quarta-feira, 9 de junho de 2010

Obesidade está associada à baixa qualidade de vida em crianças

Obesidade está associada à baixa qualidade de vida em crianças
Estudo revela que a obesidade pode prejudicar consideravelmente aspectos físicos, emocionais e sociais da vida dos jovens.

AGÊNCIA NOTISA - De acordo com pesquisa publicada na Revista da Associação médica Brasileira, a obesidade pode provocar perdas significativas na qualidade de vida das crianças, incluindo prejudicar as capacidades físicas, as interações sociais e o estado emocional. O trabalho é da autoria de Lisiane Schilling Poeta, pesquisadora e aluna do Programa de Pós-Graduação em Educação Física pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), e colegas, e foi disponibilizado na edição de 2010 do periódico.

Conforme esclarecem as autoras, para coleta de dados, foram acompanhadas 131 crianças com idades entre 8 e 12 anos, que foram divididas em dois grupos para o experimento: grupo de estudo (GE) e grupo controle (GC). Ainda segundo elas, o grupo de estudo foi formado por 50 crianças, sendo 23 meninos e 27 meninas, com idade média de aproximadamente 10 anos e com índice de massa corporal (IMC) maior ou igual a 95. Já o grupo controle foi formado por 81 crianças, sendo 35 meninos e 46 meninas, também com média de idade de aproximadamente 10 anos, alunos de uma escola pública. Além da medida do índice de massa corporal, os pesquisadores utilizaram dados de um questionário que contemplou antecedentes familiares, rendimento escolar, variáveis relacionadas à atividade física, utilização de medicamentos e problemas de saúde.

Entre os resultados do levantamento, as especialistas revelam que, do grupo de estudo, “33 crianças preferiam brincadeiras menos ativas, como por exemplo, assistir à televisão, desenhar, usar o computador, brincar de casinha”. Além disso, “como antecedente familiar das crianças (pais e avós), a hipertensão arterial foi citada em 26 casos, obesidade em 23 casos, doença cardiovascular em 23 casos, diabetes melito tipo I em 19 casos, diabetes melito tipo II em 13 casos, altos níveis de LDL-colesterol em seis casos, triglicerídeos elevados em cinco casos, diabetes gestacional em quatro casos, baixo HDL-colesterol em três e hiperglicemia em três casos, ocorrendo em todos os casos mais de um problema na família da criança”. As autoras também afirmam que “o grupo de crianças obesas apresentou qualidade de vida inferior em todos os quatro domínios em relação às crianças eutróficas, com diferença significante nos domínios físico, emocional, social, psicossocial e na qualidade de vida geral. De um total de 100 pontos, a mediana da qualidade de vida geral das crianças obesas foi 69,9 enquanto que das eutróficas foi 82,2”.

Para Lisiane e colegas, os resultados do estudo “apontam para uma relação significante entre obesidade e baixa qualidade de vida. Crianças obesas apresentaram escores inferiores às crianças eutróficas em todos os domínios da qualidade de vida, sugerindo que o impacto desta condição é global. Os resultados concordam com os achados de outros autores, onde a qualidade de vida de crianças e adolescentes com sobrepeso/obesidade foi inferior em relação aos não-obesos, segundo relato dos pais e/ou da própria criança”. Para ler o artigo na íntegra, acesse: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302010000200014&lng=en&nrm=iso&tlng=pt

Agência Notisa (science journalism – jornalismo científico)

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