quarta-feira, 2 de junho de 2010

Congresso discute Políticas e Gestão em saúde mental


Na manhã do dia 28 de maio, foi iniciado o primeiro módulo do 1º Congresso Brasileiro de Políticas e Gestão em Saúde Mental. O evento é promovido pela CNS, FENAESS, SINDHOSP, e Hospitalar. Na abertura oficial do evento, além do secretário municipal e uma representante da Secretaria Estadual de Saúde, também estiveram presentes o representante da FENAESS, Humberto Gomes de Melo; Associação Psiquiátrica de Brasília, Antônio Geraldo da Silva; CFM, Emmanuel Fortes Silveira Cavalcanti; Associação Psiquiátrica da América Latina (APAL), Edgard Belfort.

O evento teve início com a apresentação do secretário Municipal de Saúde de São Paulo, Januário Montone, sobre o trabalho realizado pela pasta, exclusivamente voltado para a área de Saúde mental na cidade. Na visão de Montone, apesar das dificuldades na implantação da política nacional para a área, balizadora das ações no município, houve muitos avanços na assistência. "É claro que precisamos de mais dinheiro e melhor gestão, pois a iniciativa pública e privada gasta mal os recursos, mas temos incrementado em equipamentos e parcerias, o que permite um resultado bastante rápido", disse. Dentre outros pontos abordados por ele estiveram o investimento em CAPS, ampliação no acesso e as ações no tratamento voltado para álcool e drogas.

O presidente da Associação Psiquiátrica da América Latina (APAL) - Venezuela, Edgard Sonenreich, mostrou uma visão global dos problemas em Saúde Mental em países sul-americanos. Destacou questões como aumento dos casos de depressão, problemas de saúde como Alzheimer, maior dependência em álcool, inclusive por adolescentes, violência e a falta de atenção primária. Destacou que muitos países deixam de cumprir a legislação com relação ao número de leitos psiquiátricos, além da falta de enfermarias psiquiátricas. "Precisa haver, por parte dos profissionais, empatia, compreensão, conhecimento e humildade". Ele finalizou exaltando a necessidade de reavaliação da legislação e integração entre países.

O vice-presidente do CFM, Emmanuel Fortes destacou o papel fundamental e insubstituível do médico psiquiatra na prescrição da medicação e no diagnóstico dos pacientes. Ele também questionou a atual política do ministério da Saúde. "Fala-se em desospitalização, mas há um ataque aos hospitais especializados, e o setor público não presta uma assistência adequada". Baixa remuneração pelos serviços e o sucateamento da estrutura pública também foram reclamadas pelo palestrante. "O governo está sedento para reduzir custos sem se preocupar com a assistência. Ele ainda discorreu sobre os malefícios do PL 3657/89, de Paulo Delgado, contribuindo para o quadro atual.

O deputado Federal Germano Bonow também criticou o fechamento indiscriminado de leitos psiquiátricos, deficiência dos CAPS e as conseqüências negativas da suposta desvalorização nas políticas públicas. "É um crime o que estão fazendo com o doente de Saúde mental".

Após as apresentações, os palestrantes formaram uma mesa de debates e abriu para questões da platéia.


Data: 28/5/2010
Fonte: Márcio Santos - SINDHOSP

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