quarta-feira, 8 de julho de 2009


Módulo de saúde mental aborda modelo de atendimento à doença


O evento foi apresentado hoje, 3 de junho, no 14º Congresso Latino-Americano de Serviços de Saúde, durante a feira Hospitalar

O módulo de saúde mental, apresentado no dia 3 de junho, pelo 14º Congresso Latino-Americano de Serviços de Saúde, teve abertura pelo presidente da Federação Nacional dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde (FENAESS), Humberto Gomes de Melo, que é médico psiquiatra e demonstrou orgulho em ter o tema saúde mental como parte do ClasSaúde.
O evento começou discutindo as consequências sócio-econômicas do atual modelo de atendimento às enfermidades mentais no Brasil, em palestra proferida pelo presidente da Associação Psiquiátrica de Brasília, Antônio Geraldo da Silva, e coordenada pelo diretor do SINDHOSP, Ricardo Mendes. Geraldo da Silva apresentou os reflexos da doença mental na população. De acordo com ele, entre 20 a 25% da população possui prevalência de problemas mentais, excluídas aquelas relacionadas a álcool e drogas. "Das dez principais causas de incapacitação no mundo, cinco são por doenças mentais", informa.

Para falar sobre o tema Responsabilidade Social: A Necessidade de Organização de Serviços para o Dependente Químico, o professor titular de psiquiatria da UNIFESP, Ronaldo Laranjeira, apresentou as bases para o cuidado em saúde mental, do livro intitulado "Better Mental Health Care", que aborda o equilíbrio entre hospital e cuidado comunitário, modelo de complexidade crescente, internação de longa duração, recursos residenciais e reabilitação. "Temos que pensar na doença mental como complexa. Soluções simplistas, como as apresentadas pelos CAPS, não resolvem o problema", analisa.
Durante a palestra Perversões e Ambiguidades do Sistema de Saúde Mental, José Geraldo Vernet Taborda, do Hospital Materno Infantil Presidente Vargas, apresentou termos e palavras consideradas ambiguas, como "doença mental" e "psiquiatria". Segundo ele, a palavra psiquiatria só tem sido usada com caráter pejorativo, sendo substituída pelo termo saúde mental.
Para finalizar as discussões da manhã, foi apresentada a trajetória da reforma psiquiátrica no Brasil, pelo professor titular de Psiquiatria da FMUSP, Valentim Gentil, que traçou a história da reforma, desde o início da luta anti-manicomial, até a implantação da Lei 10.216, de 2001. "A Lei 10.216 não está sendo cumprida. Se a saúde é direito constitucional, como se explica que 50% da população não tem atendimento?"Ele informou, ainda, que dos 760 milhões destinados aos cuidados extra-hospitalares, somente 252 milhões foram usados para a criação dos CAPS.

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