição de quarta feira, 20 de maio de 2009.


Entre no link abaixo:

http://www.senado.gov.br/jornal/noticia.asp?codNoticia=83752&dataEdicaoVer=20090520&dataEdicaoAtual=20090520&codEditoria=22&nomeEditoria=Comiss%F5es

Comissões - CAS
Internação beneficia doente mental, dizem especialistas
Reforma de 2001 substituiu manicômios por centros de atenção psicossocial, cuja rede, ainda incipiente, deixa desamparadas vítimas que não podem pagar entidades privadas





Rosalba Ciarlini (C) coordena primeiro debate sobre reforma psiquiátrica: objetivo é melhorar atendimento a pacientes
A internação hospitalar deve ser considerada parte importante no tratamento de pessoas com transtornos mentais. Assim pensam especialistas ouvidos pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS), que ontem deu início – em parceria com a Subcomissão Permanente de Promoção, Acompanhamento e Defesa da Saúde – a um ciclo de debates sobre a reforma psiquiátrica.

A reforma foi estabelecida pela Lei 10.216/01, que trata dos direitos da pessoa com transtorno mental e cria novo modelo assistencial para o setor. Entre as principais mudanças, estão o fechamento gradual dos grandes hospitais psiquiátricos e o veto à construção de novos estabelecimentos.

Apesar de discordar do tratamento adotado pelos tradicionais manicômios – situação que originou a reforma e o fechamento desses hospitais –, o presidente da Associação de Psiquiatria de Brasília, Antônio Geraldo da Silva, defendeu a internação das pessoas com transtornos mentais em hospitais que ofereçam serviços com qualidade técnica e tratamento adequado.

Silva também defendeu a prevenção para permitir a detecção precoce e o tratamento imediato, mas isso não acontece no Sistema Único de Saúde (SUS), apesar de recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS). Criticou ainda o fato de o setor receber apenas 2% do orçamento do Ministério da Saúde, o que, para ele, é insuficiente.

A professora de Psiquiatria da Escola Paulista de Medicina Helena Calil também defendeu a internação de pacientes em crise. Segundo ela, quem tem condição de arcar com as despesas interna o familiar em clínicas particulares, mas os mais carentes ficaram desassistidos após a reforma psiquiátrica.

Já Hélio Lauar de Barros, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria, defendeu o aumento do número de leitos disponíveis na rede hospitalar pública destinados a esses doentes, ainda que a OMS recomende o uso de medicamentos para iniciar o tratamento e evitar que o problema se torne crônico. Barros lembrou que mais de 20% da população mundial sofre de algum distúrbio mental. Ele propôs a criação de um grupo de trabalho para estudar os pontos essenciais da prestação de serviço na área.

Para o coordenador nacional de Saúde Mental do Ministério da Saúde, Pedro Delgado, a Lei 10.216/01 é um avanço e cria regras jurídicas para o tratamento da doença mental no país. Ele salientou que, até 1987, o paciente era tratado em "asilos" do Ministério da Saúde e em clínicas do Instituto Nacional de Assistência Médica e Previdência Social (Inamps), sistema que causava danos físicos e morais às pessoas.

Delgado afirmou que o número de centros de Atenção Psicossocial (Caps) para atender vítimas de doença mental tem aumentado, especialmente no interior do Nordeste.

A presidente da CAS, senadora Rosalba Ciarlini (DEM-RN), que é médica, disse que o objetivo do ciclo de debates é contribuir para uma melhor distribuição dos recursos do orçamento, bem como originar propostas legislativas. Os familiares e a pessoa com distúrbio mental também devem ser ouvidos, disse o senador Flávio Arns (PT-PR), que pretende levar o assunto a debate em outras comissões, como a de Educação, Cultura e Esporte (CE), a qual preside, e de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH).

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Quando o amor de pai já não basta - Loucura, a Busca de um Pai pelo Insano Sistema de Saúde Mental


NUNCA É DEMAIS "Se eu não estiver sempre ao lado de
meu filho, aí, sim, Mike ficará de fato muito doente", diz Earley

O escritor americano Pete Earley, de 57 anos, é especialista no sistema judiciário de seu país. De seus doze livros, o último é inspirado em uma experiência pessoal. Recém-lançado no Brasil, Loucura, a Busca de um Pai pelo Insano Sistema de Saúde (Artmed; 375 páginas) traz a história de seu filho Mike, portador de transtorno bipolar. Além do relato sensível de um pai diante da doença de um filho, Earley faz críticas ao modo como as leis americanas tratam os doentes mentais. Por causa de uma reforma ocorrida nos anos 60, dezenas de milhares de leitos psiquiátricos deixaram de existir e a maioria dos doentes ficou sem a alternativa do tratamento hospitalar – situação pela qual também passam os brasileiros. A convite do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo, Earley participou, na semana passada, de uma série de debates sobre o assunto. Antes de embarcar para o Brasil, ele falou à repórter Adriana Dias Lopes, de sua casa em Fairfax, no estado da Virgínia.

O DIAGNÓSTICO Os primeiros sintomas surgiram em 2000, quando Mike tinha 22 anos e estudava pintura na escola de artes do Pratt Institute, em Nova York. Num fim de semana, ele me ligou para dizer que tinha levado cinco mendigos ao McDonald’s porque queria conversar com eles. Logo depois, Mike falou que não tinha certeza se de fato havia feito aquilo ou apenas sonhado. Levei-o ao psiquiatra. Foi então que ouvi do médico que, se eu fosse um sujeito de sorte, Mike estaria usando drogas. Fiquei chocado com aquelas palavras. Mas hoje as entendo perfeitamente. Naquele momento, não sabia nada sobre doenças mentais e como elas podem ser cruéis.


A PRIMEIRA PRISÃO Após o episódio do McDonald’s, Mike foi a mais duas consultas psiquiátricas, mas depois desistiu. Disse que não era louco e que apenas precisava se alimentar melhor. Ele me parecia bem e, naquele momento, não me dei conta da gravidade do problema. Durante nove meses, chegamos até a pensar que a história do McDonald’s tinha sido uma casualidade qualquer. No entanto, certo dia, Mike teve um surto gravíssimo. Ele invadiu uma casa quando não havia ninguém, foi até o banheiro e tomou um banho de espuma. Os donos do imóvel infelizmente decidiram processá-lo, mesmo sabendo que se tratava de um doente mental em surto. Eles insistiram em acusá-lo como autor de um delito grave. Tudo pareceu ser desgraçadamente injusto naquele momento. A acusação poderia marcá-lo para sempre como um criminoso e teria sérias repercussões, atrapalhando sua vida profissional. Uma policial conseguiu convencer o casal a amenizar a acusação. Um ano depois da absolvição do meu filho, essa policial foi morta por um jovem de 18 anos, vítima de problemas mentais.


NENHUM CUIDADO É EXCESSIVO Até hoje me aconselham a não insistir para que meu filho se cuide. Muitos acreditam que, se eu deixá-lo bater cabeça, Mike finalmente entenderá que tem de seguir o tratamento de forma regular. Essas pessoas não percebem que "bater cabeça", no caso do meu filho, pode significar o suicídio – 40% dos bipolares tentam se matar. O paciente acredita realmente que pode ficar bem sem medicação – essa é outra característica da doença. Se eu não estiver sempre ao seu lado, aí, sim, Mike ficará de fato muito doente. Será que essas pessoas falariam algo semelhante se ele fosse portador de síndrome de Down, por exemplo? Os pais de uma criança com Down nunca são criticados por advogar por seu filho. E tanto Down quanto transtorno bipolar são distúrbios cerebrais. Em relação aos doentes mentais, nenhum cuidado é excessivo. Meu filho tem uma doença. Uma doença que afeta seu cérebro e rouba sua capacidade de decisão.

O SOFRIMENTO MAIOR A pior coisa para um pai ou para uma mãe é não poder resolver o problema de um filho. Como pais, estamos habituados a amar e proteger nossas crianças. Mas, quando uma delas tem um transtorno mental, nosso amor não é mais suficiente. Já senti raiva, já senti frustração e já chorei por causa de Mike. É horrível olhar para o rosto de meu filho e perceber que, nos momentos de crise, é como se eu não fosse seu pai.


PUNIÇÃO E TRATAMENTO Não há nada de humanitário em impedir que um paciente seja tratado contra sua própria vontade, a menos que ele represente um risco para outra pessoa. Dessa forma, a lei pune meu filho em vez de ajudá-lo. O sistema de saúde americano diz que não há nada a ser feito até que meu filho se torne perigoso. Ao mesmo tempo, o sistema penal determina que, se ele se tornar perigoso, poderá prendê-lo. É preciso entender definitivamente uma questão elementar sobre doenças mentais: elas roubam das pessoas a capacidade de tomar decisões inteligentes. O mais frustrante nessa história toda é que sabemos como ajudar esses doentes. Cerca de 70% deles se beneficiam da medicação disponível. Mas, com as leis atuais, em vez de lhes dar ferramentas para que levem uma vida razoavelmente normal, eles são acusados de preguiçosos, viciados, bêbados ou vagabundos. Prefere-se culpá-los a ajudá-los.


O SISTEMA DE SAÚDE IDEAL Nos Estados Unidos, ninguém pode ser mantido confinado involuntariamente por mais de 72 horas sem ter o direito de comparecer perante um juiz com um advogado, à exceção dos autores de delitos extremamente graves, como assassinato. Nessa audiência, o juiz decide se a pessoa deve ou não ser levada a um hospital contra a própria vontade. Os tribunais americanos entendem, por exemplo, que um esquizofrênico que come seu próprio excremento não pode ser detido em um hospital porque comer fezes não é um ato perigoso. Do meu ponto de vista, o correto seria que o tribunal nomeasse três psiquiatras sem relação com o paciente para que eles opinassem sobre a necessidade ou não de internação. Meu filho acredita que o ex-presidente George W. Bush estava por trás dos atentados de 11 de setembro em Nova York. Essa é a sua opinião política com a qual posso não concordar. Mas, quando ele me diz que pode voar ou que não sou seu pai, está claro que é doente e precisa de ajuda.


O FUTURO Mike estava indo bem quando publiquei o livro, em 2006. Mas há pouco mais de um ano ele teve duas crises graves. Tal como ocorreu em tantas outras ocasiões, havia parado de tomar a medicação. Numa das vezes, ficou com medo de que eu chamasse a polícia e saiu de casa. Foi dirigindo da Virgínia até a Carolina do Norte (270 quilômetros de distância). No meio do caminho, ele me ligou dizendo que ouvia vozes que lhe garantiam que morreria se saísse do carro. Mike se recusava a falar onde estava. Consegui convencê-lo a voltar para casa e tomar os remédios. No caso do meu filho, os medicamentos levam três semanas para começar a fazer efeito. Pouco tempo depois do episódio do carro, ele teve outra crise. Mike saiu de casa nu e foi pego pela polícia mais uma vez. Quero o que todo pai quer para seu filho: um bom trabalho, uma família e felicidade. Mas tudo isso é difícil para Mike. Ele está sem trabalho, não é casado e tem poucos amigos. Minha prioridade é mantê-lo bem. Mike tem sorte, porque tem irmãos que cuidarão dele quando eu e sua mãe não estivermos mais aqui.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Violência X Saúde Mental

Criminoso ou doente mental?

Retirado do Blog saúde para Todos do Correio Braziliense o "psiquiatra Antônio Geraldo fala hoje sobre o costume de explicar atos violentos com a desculpa de que o criminoso possui problemas psiquiátricos. Para ele, é preciso cuidado com essa simplificação. Confira!"

VIOLÊNCIA E DOENÇA MENTAL

A violência é uma realidade no mundo atual. Está presente em todos os níveis, em quase todas as culturas, muito presente no nosso dia a dia, e cada vez mais, nos deixa intranquilos, nos provoca insegurança, ansiedade, insônia, um estresse diário.
Fui chamado para participar de um telejornal, ao vivo, com uma grande audiência, e o tema não era outro senão o que tem acontecido nos últimos dias e está na mídia em geral. São várias situações em que pessoas envolvidas com homicídios, após serem presas, falam que fazem tratamento psiquiátrico. Esta situação passa uma mensagem muito ruim para os familiares, amigos e pacientes que padecem de transtornos mentais. Temos de ter uma avaliação e uma postura equilibrada no sentido de não desvalorizar e nem tampouco supervalorizar tais notícias e também ao passar as informações para a população.
Os profissionais da mídia ao dar a notícia, apenas passam ao telespectador às informações recebidas. Claro que, em inúmeras situações, criminosos se dizem ser padecentes de doenças mentais, pensando que assim, poderão facilmente se safar de serem condenados. Um grande engano. Mas o que mais importa aqui é explicar a comunidade.
Em um estudo epidemiológico na Alemanha, Haefner e Boeker, após uma pesquisa de cerca de 10 anos, encontraram que não havia um excesso de doentes mentais entre os criminosos violentos. Steadman em 1998, em Nova York, não encontrou diferença na prevalência de violência em doentes mentais, que não abusaram de substâncias em relação à população em geral. Porém, o estudo dele mostra que o risco de violência em pessoas da população geral com relato de abuso de álcool ou drogas foi cerca de duas vezes maior do que em pessoas com esquizofrenia.
O que podemos constatar é que a associação entre doença mental e violência, pelo menos na intensidade em que tem sido noticiada, não apresenta uma explicação científica real. A pessoa que tem doença mental pode se tornar agressivo se estiver alcoolizado, mas sabemos que não é um privilégio do doente, pois àqueles que não tem a doença, quando alcoolizado, também comete crimes.
O que nos preocupa muito é o estigma que ronda a psiquiatria desde os seus primórdios. Com estes novos fatos pode levar a piorar a maneira como lidamos com pessoas que adoeceram e precisam de nossa ajuda. Tenho em mente uma frase: "O doente mental, não é por via de regra violento, perigoso, ele precisa de ajuda médica, tratamento e não deve se envolver com álcool e drogas".
Pessoas com doença mental necessitam de nossa compaixão, nosso cuidado, nossa proteção. Rótulos como esses impedem a verdadeira compreensão da doença e o pior da pessoa que precisa tanto de ajuda.

Eventos 2009

» Maio

FÓRUM - JUSTIÇA E DOENÇA MENTAL
Data: 07 a 09 de maio
Local: São Paulo e Brasília
Informações: Evento irá discutir o direito à saúde nos sistemas de saúde e judicial no Brasil.
Telefone: (11) 2192-8678
e-mail: seminario@prr3.mpf.gov.br
Site: www.hcnet.usp.br/ipq/justicaedoencamental



» Agosto

XVI Jornada de Psiquiatria do Centro-Oeste e II Simpósio Int'l sobre a Saúde da Mulher
Data: 27 a 29 de Agosto
Local: Brasília/DF
Informações: Anote na sua agenda! 27 a 29 de agosto - Brasília/DF. Em breve mais informações!
Telefone: (61) 3443-1623
e-mail: cursos@apbr.com.br
Site: www.apbr.com.br

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