A Síndrome de Burnout, também conhecida como a síndrome do esgotamento profissional, um distúrbio psíquico, foi descoberta no Brasil, em 1974, pelo médico psicanalista, Herbert Freudenberger, que descreveu o fenômeno como um sentimento de fracasso e exaustão causado pelo acúmulo de estresse no trabalho. O próprio termo “burnout” demonstra que esse desgaste danifica aspectos físicos e psicológicos da pessoa. Traduzindo do inglês, “burn” quer dizer queima e “out” significa exterior.
A doença é muito comum em profissionais que trabalham diariamente sob pressão e com responsabilidade constante, como os médicos, enfermeiros, policiais, jornalistas, dentre outros.
Um relatório feito pelo Medscape Physician Lifestyle Report 2015, contou com 20 mil entrevistas e concluiu que 46% dos médicos dos Estados Unidos têm a Síndrome. Os médicos mais jovens são os que apresentam maiores níveis de exaustão emocional e perda de realização profissional. Carga horária muito elevada é uma das justificativas.
Um estudo do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social da Universidade Federal de Sergipe (SE) indicou altos níveis de estresse emocional em profissionais da Saúde que atuam em Unidades de Terapias Intensivas (UTI) .
Cerca de 46% dos médicos dos Estados Unidos têm a Síndrome Burnout
Sintomas
Há vários sintomas, que, em fase inicial, até se confundem com a depressão. Por isso, é importante e necessário um diagnóstico detalhado. A principal característica é o esgotamento físico e emocional que se reflete em atitudes negativas, como ausências no trabalho, falta de sono, pensamentos ruminantes que não permitem conciliar o sono, acordar com a sensação de cansaço de como se o sono não tivesse sido reparador, como se não tivesse dormido.
Diagnóstico
Dr Antônio Geraldo da Silva é diretor da Associação Brasileira de Psiquiatria e secretário da Federação Nacional dos Médicos (FENAM), e alerta que o ideal, em casos de Burnout, é que a pessoa seja afastada do trabalho e passe por um tratamento multidisciplinar, com psiquiatra e psicólogo. “Medicamentos que atuam com a serotonina costumam ter boa eficácia nesse tipo de tratamento”, reforça.
De acordo com a psicóloga, Mayara Paiva Palazzo, ‘‘A síndrome de Burnout tem sido cada vez mais notada com o tempo. Os sintomas estão cada vez mais aparentes. Além de uma constante terapia e medicamentos (caso tenha sintomas depressivos), a atividade física diária tem possibilitado uma melhor qualidade de vida a essas pessoas. Em alguns casos em que a pessoa, de forma alguma, muda seu estilo de vida profissional, ela cria uma rotina pesada, que acaba refletindo no seu corpo, com dores corporais intensas e pesares diários, como estresse, insônia, ansiedade e muitos outros. A ajuda psicológica é indispensável,” alertou.
Hábitos
Além do acompanhamento médico com terapia e medicamentos, é necessária ainda uma mudança no estilo de vida. A atividade física regular e os exercícios de relaxamento devem fazer parte da rotina, pois ajudam a controlar os sintomas.
Lei
Portaria nº 1.339 de 18 de novembro de 1999, do Ministério da Saúde, que instituiu a lista de doenças relacionadas ao Trabalho, incluiu a Síndrome de Burnout, nos transtornos mentais e do comportamento relacionados com o trabalho, com isso o trabalhador tem seus benefícios previdenciários.
Fonte: FENAM, Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social da Universidade Federal de Sergipe, revista superinteressante, Drauzio Varela, Canção nova : http://fenam.org.br/noticia/6707
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