sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Cerca de 25% dos portadores de bipolaridade tentam suicídio

Cerca de 25% dos portadores de bipolaridade tentam suicídio


Sociedade Brasileira de Psiquiatria chama a atenção para diagnóstico precoce
Raquel Valli
raquel.valli@rac.com.br





A Associação Brasileira de Psiquiatria, organização sem fins lucrativos que representa os psiquiatras brasileiros, está lançando uma campanha nacional de alerta sobre transtorno bipolar - síndrome cujo índice de tentativa de suicídio entre os doentes é de 25%. Destes, cerca de 4% suicidam-se de fato. Entretanto, a quantidade de tentativas cai para cerca de 10% entre os que são tratados.

Por isso, a ABP quer incentivar o diagnóstico precoce - que hoje pode demorar mais de 10 anos por confundir-se com sinais de outras doenças.

A bipolaridade é um dos três distúrbios mentais mais comuns (os outros são esquizofrenia e depressão) e é a sexta principal causa de falta ao trabalho.

O transtorno

Manifesta-se principalmente (cerca de 60%) a partir da adolescência (entre 15 e 19 anos), apesar de ocorrer em qualquer idade. Afeta de 3% a 8% da população, alternando o comportamento do paciente em fases de hiperexcitabilidade (agitação) com fases de profunda tristeza (depressão).

A doença é crônica, como o diabetes e a hipertensão arterial, mas, assim como ambas, também pode ser controlada.

Principais sintomas

• Sentimento de êxtase, júbilo
• Irritação e agitação
• Pensamento e fala rápida
• Distrair-se facilmente
• Desejo de envolver-se em vários projetos ao mesmo tempo
• Insônia ou pouca necessidade de sono
• Comportamento impulsivo e de risco, como sexo por impulso e sem proteção
• Julgamento prejudicado
• Agressividade e hostilidade

A campanha

Faz parte de um programa de educação continuada da ABP contra o estigma e preconceito em relação a pacientes com transtornos mentais. Inclui a distribuição de material educativo para pacientes e familiares e programa de educação médica continuada.

"Temos que identificar e tratar pessoas com transtorno bipolar, para que tenham uma vida normal e produtiva. Isto significa não apenas tratar o paciente adequadamente, mas também combater o estigma e preconceito contra as pessoas portadoras de transtornos que afetam a mente, e reintegrá-los à sociedade”, afirma Antônio Geraldo da Silva, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria.

A ABP conta também com o apoio das sociedades regionais de psiquiatria e irá distribuir material educativo em hospitais e centros médicos, tanto para profissionais de saúde, quanto para pacientes e seus familiares.
A cada ano, a associação organiza o Congresso Brasileiro de Psiquiatria – o maior evento brasileiro e da América Latina (e o terceiro maior do mundo) da especialidade. Mais informações podem ser obtidas pelo www.abp.org.br

FONTE: http://correio.rac.com.br/_conteudo/2012/11/capa/nacional/leia_mais/10361-cerca-de-25-dos-portadores-de-bipolaridade-tentam-suicidio.html

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Novo CP: Associação Brasileira de Psiquiatria quer criminalizar Psicofobia

Novo CP: Associação Brasileira de Psiquiatria quer criminalizar Psicofobia


A possibilidade de criminalização da Psicofobia no Novo Código Penal foi tema de uma audiência do senador Pedro Taques (PDT-MT) com a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), na manhã do dia 07.11. O mato-grossense, relator da Comissão que estuda a reforma a legislação penal, recebeu contribuições da entidade que pretende tornar crime, inclusive com a possibilidade de prisão, a prática preconceituosa contra pessoas que apresentam algum tipo de transtorno mental ou problema psicológico.

"Precisamos desenvolver melhor o tema. Gostaria de uma contribuição da Associação com argumentos, além de números que justifiquem a tipificação penal. É uma questão sensível que pode receber tratamento na nova legislação, por meio de emendas", afirmou o senador Pedro Taques.

Dados do Ministério da Saúde apontam que pelo menos 46 milhões de brasileiros têm problemas mentais ou psicológicos, o equivalente a aproximadamente 25% da população."O dado é alarmante e precisa de análise e comprometimento das autoridades, médicos e entidades para promover uma política de saúde pública eficiente”, avalia o psiquiatra Antonio Geraldo da Silva, presidente da ABP.

De acordo com levantamentos da entidade, "graças ao preconceito”, muitos brasileiros acabam se drogando, recorrendo a todo tipo de intervenção, mas não recebem tratamento em consultório psiquiátrico. Para a ABP, a inserção de uma nova tipificação penal pode trazer um caráter didático na cultura brasileira, estimulando as pessoas a buscar diagnóstico e tratamento.

A audiência com o senador Pedro Taques foi acompanhada pelo senador Paulo Davim (PV-RN) que se comprometeu a propor à Comissão Especial que analisa o novo Código Penal uma emenda que integrará a Psicofobia no mesmo capítulo que trata o racismo e preconceito de gênero.

Uma nova audiência deve acontecer para que a ABP e o senador Paulo Davim entreguem suas contribuições em forma de emendas ao relator.

Assessoria
FONTE: http://www.pedrotaquesmt.com.br/noticias/novo-cp-associacao-brasileira-de-psiquiatria-quer-criminalizar-psicofobia

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Entenda o que é o transtorno bipolar, doença que atinge até 8% da população



Entenda o que é o transtorno bipolar, doença que atinge até 8% da população
Entrevista com Antonio Geraldo da Silva, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria. Entenda o que é o transtorno bipolar, doença que atinge até 8% da população Entrevista com Antonio Geraldo da Silva, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria.
Ouça:  http://cbn.globoradio.globo.com/editorias/ciencia-saude/2012/11/11/ENTENDA-O-QUE-E-O-TRANSTORNO-BIPOLAR-DOENCA-QUE-ATINGE-ATE-8-DA-POPULACAO.htm

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

A droga, todos e qualquer um

Debate em torno da “internação compulsória” pode esconder desejo higienista e eugênico de isolar os dependentes, terceirizando um problema que bate à nossa porta


Como dizem os portugueses, trata-se de uma “conversa em tranças”. Pesquisa recente do Instituto Datafolha identificou que 90% dos brasileiros aprovam a internação compulsória dos dependentes de crack. A aprovação decai na medida em que os entrevistados têm mais escolaridade e/ou renda, ou se moram mais ao Sudeste e Sul do país. Mas, ainda assim, é bastante alta a simpatia com a hospitalização de dependentes químicos – à revelia da vontade deles.

Tudo indica que se trata menos de um consenso social e mais de uma desinformação sobre os meandros da drogadição, pouco compreendida como doença e ainda alardeada como vício, logo sujeita à força de vontade. O movimento social, a propósito, anda em estado de alerta, soltando o verbo contra os governos e prefeituras brasileiras que adotam a internação compulsória. Os casos mais notáveis são o Rio de Janeiro e São Paulo. Mas é possível encontrar, em uma cidade como Curitiba, a defesa apaixonada de que as ambulâncias entrem em ação.

Os argumentos são bem intencionados. O crack tem poder tal sobre as pessoas que não se pode contar com sua consciência. Esperar que os dependentes decidam por tratamento equivaleria a assistir, calado, a um suicídio. Em entrevista à Gazeta do Povo, inclusive, o promotor de Justiça da área da infância Murilo Digiácomo lembrou que não haveria no Estatuto da Criança e do Adolescente nada em contrário à internação – desde que seja o caso extremo. O estatuto costuma ser usado como argumento para reprovar a hospitalização compulsória de pessoas com menos de 18 anos.

A fala de Digiácomo é irretocável, pois se escora na “proteção integral”. O problema, contudo, permanece “em tranças”. Requer-se estrutura adequada para esse tipo de ação – órgãos de direitos humanos já identificaram que alguns centros de amparo se assemelham a depósitos, nos quais a presença de psiquiatras e profissionais especializados é frágil como a casca de um ovo. Outro perigo latente é que os arrastões para identificar e levar dependentes ganhem um caráter eugenista e higienista, como alertou o presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria, Antônio Geraldo da Silva.

Sabe-se do incômodo da população diante das legiões de drogaditos em situação de rua, marcados pela mendicância, cruzando, errantes, as cidades. Não poucos desejam a ação zás-trás do poder público, “limpando” os espaços urbanos dessa paisagem “qual o inferno de Dante”. Há quem os tema, associando a violência ao uso da droga, o que não é uma relação tão imediata assim, já que é o tráfico – inclusive o que acontece nos escritórios da droga – o propagador do crime.

A alegação de “higienismo” não deve ser descartada, em absoluto. Rejeitá-la equivaleria a desconhecer o impacto de drogas como o crack e sua complexidade em graus nunca vistos. A sociedade, em miúdos, está diante de um problema novo, que não é passível de ser solucionado de maneira imediata. Do contrário, em nome do avanço o que se promove é uma regressão aos tempos anteriores à luta antimanicomial. Foi graças a ela que os hospitais psiquiáticos passaram por reformas e que os Centros de Assistência Psicossocial se tornaram uma política de governo. O mesmo se diga dos hospitais-dia, entre outras terapias com até 25% de êxito. Não é índice desprezível. Nem é tudo.

Em meio ao debate público da internação compulsória é importante não perder de vista que a drogadição não é problema só do Estado. Nem apenas dos desafortunados que conhecem a dependência e suas famílias. Trata-se de uma epidemia, que já não escolhe esse ou aquele. A mesma sociedade chamada a se organizar para discutir e coibir a violência e a pobreza é aquela que precisa arregaçar as mangas para que tantas vidas não sejam interrompidas pelas drogas. Não se trata mais de clichê, mas de uma realidade que bate à porta. Estamos vulneráveis. A comoção nacional em torno do ex-modelo Rafael Nunes, até há pouco vivendo nas ruas de Curitiba, chamou atenção para a proximidade da droga. De todos e de qualquer um.

FONTE:  Jornal GAZETAN DO POVO - OPINIÃO
http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/conteudo.phtml?tl=1&id=1314873&tit=A-droga-todos-e-qualquer-um

sábado, 3 de novembro de 2012

Artistas fazem campanha contra a Psicofobia

De acordo com o psiquiatra Antonio Geraldo da Silva, presidente da ABP, hoje mais de 40 milhões de pessoas sofrem de algum distúrbio psíquico, e graças ao preconceito muitos acabam se drogando, recorrendo a todo tipo de intervenção, mas não passam num consultório psiquiátrico, com receio de se tornarem vítimas de preconceito.

”De verdade, quem sofre de algum transtorno psiquiátrico merece o mesmo respeito que um diabético ou portador de qualquer outra doença crônica, não tem sentido a pessoa ser discriminada”, diz o médico. Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 25% da população é portadora de alguma patologia psiquiátrica. “O dado é alarmante e precisa de análise e comprometimento das autoridades, médicos e entidades para promover uma política de saúde pública eficiente”, sugere Silva.

O fato é que o preconceito existe, e muitas pessoas estão sem receber tratamento para evitar este estigma. A despeito de hoje já existir inúmeras novidades no tratamento de doenças como bipolaridade, esquizofrenia, síndrome de pânico e outros problemas mais frequentes, como ansiedade generalizada e transtorno obsessivo compulsivo.

Celebridades relatam experiências

O motivo da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) convidar artistas para participar de campanhas de conscientização é derrubar preconceitos. Maurício Mattar, por exemplo, conta que há um ano está em tratamento contra o transtorno bipolar e, hoje, se considera uma pessoa feliz.

“Vivia entre altos e baixos e não sabia que sofria de oscilação de humor. Era uma pessoa tão instável que o fato de odiar o calor me tornava irracional, arrumava brigas homéricas, no meio das gravações, enfim, era um chato, que não sabia que era doente.

Busquei todo tipo de ajuda, no budismo, na meditação e outros lugares que, claro, me ajudaram, mas, me equilibrar de fato, só a medicação mesmo”, diz. O mesmo relata o locutor Luciano do Valle, que viveu uma de suas piores experiências , quando estava na África do Sul, às vésperas da Copa do Mundo de Futebol de 2010. Com quadros depressivos, síndrome do pânico e bipolaridade, não conseguia trabalhar.

A crise quase o fez desistir da profissão. Ele conta que só mesmo a ajuda psicotera-pêutica e as medicações lhe devolveram o equilíbrio mental. Tanto que acaba de escrever um livro book com depoimento de 50 pessoas que fizeram ou fazem parte do cenário esportivo, e com quem ele cruzou ao longo de sua carreira. O locutor se empenha junto com a ABP para inserir nos quadros esportivos a obrigatoriedade de acompanhamento psiquiátrico para jogadores de futebol.

”Assim como tem preparador físico, nutricionista e outros profissionais, os times precisam, também, de acompanhamento com psiquiatra”, afirma.

Por sua vez, a atriz Luciana Vendramini recorreu a caminhadas, à acupuntura e até mesmo à sua irmã, com quem convivia na época em que foi vítima de um surto de transtorno obsessivo compulsivo, quando chegou a precisar de 24 horas do dia para realizar apenas três tarefas: tomar banho, levantar e dormir.

”Eram horas para conseguir sair do quarto, outras tantas horas para concluir o ritual do banho, e outras tantas para contar um xis de táxis, antes de finalmente conseguir me deitar”, diz. A atriz, que começou cedo sua carreira, não imaginava que sua doença era tão séria, e mesmo lendo tudo que podia sobre o assunto passou pela difícil fase da negação, dela e de sua família, com relação à doença.

Mas ainda hoje enfrenta o problema com relação aos colegas de trabalho. “É difícil aceitar o que não se entende. Por isso, temos que tornar as pessoas mais conscientes destas doenças”, diz. Para contribuir com a campanha, Luciana está escrevendo um livro, em parceria com o psiquiatra Antonio Silva, que deverá ser lançado até o final do ano.

Psicofobia é crime, diz presidente

Na visão do presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), o psiquiatra Antonio Geraldo da Silva, o programa “Sociedade contra o Preconceito”, que na verdade foi deflagrado no ano passado, com a presença de personalidades como Cássia Kiss e Chico Anysio, durante congresso no Rio de Janeiro, está ganhando as ruas e os noticiários.

Já está no Senado uma discussão que pretende imputar a psicofobia como crime: aquele que discriminar um portador de doença psiquiátrica.

Além disso, há também discussões científicas fundamentando toda a problemática. O psiquiatra afirma que basta que a ideia seja disseminada e que todos se unam para que se puna a psicofobia da mesma forma como hoje ocorre com a homofobia, o racismo e outras situações que envolvem discriminação. “Somente juntos poderemos desmistificar e acabar de vez com o que é dito e pensado de forma errônea sobre os portadores de transtornos e deficiências mentais”, diz.

O senador Paulo Davim (PV) reconhece que os números apresentados são alarmantes e é preciso agir rápido para evitar que o preconceito contra portadores de transtornos e deficiências mentais se torne mais um problema de direitos humanos. Ele diz que o momento é oportuno para apresentar emenda criminalizando a psicofobia, mas ressalta que a luta ainda está no início. “Os doentes mentais têm direito a ser tratados com respeito e a hora é agora, com a análise do anteprojeto do Código Penal. Se a homofobia é considerada crime de racismo, a psicofobia também precisa ser criminalizada”, diz.

Quem faz coro ao psiquiatra é o médico argentino Jorge Luis Pellegrini, um dos convidados internacionais para o Congresso Internacional de Acompanhamento Terapêutico, que acontece em São Paulo entre os dias 15 e 17 de novembro. Ele participa de debates sobre a prática de tratamento humanizado a pacientes em sofrimento psíquico e afirma que “é preciso parar de pensar em doença mental como um processo que fatalmente conduz à cronicidade”.

Para o psiquiatra, “com o desenvolvimento das técnicas no campo da psicoterapia, psicofarmacologia, expressão corporal, psicodrama, terapia de grupo e tudo o que foi desenvolvido na Argentina, por exemplo, e em várias partes do mundo, é absolutamente insustentável que haja internações que durem mais de 20 dias.”

Sua proposta é ir às ruas, onde as doenças se produzem. Pelegrini recebeu, em 2005, o Prêmio Mundial de Psiquiatria por sua atuação, ao longo de toda a vida, em defesa dos direitos humanos em psiquiatria. Ele próprio foi vítima da violação desses direitos durante a ditadura argentina militar, quando foi preso e excluído da universidade e do hospital onde trabalhava.
FONTE: http://www.fmdiario.com.br/Noticias/Saude/115163,,Artistas+fazem+campanha+contra+a+Psicofobia+.aspx

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Depressão Diagnóstico Tratamento pelo Clínico

Depressão diagnóstico tratamento pelo clínico
Autores: Fabiano Coelho Horimoto – Danusa Céspedes Guizzo Ayache – Juberty Antônio de Souza

Sobre o livro

A depressão é um problema de saúde crescente em todo o mundo. Uma em cada vinte pessoas é acometida por um episódio depressivo grave ao longo da vida e esse transtorno incide em grupos cada vez mais jovens da população. A depressão aumenta o tempo de internação, a morbidade no pós-operatório e a mortalidade.

Atualmente, os antidepressivos ocupam, no mercado nacional, o quarto lugar em volume de vendas. Com o advento de novas drogas, a prescrição de antidepressivos cresceu de modo significativo. Porém, alguns clínicos desconhecem aspectos importantes, como interações medicamentosas e efeitos colaterais, e optam por não tratar o paciente preferindo encaminhá-lo a um psiquiatra.

Orientar esses colegas não-psiquiatras é o objetivo maior de Depressão: Diagnóstico e Tratamento pelo Clínico , que abrange conceitos gerais sobre depressão, proporcionando um conhecimento mais sólido e a instrumentação desses no que se refere à utilização dos psicofármacos, com base nos mais recentes avanços nessa área.

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