quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Alzheimer



quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Transtorno de Humor Bipolar


quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Transtorno de Humor Bipolar


quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Distimia


quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Transtorno de Humor Bipolar


terça-feira, 25 de outubro de 2016

Qualidade de Vida


segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Transtorno de Humor Bipolar


quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Disque 100


segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Transtorno de Ansiedade Social


sábado, 1 de outubro de 2016


quarta-feira, 21 de setembro de 2016


sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Transtorno de Humor Bipolar


segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Esquizofrenia x Suicídio


sábado, 10 de setembro de 2016


terça-feira, 6 de setembro de 2016

Homens são mais suscetíveis

Homens são mais suscetíveis


O estudo divulgado em 2014 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) - que apontou que o Brasil é o 8º país com mais suicídios no mundo - mostra que homens são mais suscetíveis a tirar a própria vida. Dos casos registrados em 2012 em território nacional, foram 9.198 homens e 2.623 mulheres, com um aumento de mais de 30% em jovens.  Até o momento, este é o perfil dos suicidas, segundo o presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), Antonio Geraldo da Silva. 

A voluntária do Centro de Valorização da Vida (CVV) explica também que há características comuns entre as pessoas com tendências suicidas. “São indivíduos que em algum momento de sua vida acumulam situações vivenciadas as quais fazem com que viver da maneira que vivem não valha a pena”, salienta.  Eles podem apresentar depressão, ter sofrido bullying e passado por ações que não conseguiram lidar bem. 
O número de casos de suicídio infantil e adolescente cresceu. Publicação do Mapa da Violência, divulgado em 2014 e que se baseia em dados coletados pelo Ministério da Saúde, aponta que as taxas de suicídio cresceram no País nas faixas dos dez aos 14 anos (40%) e dos 15 aos 19 anos (33,5%) entre 2002 e 2012. 

A psicóloga Beatriz Valenzola Frassão explica que é alto o número de crianças e adolescentes com transtorno de humor que não são diagnosticadas e nem sequer são tratadas adequadamente – o que pode explicar os números. “Há casos em que a família nem percebe a gravidade das doenças emocionais em que vivem as crianças e adolescentes”, salienta. (ACM)
Fonte: http://www.comerciodojahu.com.br/noticia/1351214/homens-sao-mais-suscetiveis

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Diagnóstico e tratamento: essenciais

Diagnóstico e tratamento: essenciais

A desesperação é o fator principal na criação da ideia de suicídio. Sua prevenção é feita por meio de diagnóstico de um quadro depressivo ou outro psiquiátrico em que o paciente apresente concepção suicida e que haja a intervenção adequada, por meio de medicamentos específicos, psicoterapia, vigilância e acolhimento familiar. A opinião é da psiquiatra Carla Salati Levorato. 
Em casos mais graves, com tentativas prévias de suicídio e sem suporte adequado na família (no sentido de proteger essa pessoa), a internação hospitalar pode ser necessária, de acordo com Carla. 
A orientação das pessoas nesses casos é fundamental, pois a sociedade precisa inteirar-se em relação a doenças mentais. “Assim como é importante orientar os médicos e os profissionais da área de saúde para identificar os sinais de ideação suicida em seus pacientes”, declara o presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria, Antonio Geraldo da Silva. 

A melhor maneira de prevenir o suicídio, segundo Silva, é mostrando histórias de pessoas que se trataram e cessaram com esses pensamentos de morte. “Apontar casos de sucesso, diminuindo o estigma e dando acesso ao tratamento por meio de um bom sistema ambulatorial”, afirma. (ACM)
Fonte: http://www.comerciodojahu.com.br/noticia/1351215/diagnostico-e-tratamento-essenciais

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Brasil é o 8º país com mais suicídios do mundo

Brasil é o 8º país com mais suicídios do mundo

Índia lidera lista da Organização Mundial da Saúde; Jaú registrou 20 suicídios entre 2014 e 2016
Entre janeiro de 2014 e maio de 2016, 20 suicídios foram registrados em Jaú. No mesmo período, 127 ocorrências de tentativas de suicídios foram contabilizadas pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) do Estado de São Paulo. Em dois anos e meio, o número de suicídios caiu na cidade, contudo, o Brasil ainda ostenta o título de oitavo país do mundo com mais ocorrências dessa natureza, segundo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado em 2014, mas relativo a 2012. 
O estudo apontou que cerca de 800 mil pessoas cometem suicídio todos os anos no mundo – 11,4 mortes para cada 100 mil habitantes. Em 2012, foram registradas 11.821 mortes no Brasil, sendo 9.198 homens e 2.623 mulheres, com taxa de seis para cada grupo de 100 mil habitantes. O primeiro país da lista é a Índia, com 258 mil óbitos (veja quadro). 
O problema de saúde pública pode ser ocasionado por diversos motivos. “Se olharmos em termos relativos, nossos índices não são os piores, mas há um alerta, pois tem subido a cada ano. De forma geral, o suicida não consegue lidar com algumas emoções que se acumulam internamente”, afirma a voluntária Adriana Rizzo, do Centro de Valorização da Vida (CVV). A associação civil sem fins lucrativos presta serviço voluntário e gratuito de apoio emocional e prevenção do suicídio (leia texto). 
Outro fator preocupante desse alto índice no Brasil é que o serviço de saúde pública para tratamento psiquiátrico é ineficiente, de acordo com o presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), Antonio Geraldo da Silva. A ABP tem a cartilha “Informando para Prevenir”, voltada para profissionais de saúde, que busca ajudá-los a reconhecer a concepção suicida e o risco no paciente, pois 80% das pessoas que tiram a própria vida foram a uma consulta médica, com um médico não psiquiatra, pelo menos um mês antes de sua morte.  
Apoio

Família e amigos podem fornecer apoio às pessoas com tendências suicidas e prevenir tais ocorrências. De acordo com a psicóloga Beatriz Valenzola Frassão, é na convivência familiar que poderá ser notado algo de diferente com algum membro da família. “Diante dessa percepção de conflito emocional, sinais de sofrimento e mudança de comportamento que é necessário agir na busca rápida de profissionais especializados, como psiquiatra e psicólogo”, comenta. A psicoterapia auxiliará o indivíduo a ampliar as perspectivas de solucionar os conflitos e, assim, descobrir outras formas de lidar com as situações. 
FONTE: http://www.comerciodojahu.com.br/noticia/1351201/brasil-e-o-8º-pais-com-mais-suicidios-do-mundo


terça-feira, 30 de agosto de 2016

Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade


sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Transtorno de Ansiedade


quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Depressão, a dor da alma - TV Brasil





Como diferenciar o transtorno depressivo de uma tristeza profunda? Como a depressão se manifesta quimicamente no corpo humano? Por que duas pessoas podem viver uma mesma situação de dor e apenas uma delas desenvolver depressão?
Ioga – terapias alternativas ajudam a amenizar os efeitos da depressão.Ioga – terapias alternativas ajudam a amenizar os efeitos da depressão.
"Quando eu entendi que tinha melhorar o meu estilo de vida, (...) fui fazendo várias mudanças pra ter uma vida mais saudável", relata Viviane Vaz, que criou um blog com dicas para combater a bipolaridade."Quando eu entendi que tinha melhorar o meu estilo de vida, (...) fui fazendo várias mudanças pra ter uma vida mais saudável", relata Viviane Vaz, que criou um blog com dicas para combater a bipolaridade.A doença que atinge uma em cada quatro pessoas no mundo, segundo dados da 
Organização Mundial de Saúde, pode levar à morte. "A depressão é a maior causa de suicídios. No Brasil, nós temos 12 mil suicídios por ano", alerta o presidente da Associação Brasileira de PsiquiatriaAntônio Geraldo da Silva.
Como a depressão afeta os familiares e amigos de vítimas fatais da doença? Em 2013, o baixista da banda Charlie Brown Jr., conhecido como Champignon, faleceu aos 35 anos por causa da depressão, deixando a esposa – a cantora Cláudia Bossle –, então grávida de 5 meses. "Não cabe só a médico, psicólogo, enfermeira. Cabe a todos da sociedade. As pessoas precisam saber como prevenir, como ajudar", destaca Cláudia Bossle.
"A gente precisa se preparar porque, em alguma época da vida, a gente vai perder alguém que a gente ama", diz a cantora Cláudia Bossle, explicando que um dos motivos da depressão do marido, Champignon, foi a perda do amigo Chorão, ambos músicos da Banda Charlie Brown Jr."A gente precisa se preparar porque, em alguma época da vida, a gente vai perder alguém que a gente ama", diz a cantora Cláudia Bossle, explicando que um dos motivos da depressão do marido, Champignon, foi a perda do amigo Chorão, ambos músicos da Banda Charlie Brown Jr.
A depressão pode estar associada a outras doenças, como o transtorno bipolar, em que o portador oscila entre fases de profunda depressão e de euforia. A engenheira Viviane Vaz recorreu a vários tratamentos para estabilizar os impulsos e hoje ajuda outros pacientes a controlar a bipolaridade.
A depressão pode se manifestar em diversas etapas, da infância à terceira idade. Celebridades, como humorista Chico Anysio, admitem ter tido uma vida mais produtiva porque romperam com o preconceito e buscaram o apoio de psiquiatras e psicólogos. Da eletroconvulsoterapia, passando por medicamentos antidepressivos, sessões de psicologia até a acupuntura, ioga, jardinagem danças circulares…. Cada um com sua forma de pôr fim à chamada “dor da alma.”
Reportagem: Flavia Peixoto
Imagens: Sigmar Gonçalves
Auxiliar: Edivan Viana
Produção: Tiago Bittencourt, Mariana Fabre Kamila Braga
Edição de texto: Patrícia Araújo
Edição de imagem e finalização: Henrique Corrêa André Eustáquio
Arte: Dinho Rodrigues Antônio Trindade
http://tvbrasil.ebc.com.br/caminhosdareportagem/episodio/depressao-a-dor-da-alma

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Transtorno de Humor Bipolar


terça-feira, 23 de agosto de 2016

Achei que meu bebê iria morrer e depois ressuscitar’: Mães relatam o sofrimento com psicose pós-parto

Achei que meu bebê iria morrer e depois ressuscitar’: Mães relatam o sofrimento com psicose pós-parto

BBC
Image captionHannah e sua filha Esther na unidade de tratamento
Imagine olhar para seu bebê recém-nascido e ter certeza de que ele vai morrer e ressuscitar. Parece roteiro de ficção, mas na verdade trata-se de um sintoma relativamente comum de psicose pós-parto, condição que, de acordo com estimativas, afeta 1 a cada 500 mães no mundo.
"É como estar em um pesadelo, mas você não acorda", diz o psiquiatra Alain Gregoire, da unidade de mães e bebês do Royal Hampshire County Hospital, na Inglaterra.
"A pessoa pode estar bem e de repente ter pensamentos extremos e alucinações."
A condição afeta milhares de mulheres a cada ano. Os graves episódios da condição começam dias ou semanas após o parto e afetam humor, pensamento e comportamento da mãe. Sintomas incluem manias, depressão, confusão, alucinações e ilusões.
Hannah, que deu a luz à filha Esther em março de 2015, disse que, a princípio, não percebeu que estava doente.
"Tinha uma energia extra e supus que meus hormônios estavam tornando a coisas mais fáceis para mim. Ficava acordada até meia-noite, 1h", diz.
"Aí a Esther ficou doente e eu comecei a questionar e analisar tudo excessivamente."
Hannah, que é cristã, começou a ter pensamentos estranhos com um contexto religioso.
"Primeiro, pensei que Deus havia me dito que eu estava grávida de gêmeas. Pensei que isso era muito razoável. Fiz diversos testes de gravidez porque estava completamente convencida."
iStockImage copyrightISTOCK
Image captionTranstorno raro afeta 1 a cada 500 mães
Em semanas, suas alucinações a levaram a um ponto preocupante.
"Coloquei na cabeça que a Esther morreria no dia seguinte, ao meio-dia, mas que Deus iria trazê-la de volta à vida. Eu contei isso ao meu marido, Andy, que achou estranho e não sabia o que fazer."
"Quando chegou o meio-dia eu estava em posição fetal, gritando e pedindo ajuda às pessoas. Eu gritava tão alto que os vizinhos vieram correndo."

Internação

Hannah foi levada a seu médico por sua mãe e sua melhor amiga. Foi internada em uma unidade especial para bebês e mães. A essa altura, a condição fazia com que pensasse em suicídio e, nas semanas seguintes, ela tentou se matar diversas vezes.
"Eu me sentia muito culpada, mas não conseguia parar. Tive muita sorte de não morrer", disse.
Gregoire diz que muitas mulheres não recebem a ajuda necessária até que sua psicose esteja avançada. Isso se deve ao pouco conhecimento sobre a condição e ao estigma que ainda ronda a saúde mental.
"Essa condição é completamente tratável. As mulheres não devem hesitar em buscar ajuda, mas muitas escondem os sintomas", diz ele.
"Elas têm medo de que seus bebês sejam retirados delas."
BBC
Image captionHannah participou de documentário da BBC para criar consciência sobre problema
No Reino Unido, mães que acabaram de ter filhos e apresentam problemas psiquiátricos são tratadas nas chamadas "unidades mãe e bebê" dos hospitais, em que a criança não é separada da mãe.
"Mães doentes colocam seu restinho de energia em manter seus bebês em segurança e há provas de que as mães melhoram bem mais rápido quando ficam com eles", afirma o psiquiatra.
No Brasil, de acordo com o presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria, Antônio Geraldo da Silva, não há unidade especial de psiquiatria para mães e bebês na rede pública.
Segundo ele, isso ocorre porque o país adota um modelo de tratamento para saúde mental baseado nos CAPs (centros de atenção psicossocial), que priorizam tratamento ambulatorial em detrimento da internação.

Tratamento

O principal tratamento para psicose pós-parto é medicação antipsicótica.
"Esse é um tratamento importante e deve ser dado o mais rápido possível", diz Gregoire.
"Eles (os remédios) não são tóxicos, você pode amamentar enquanto os toma. Não há dúvida de que funcionam e posso garantir às mulheres sob meus cuidados que elas vão melhorar com eles."
Apoio prático e psicológico também é dado nesse tipo de unidade.
"Eu achava que obviamente era uma mãe ruim, então eles me filmaram com a Esther para ver como eu interagia com ela", diz Hannah.
"Também fazia tarefas simples, que me davam uma ideia de conquista, como lavar as roupas da Esther. A equipe era incrível e também realmente cuidava da gente. Tirou de mim a pressão. Às vezes eu precisava dormir até as 15h e ficava segura porque sabia que estavam cuidando da minha filha."
A recuperação de psicose pós-parto demora – normalmente, a mulher permanece na unidade de tratamento por quatro a cinco semanas. Quando os pacientes têm alta, continuam a tomar medicação e recebem ajuda e conselho em casa. Em raros casos, porém, as mulheres precisam ficar por até seis meses ali.
BBC
Image captionHannah e Esther voltaram para casa
Hannah pôde ir para casa por alguns dias após um mês de tratamento, mas continuou lutando com pensamentos obscuros.
"Eu me sentia cada vez mais para baixo e com menos controle", diz. "Estava tomando uma medicação diferente, para depressão, mas ela precisava de um tempo para funcionar. Foi muito assustador. Sabia que sem ajuda eu não duraria muito, então concordei em fazer sessões de ECT (eletroconvulsoterapia, conhecida como eletrochoque)."
Essa terapia envia uma corrente elétrica pelo cérebro para servir como gatilho para um ataque epilético, e é usada para tratar depressão grave. É administrada com anestesia e normalmente tem efeito imediato.
"Fiz 11 sessões e assinei um termo de consentimento antes de cada uma", diz Hannah. "Já pela quarta sessão eu me senti voltando e, após a nona, lembro de pensar: 'eu acho que consigo superar isso'."

Transtorno bipolar

Hannah recebeu alta da unidade de tratamento em setembro e, aos poucos, está aprendendo a lidar com sua experiência. Ela foi diagnosticada com transtorno bipolar enquanto estava na unidade, e desde então soube que isso significava que ela tinha entre 25% e 50% de chances de desenvolver psicose pós-parto.
"Eu já tinha pensado que podia ser bipolar quando tinha uns 20 anos", diz. "Eu tinha dias ótimos seguidos por uma depressão que eu não conseguia controlar e tomava remédios para isso. Teria sido bom se eu soubesse que isso aumentaria meus riscos, mas eu nunca nem havia ouvido falar de psicose pós-parto. E eu sou uma enfermeira."
O transtorno bipolar é subdiagnosticado no Reino Unido, de acordo com Stephen Buckley, chefe de informação da instituição de saúde mental Mind.
"Sabemos que pode levar anos para algumas pessoas com transtorno bipolar receberem o diagnóstico certo, muitas vezes porque isso envolve uma mudança de humor ao longo do tempo", diz.
"Em alguns casos eles recebem diagnósticos errados de outras doenças mentais como a depressão, que tem sintomas semelhantes. Isso pode significar que as pessoas começam com o tratamento errado, prolongando o processo."
As mulheres também têm mais risco de desenvolver psicose pós-parto se houver histórico familiar, mas a condição pode afetar qualquer nova mãe. Mudanças nos níveis de hormônios e sono interrompido também podem estar envolvidas, mas pesquisas sobre o problema ainda estão sendo feitas.
Mulheres que acreditam ter mais riscos de desenvolver o problema devem procurar seus médicos.
Hannah decidiu contar a história de sua recuperação em um documentário da BBC para ajudar a mudar a visão sobre saúde mental.
"Eu dizia para meus amigos que tinha tido depressão pós-parto porque temia que, se contasse que havia sido psicose, não teria mais amigos", conta.
"Mas eles têm sido muito compreensivos. É importante quebrar o estigma e ajudar mães a buscarem ajuda."
FONTE: http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/02/160217_maes_psicose_lab

sábado, 20 de agosto de 2016

Antônio Geraldo da Silva, psiquiatra: 'O pai do estigma se chama Hollywood' Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/sociedade/conte-algo-que-nao-sei/antonio-geraldo-da-silva-psiquiatra-pai-do-estigma-se-chama-hollywood-16614786#ixzz4HWXoaLmz © 1996 - 2016. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização.

Antônio Geraldo da Silva, psiquiatra: 'O pai do estigma se chama Hollywood'

Estudioso da psicofobia (pânico de doenças mentais), mineiro, que mora em Brasília e preside associação da classe, Associação Brasileira de Psiquiatria/ ABP
Segundo o presidente Associação Brasileira de Psiquiatria, Antonio Geraldo da Silva, só no Brasil 50 milhões de pessoas com algum tipo de transtorno mental - Pedro Kirilos / Agência O Globo
Segundo o presidente Associação Brasileira de Psiquiatria, Antonio Geraldo da Silva, só no Brasil 50 milhões de pessoas com algum tipo de transtorno mental – Pedro Kirilos / Agência O Globo
“Nasci em Grão Mogol, no interior de Minas Gerais, há 51 anos, passei a maior parte da vida em Montes Claros e atualmente moro em Brasília. Sou casado, tenho uma filha e fiz doutorado em psiquiatria na Universidade do Porto, em Portugal. Estou no meu segundo mandato à frente da Associação Brasileira de Psiquiatria”
Conte algo que não sei
Vou contar o que é psicofobia. Há milênios existe um grande preconceito contra doenças mentais. Várias pessoas foram queimadas em fogueiras porque ouviam vozes. Sempre foram segregadas, vistas como fardo.
Qual o tamanho desta população tão estigmatizada?
Só no Brasil temos cerca de 50 milhões de pessoas com algum tipo de transtorno mental. No mundo, um bilhão. Em geral, ninguém sabe, nem os doentes, que escondem sua condição e ignoram que podem se tratar.
Por que números tão altos?
O estresse hoje em dia é um grande facilitador da doença mental, atuando em tendências preexistentes. Você dorme pouco, come mal, não se exercita e vive sob uma pressão brutal. Cinco das dez principais causas de afastamento do trabalho são relacionadas a transtornos mentais.
O ambiente de trabalho é hostil ao doente mental?
As pessoas não toleram que as outras mudem e que tenham perdas de produção. Aí dizem que é só preguiça, falta de vontade e até de caráter. Quem tem transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) sofre um preconceito monstruoso.
O que ocorre, no caso?
Virou moda dizer que essa doença não existe, que é inventada. Acontece que tem dois mil anos. Quero saber quem conheceu esse cara que a inventou.
Há o próprio preconceito do doente, não?
Tem o autopreconceito: “Não vou procurar um psiquiatra, não sou louco”. Só que isso muda completamente o prognóstico da doença, ela se torna crônica. O que mais queremos hoje é a intervenção precoce. Estimular uma mudança de comportamento aos primeiros sintomas para que nem seja preciso entrar com medicação. Claro que há casos em que ela é indispensável desde o início.
Quais são esses primeiros sinais das doenças?
Há várias possibilidades dependendo de qual doença. Tristeza, desânimo, falta de prazer, de alegria, em geral é depressão. Se o coração dispara, tem sensação de sufocamento, é transtorno de pânico. E assim em uma série de situações. Quando há modificações de hábitos ligados a instinto, como sono e apetite, tem que cuidar.
O medo do desconhecido explica o preconceito?
Sim. As pessoas acham que é perigoso porque não sabem do que se trata. Então é melhor separar, discriminar. Fizeram isso com os hospitais psiquiátricos. Por que não há unidades de psiquiatria no hospital geral? Porque ninguém quer doente mental dentro do hospital.
Por que o senhor escolheu a psiquiatria?
Porque eu gosto do ineditismo e também pela possibilidade que a especialidade dá de ajudar as pessoas que têm suas vidas destruídas por quadros psiquiátricos a voltarem a viver. Todo dia há um fato novo na psiquiatria. Nada se repete. E é isso que me impressiona.
Na queda do avião alemão, logo surgiu a informação de que o piloto tinha depressão. Isso aprofunda o estigma?
O pai do estigma, de sua difusão, se chama Hollywood. São filmes e mais filmes que discriminam o doente. Sabe quando a pessoa tem febre, não se consegue explicar a razão e chamam de virose? É a mesma coisa. Quando não se tem explicação para um fato, dizem que é doente mental, e tudo se resolve.

Leia mais sobre esse assunto em  http://oglobo.globo.com/sociedade/conte-algo-que-nao-sei/antonio-geraldo-da-silva-psiquiatra-pai-do-estigma-se-chama-hollywood-16614786#ixzz4HWXoaLmz 
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sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Instagram @institutodepsiquiatria


quinta-feira, 18 de agosto de 2016

“É hora de buscar alternativas de mudança”

“É hora de buscar alternativas de mudança”

O presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria, Antônio Geraldo da Silva, diz que momentos de crise como o de hoje no Brasil são a hora certa para sair da zona de conforto, sem nunca deixar de acreditar no próprio potencial


Antônio Geraldo da Silva está à frente de um movimento contra o preconceito em relação às doenças psiquiátricas
O psiquiatra mineiro Antonio Geraldo da Silva está à frente de uma empreitada de grande porte. Como presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria, comanda uma campanha para acabar com o preconceito em relação a quem possui qualquer doença mental. Isso inclui o próprio paciente, que muitas vezes sente vergonha de sua condição e deixa de buscar ajuda em razão disso. Aos 52 anos, ele já se cansou de ver pessoas com depressão, ansiedade ou outros transtornos psiquiátricos perderem o emprego, namorados, serem chamadas de fracas ou preguiçosas. “É preciso acabar com isso de uma vez”, diz. “A população tem que saber que essas doenças existem e que podem ser tratadas.”
Habituado a acompanhar, de dentro de seu consultório, como andam o humor e as emoções dos brasileiros, o psiquiatra diz que hoje a maioria está em compasso de espera, na expectativa de tempos melhores. Nesta entrevista à ISTOÉ, diz que a melhor forma de atravessar a crise sem adoecer mentalmente é continuar planejando o futuro, dividir as dificuldades com a família e não deixar de acreditar no próprio potencial. Como? Uma das maneiras é se inspirar nas histórias de superação dos heróis olímpicos que estão emocionando o mundo.
ISTOÉ – No auge da crise política, houve um aumento no número de pessoas que buscavam auxílio para lidar com o estresse, a depressão e a ansiedade. Isso mudou após o afastamento da presidente Dilma Roussef?
Antonio Geraldo da Silva – Ainda recebemos muita gente com queixas nesse sentido, que estão sem emprego e passando por dificuldades. Mas houve uma mudança de humor perceptível depois do afastamento. Muitas pessoas estão com a expectativa de que as coisas vão mudar. A maioria está em compasso de espera, torcendo para que tudo se resolva logo.
ISTOÉ – Como manter o equilíbrio emocional nesse momento?
Silva – Temos que fazer do limão uma limonada.  As pessoas não podem entrar em desespero. É hora de buscar alternativas de mudança, reavaliar o que está fazendo no trabalho, por exemplo, o que pode melhorar seu desempenho, sair da zona de confronto. O importante é identificar o que o aflige e fazer o enfrentamento para se proteger. Se é o medo de perder o emprego, a pessoa deve ver o que pode fazer para se precaver. Entre outras coisas, diminuir desde já os gastos do dia a dia.
ISTOÉ – Muitas pessoas perderam o emprego e têm dificuldades para lidar com o golpe na autoestima que isso provoca. O que fazer para recuperar a confiança em si mesmo?
Silva – De fato, o que estamos vendo é que existem os que estão desempregados porque não apresentaram qualidade de trabalho, mas também aqueles que a empresa sabia que eram bons, mas não tinha mais como pagá-los. Recentemente, em minhas viagens pelo país, encontrei profissionais pós-graduados trabalhando como motoristas.
ISTOÉ – O que dizer a pessoas que estão nessa situação?
Silva – Eles devem continuar buscando perspectivas, planejar um futuro diferente. Como me contou um desses profissionais que hoje trabalha como motorista. Ele está fazendo cursos à distância de graça para aprender outro ofício. É preciso continuar acreditando no seu potencial. O apoio familiar também é fundamental. Nessa hora de dificuldade, deve-se chamar a família e contar a verdade, expor o que está acontecendo. Não se pode mentir e fazer de conta que a vida continua a mesma. Isso é importante para que a família não adoeça.
ISTOÉ – Sediar as Olimpíadas pode ter que tipo de efeito para o brasileiro?
Silva – Positivo. As histórias de superação servem de exemplo para todos nós. O ginasta Diego Hypolito passou por momentos difíceis, teve uma depressão e suplantou tudo isso. O nadador Michael Phelps aparece cheio de marcas de ventosas, usadas para diminuir as dores. Ele não é esse campeão de graça. Vemos a jogadora Marta vencendo seus limites, dando o sangue. Esse tipo de inspiração é preciosa. Não podemos focar apenas nas desgraças.
ISTOÉ – No próximo mês, a Associação realizará o ‘Setembro amarelo’. O que pretende a campanha?
Silva – O foco é a prevenção do suicídio. Sabemos que 100% dos que o cometeram tinham algum transtorno mental tratável. Poderíamos salvar essas vidas se as pessoas tivessem acesso ao sistema público de saúde e se falássemos mais sobre as doenças mentais. É uma campanha de valorização da vida.
ISTOÉ – Quais os obstáculos que ainda existem para que enfermidades como a depressão e a ansiedade, muito comuns hoje, sejam tratadas corretamente?
Silva – O grande problema continua sendo o alto preconceito, que persiste. Ele existe na família, no trabalho, no próprio paciente. A doença mental ainda é vista como fraqueza, falta de caráter, falta de interesse para cuidar de si mesmo. É inacreditável, mas existe gente que até hoje afirma que enfermidade mental não existe. É preciso acabar com isso.
ISTOÉ – De que forma?
Silva – Mobilizando a sociedade, como por exemplo divulgando depoimentos de pessoas famosas que sofrem ou sofreram de alguma doença mental. A população tem que saber que essas enfermidades existem.
ISTOÉ – Mas muitos pacientes enfrentam preconceito inclusive de médicos.
Silva – É verdade. Percebemos isso muito frequentemente nos colegas. Por isso, estamos sendo presentes em reuniões, congressos de outras especialidades porque infelizmente alguns profissionais não consideram os sintomas por não terem conhecimento de que se tratam de doenças e que podem levar à morte. Muitas pessoas que se suicidaram foram antes ao médico, que teve a oportunidade de perguntar, investigar. Não se pode desvalorizar essas doenças. Apoiamos um projeto de lei que criminaliza a psicofobia, que é o preconceito contra os portadores de deficiências e de patologias mentais.
ISTOÉ – Como está o andamento deste projeto?
Silva – Já passou pelo Senado e agora está na Câmara dos Deputados. Temos 46 milhões de pessoas no país com patologias mentais. Sofrem preconceito de todo lado. Não conseguem emprego, o pai não deixa a filha namorar com alguém que tem alguma das doenças. Até nós, psiquiatras, somos vítimas. Dizem que somos médicos de doidos. O preconceito é tão grande que foram se criando entraves até na assistência pública.
ISTOÉ – Que tipo de entrave?
Silva – Não temos um remédio novo contra a depressão na lista dos medicamentos oferecidos pelo governo desde 1986. Não há um psicotrópico na farmácia popular. As emergências psiquiátricas são poucas. Na Coordenação de Saúde Mental do Ministério da Saúde há mais de sessenta pessoas. Há astrólogo, advogado, geneticista. Mas não tem um psiquiatra. Há trinta mil psicólogos trabalhando para o Ministério. Nunca consegui encontrar um.
ISTOÉ – Como explicar críticas de diversos especialistas de que hoje existe um excesso de diagnóstico de doenças mentais e de prescrição de remédios, muitas vezes desnecessários?
Silva – Infelizmente muito colega médico ainda comete falhas na prescrição de medicação psicotrópica e tem muita gente que se auto-medica. Consegue comprar essas medicações sem receita, como é obrigatório. E também observamos a prescrição feita por profissionais totalmente inabilitados para fazer isso, como farmacêuticos. Temos uma bagunça na área que precisa ser organizada.
ISTOÉ – Um dos maiores problemas está no diagnóstico de doenças em crianças.
Silva – Temos hoje no Brasil menos de trezentos especialistas em psiquiatria da infância e adolescência. Portanto, há muitos por aí que não têm formação psiquiátrica e fazem diagnóstico por questionário. Nós sabemos, por exemplo, que o diagnóstico do Transtorno de Hiperatividade e Déficit de Atenção não pode ser feito com base em respostas a uma lista de perguntas. É preciso colher a história de vida, o contexto familiar, a inserção da criança no meio social.
ISTOÉ – E quando dar o remédio nos casos de diagnóstico positivo?

Silva – Primeiro é preciso começar com psicoterapia, com trabalho de  mudança de comportamento. Também deve-se ajudar a família junto com a criança, conversar com a escola de forma a auxiliar a instituição a levar o conhecimento até aquele aluno. Colocá-lo para sentar na frente, por exemplo, dar mais tempo para que ele faça os exercícios, a prova. Quando esses recursos não funcionarem, aí sim se entra com a medicação.
Fonte: Istoé  http://istoe.com.br/“e-hora-de-buscar-alternativas-de-mudanca”/

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