segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Medicamentos para tratar a ansiedade são mais vendidos

Inscrições para 30º Congresso de Psiquiatria já podem ser realizadas

Entre os dias 10 e 13 de outubro acontece o XXX Congresso Brasileiro de Psiquiatria, que será realizado no Centro de Convenções de Natal. O formulário de inscrições para o evento já estão disponíveis.


O Congresso, que tem por tema "Psiquiatria, ciência e prática médica", é promovido e organizado pela Associação Brasileira de Psiquiatria - ABP e pela Associação Norteriograndense de Psiquiatria - ANP, e tem público estimado de 6.000 congressistas, dos quais 85% médicos.

Este é considerado o maior evento da especialidade realizado na América Latina, reunindo especialistas de renome nacional e internacional durante toda a programação do congresso.

Confira o calendário de atividades, programação, formas de envio de trabalho e efetue a sua inscrição através do site do evento: http://abp.org.br/2011/congresso/

Leia o convite do Presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria:

Ciência e Prática Médica no XXX CBP

Estamos nos preparando para a 30ª edição do Congresso Brasileiro de Psiquiatria. Conhecido por ser o maior e melhor evento da especialidade realizado na América Latina, o XXX CBP está marcado para os dias 10 a 13 de outubro quando especialistas de renome nacional e internacional estarão juntos em Natal, no Rio Grande do Norte para participar do congresso.

A Comissão Científica já está trabalhando na elaboração de um programa condizente com os propósitos da ABP de promover a integração da pesquisa com a prática clínica, com foco no aprendizado e na atualização dos psiquiatras.

As comissões estão trabalhando com o propósito de oferecer o melhor aos mais de 5.500 congressistas esperados em Natal. Para tanto, os avanços instituídos no Congresso de 2011, realizado no Rio de Janeiro, serão mantidos e até ampliados:

- as sessões “Como eu Trato” e “Como eu Faço” serão em maior número, possibilitando o aprofundamento em temas voltados à prática clínica e facilitando o contato dos congressistas com grandes especialistas de diferentes áreas de atuação;

- as atividades de intercâmbio com a sociedade, como os projetos Sociedade contra o Preconceito e Craque que é Craque não usa Crack continuarão sempre representadas nas sessões – ”conversando com”

 - as sessões de Temas Livres serão mantidas, dando oportunidade aos autores de Pôsteres selecionados pela Comissão de Avaliação para que façam a apresentação oral de seus trabalhos, de forma detalhada, aos congressistas e à Comissão de Avaliação de Pôsteres.

E, de forma democrática e transparente, a Comissão Científica convida os associados a enviarem sugestões para a elaboração do Programa Científico. Queremos fazer um Congresso que atenda às expectativas dos psiquiatras e, para isso, a participação de todos é fundamental.

Estamos confiantes que o XXX CBP será um grande evento. Natal oferece uma ótima infraestrutura, um povo caloroso e dias de sol para receber os congressistas. Além disso, a organização pensou em pontos que facilitarão a participação dos congressistas, como o parcelamento das inscrições e a grade horária regionalizada, de forma que todos aproveitem a excelência do Programa Científico e possam usufruir de momentos de lazer, com o reencontro de colegas de todo o país.

As inscrições para o XXX CBP já estão abertas, com valores promocionais, facilitando assim o planejamento antecipado dos participantes.

Seguimos em busca do conhecimento e de melhorias na assistência em saúde mental no Brasil.

Nos encontramos em Natal no XXX CBP!

Antonio Geraldo da Silva
Presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria

Fonte: SINMED-RN

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Nove em dez brasileiros são a favor da internação involuntária para dependentes de crack

Nove em dez brasileiros são a favor da internação involuntária para dependentes de crack Nove em cada dez brasileiros são a favor da internação involuntária para dependentes de crack, revela uma pesquisa Datafolha feita em 160 cidades.


Nesses casos, o viciado recebe um diagnóstico da dependência e é encaminhado para o tratamento, independentemente de ter consentido com a reclusão.

A medida divide especialistas - enquanto alguns acreditam que a decisão de se internar é parte do tratamento e da aceitação do vício, outros defendem que o viciado não tem condições de discernir se precisa ou não da internação.

Para o presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria, Antonio Geraldo da Silva, o tratamento é eficiente nos dois casos que ele cita nos audios disponíveis na Band News FM.
Veja mais no:
http://bandnewsfm.band.com.br/Noticia.aspx?COD=568156&Tipo=225

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Decisão do Brasil de mudar tratamento de pacientes mentais provoca polêmica

Decisão do Brasil de mudar tratamento de pacientes mentais provoca polêmica


Gláucia Chaves
Publicação: 08/01/2012 08:00 Atualização:
Fonte: Correio Braziliense

A figura do doente mental sempre esteve presente na sociedade. Ao longo do tempo, o que mudou foi a maneira de lidar com pessoas acometidas por esse tipo de mal. Se antes os que se situavam na periferia da razão eram isolados do convívio social em instituições ou domicílios especializados, desde 2001 o Brasil escolheu partir para a chamada reforma psiquiátrica — movimento de profissionais da saúde idealizado para substituir os manicômios por práticas terapêuticas que valorizem a socialização e a individualidade de cada doente, por meio de uma rede de ações. Mesmo após mais de uma década de sua formalização, contudo, a estratégia ainda é polêmica, especialmente com relação à redução do número de leitos em hospitais psiquiátricos.

Segundo o Ministério da Saúde, desde 2003 a Política de Saúde Mental no Brasil adota um “modelo de atenção integral aos pacientes estruturada nos princípios da reforma psiquiátrica”. A ideia principal é descartar a hospitalização como única possibilidade de tratamento. Nesse sentido, foram criados espaços que funcionam como alternativas pré-internação, como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPs), as equipes de Saúde da Família, os Consultórios de Rua e as Casas de Acolhimento Transitório (CATs), com tratamentos que foram incorporados ao Sistema Único de Saúde (SUS). A estimativa é de que até 2014 o Ministério da Saúde financie a criação de 7.780 vagas em unidades de acolhimento, “que abrigarão os dependentes químicos por até seis meses para estabilização clínica e controle da abstinência”, de 216 consultórios de rua para o tratamento de dependentes químicos e de mais 3,6 mil leitos na rede de assistência.
Outra diretriz adotada pelo governo, a implementação de uma política de atenção integral direcionada a usuários de álcool e outras drogas — que prevê a internação de quem sofre com esse tipo de problema — tem, entretanto, acalorado a discussão. Para o presidente do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Humberto Verona, a prática é um retrocesso. “A reforma veio depois de muito trabalho dos profissionais de saúde para convencer as pessoas de que o louco é humano também e que a internação não é a solução para ninguém. Aí, vem uma política oficial e defende o oposto disso”, justifica.


Segundo Verona, a divulgação que tem sido feita a respeito das internações de usuários de drogas pode induzir a população a acreditar que o confinamento significá o fim dos dependentes químicos. “Fizemos inspeções e vimos que em alguns locais as pessoas sofrem tortura, são presas em celas ou ameaçadas de perder a guarda dos filhos por ter tido recaídas na droga”, enumera.

Deficiências

Para o presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), Antônio Geraldo da Silva, até mesmo a terminologia “reforma psiquiátrica” está equivocada, pois não se baseia em ciência, mas em uma ideologia. “Ninguém reforma uma especialidade médica”, esclarece. Segundo Antônio, o que falta para que a “reforma” funcione é a integração dos profissionais da rede pública de saúde. Acabar com o atendimento hospitalar de doentes mentais, de acordo com o presidente da ABP, fez com que os pacientes fossem remanejados para as ruas e prisões. “O que foi proposto no Brasil resultou em moradores de rua doentes mentais e doentes na cadeia, transformando os presídios em manicômios, mostrando que o modelo é tão falido quanto o hospitalocêntrico”, defende. Antônio acredita que, para que o problema seja realmente resolvido, é necessário criar uma abordagem estruturada em três pilares principais: proteção, promoção e prevenção da saúde mental.

Juracyr (C) e os filhos com esquizofrenia: atendimento sem internação

Embora também defenda a existência de uma rede de atendimento, o médico acrescenta que os CAPs ainda estão longe do que seria o ideal. “Um CAPs atende de 300 a 500 pessoas. Hoje, existem cerca de 1,6 mil CAPs, que não atendem nem sequer 1 milhão de pacientes”, calcula Geraldo. “Seriam necessários 92 mil CAPs para atender os 46 milhões de doentes. Ou seja, não resolvem o problema.” A solução, de acordo com Antônio, seria a criação de centrais de atendimento às doenças mentais em cada posto de saúde do país. “Se esses espaços adiantassem, não haveria tantos viciados em crack e 60 mil doentes mentais na cadeia. Querem transformar em um problema policial o que é um problema médico.”

Ao longo de seis anos de existência, o CAPs 2 do Paranoá já atendeu cerca de 6 mil pessoas. Atualmente, 350 pacientes com esquizofrenia, psicose, transtorno obsessivo compulsivo, depressão e neuroses graves dividem o espaço. Ricardo Alves, psicólogo e gerente do CAPs, explica que cada paciente tem um plano terapêutico personalizado, de acordo com a sua enfermidade. “É uma reabilitação psicossocial. Além da medicação e consultas com médicos, eles frequentam grupos terapêuticos de ordem de oficinas, produção e psicoterapia”, detalha. “Os pacientes que vêm para cá muitas vezes passaram por longas internações. São pessoas que desaprenderam a viver.”

Acompanhamento

Juracyr Pereira Ramos, 60 anos, tem dois filhos que frequentam o CAPs. Os dois sofrem de esquizofrenia. A empregada doméstica conta que precisou largar o emprego para poder acompanhar Júlio César e Advan Pereira Ramos, 32 e 37 anos, respectivamente. “Prefiro vir com eles porque não confio em deixar que eles venham sozinhos”, comenta. Os remédios são administrados por ela, sempre no horário determinado pelos médicos. “Quando comecei a tomar os remédios, minha vida mudou”, diz Júlio César. “Me acho mais saudável. Eu ficava o dia inteiro na rua, fazendo nada.” José Alfredo dos Santos, 43 anos, também recebe tratamento para esquizofrenia no CAPs do Paranoá. Antes de conhecer a unidade, há quatro meses, quando chegou a Brasília, o paulistano já contabilizava mais de 15 anos de terapias, remédios e internações.

Da época em que ficou internado, por vontade própria, José guardou na memória o descaso. “Aqui, o pessoal é mais experiente. Eles prestam atenção no que a gente fala.” Nas terapias de grupo com os demais pacientes, José teve a chance de expor o que pensa e ouvir as experiências dos colegas — e ganhou autoestima para se renovar. “Sempre pesquisei, queria entender como buscar a cura. Nunca choraminguei pela minha situação.” Engajado, ele conta que participava do Conselho Regional de Psicólogos e de conferências de saúde mental da Universidade Estadual Paulista (Unesp) — além de ter sido candidato a vereador por três vezes em São Paulo. “Não ganhei porque fui honesto demais”, brinca.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Nota da Associação Brasileira de Psiquiatria sobre o programa de enfrentamento ao crack anunciado pelo Governo Federal

Nota da Associação Brasileira de Psiquiatria sobre o programa de enfrentamento ao crack anunciado pelo Governo Federal


Nos solidarizamos com o Governo Federal no combate ao crack, droga responsável pela desestruturação de famílias e pela degradação humana. Entretanto, gostaríamos de fazer algumas considerações sobre o plano lançado no dia 7 de dezembro de 2011.

Há pouco mais de um ano, o então presidente Lula lançou programa semelhante ao anunciado pela presidente Dilma Rousseff. De lá para cá, pouca coisa mudou. No plano de Lula, a promessa era de que fossem investidos R$ 410 milhões no enfrentamento das drogas. O que saiu do papel chegou a pouco mais da metade desse valor. Se os R$ 4 bilhões anunciados agora forem realmente investidos, se esse recurso ficar livre dos contingenciamentos, já será um bom começo. E é só o começo mesmo porque, para um país do porte do Brasil, um investimento de R$ 4 bilhões pode até parecer enorme, mas é pouco quando se considera o caráter crônico das medidas necessárias, desde a proteção e promoção da saúde, prevenção primária até a atenção ao dependente químico.

Ao que parece, o agravamento da situação do crack revelou as fragilidades da política de álcool e drogas do Governo Federal e abriu espaço para as necessárias correções em bases científicas mais sólidas. Ainda hoje, os profissionais de saúde que atendem dependentes químicos são insuficientemente treinados. É preciso aprofundar o conteúdo dos cursos oferecidos a esses profissionais, de modo que sejam contempladas as diferentes técnicas de tratamento dos dependentes químicos. Sugerimos também incluir disciplinas de dependência química em todas as graduações de Medicina.

A possibilidade de garantir tratamento mesmo aos menos motivados e que demandam internação involuntária coloca outro desafio, pois as equipes de avaliação e atendimento têm de ser bastante hábeis para garantir tratamento baseado em evidências médicas adequadas. De nossa parte, apoiamos a aplicação da Lei 10.216 pois acreditamos que o mais importante é a proteção da vida.

Um grande mérito do atual programa é o propósito de oferecer 2.462 leitos especializados no SUS para pacientes em crises de abstinência e em casos de intoxicações graves. Caso haja equipes habilitadas para o atendimento, isso representará um avanço significativo na política de atenção ao dependente químico. Da mesma forma, saudamos a ampliação das vagas de residência em Psiquiatria nos hospitais públicos.

Ressaltamos que a abertura de consultórios de rua pode não surtir o efeito desejado pois, ainda que fiquem restritos à abordagem na perspectiva de redução de danos, ou seja, de contato inicial para aproximar o dependente químico dos sistema de saúde, já representarão grande desafio pois promoverão demanda por atenção de alta complexidade em leitos especializados. Lembramos ainda que tratamentos desse tipo devem ser realizados em local adequado e que, em sua equipe, é eticamente e tecnicamente indispensável a presença de médicos psiquiatras, prerrogativas não contempladas nos consultórios de rua.

A ampliação da rede de Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas 24 horas é bem-vinda, mas implica na necessidade de organização de equipes capazes de dar conta de intercorrências clínicas mais significativas entre usuários de crack. Ou seja, para que a medida não seja inócua, será preciso ter equipes médicas também 24 horas nos CAPs AD.

O fato de a proposta ter passado ao largo de consultas a instituições como a Associação Brasileira de Psiquiatria e a Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas nos deixa preocupados com o que, de fato, será levado a cabo.

Também estamos preocupados com o avanço do crack no país. Por isso, lançamos durante o XXIX Congresso Brasileiro de Psiquiatria, em novembro, a campanha “Craque que é craque não usa crack”. O objetivo é sensibilizar os jovens para os riscos que a droga representa. A iniciativa recebeu o apoio de personalidades do esporte, da classe artística, da classe política e de entidades da sociedade civil, como a Central Única das Favelas.

Estamos à disposição caso o governo queira conhecer as propostas da ABP e discutir as políticas de atenção ao dependente químico e ao doente mental no país.

Antônio Geraldo da Silva

Presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria
Fonte: http://abp.org.br/2011/medicos/archive/4328

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