Antonio Geraldo da Silva e Francisco Assumpção: |
Ao longo do século 20, as sociedades atribuíram às crianças e adolescentes uma relevância social que elas não tinham até então.
É preciso entender que a psicopatologia infantil é totalmente diversa da vivenciada por um adulto. A criança é um ser em desenvolvimento e, nessa faixa etária, a doença mental adquire sintomas diferentes, uma vez que desorganiza a curva de amadurecimento e ocasiona quadros deficitários a longo e médio prazos. Consequentemente, sua abordagem terapêutica é também específica. O alarmante é que apenas 205 psiquiatras em todo o Brasil possuem o título de especialista em psiquiatria da infância e adolescência. Além de ser uma janela de oportunidade para "especialistas" aventureiros de toda a sorte, esta carência indica descaso e falta de comprometimento das instituições envolvidas –governos, classe médica e sociedade. Segundo dados do governo federal, em 2011 o investimento em ciência e tecnologia no Brasil rondou os US$24 bilhões. O assombro é que este valor é 1.545% menor que o investimento americano, que totalizou US$ 398,2 bilhões. Para suprir um pouco essa lacuna no que tange à medicina, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) acabam de acordar uma parceria de apoio mútuo inédita no país, partilhando conhecimentos sobre psiquiatria, crescimento e desenvolvimento infantil. A união entre áreas correlatas do conhecimento produzido no Brasil é o primeiro de vários passos que devem ser dados para que as questões de saúde mental infantil possam ser minoradas ou até mesmo sanadas, em que pese a ignorância e inoperância das instituições que por elas deveriam olhar. ANTONIO GERALDO DA SILVA, 50, psiquiatra, é presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) FRANCISCO ASSUMPÇÃO, 62, é psiquiatra, membro da Associação Brasileira de Psiquiatria
Fonte: http://www.jornalfloripa.com.br/geral/index1.php?pg=verjornalfloripa&id=12386
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terça-feira, 8 de abril de 2014
Crianças, Adolescentes e a Psiquiatria
Marcadores: Depressão, Dúvidas em saúde mental, Politicas Públicas
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