sexta-feira, 26 de outubro de 2012

No Mundo da Lua

No Mundo da Lua


Autor: Dr. Paulo Mattos

Editora: Lemos Editorial

Sobre o livro

Parece ser fácil à tarefa de prefaciar uma obra que se destina à orientação de quem padece deste ou daquele transtorno ou doença.

Antes de tudo, a audiência não se limita ao interessado: inclui familiares, amigos e circunstantes outros. Daí o redobrado cuidado que deve orientar o autor na feitura de tão indispensáveis obras de divulgação do conhecimento técnico-científico. Por outro lado, os pares do autor tendem a torcer o nariz para tais "obras menores", como se somente a publicação artigos de impacto em periódicos indexados fosse atividade digna de um pesquisador. Façamos uma rápida achega histórica: "indexados" eram os livros proibidos pela Cúria Romana, pela Inquisição, que ficavam séculos sem nunca ver a luz, nem "iluminar" quem quer que fosse.

Uma das mais difíceis tarefas da universidade é a de "universalizar" o conhecimento. Como transferir para a comunidade, de forma clara, aquilo que "foi estudado na Academia" e que pode ser útil ao cidadão, a sua família, ao seu "universo social"? Esta parceria é de difícil equilíbrio: não deve o pesquisador "vulgarizar" (no mau sentido...) o objeto de seus estudos, não pode fazê-lo como se fora um "favor" que se presta a quem paga impostos (e colabora para a manutenção da universidade que gera o conhecimento) e, muito menos, adotar uma postura tutelar, como se a sociedade necessitasse de tutela ou, pior ainda, de forma "tutorial", como se a comunidade fosse "incapaz" e necessitasse de um "guia científico" para poder se orientar.

Encontrar equilíbrio em uma atividade de extensão acadêmica, seja em campus avançado, seja aceitando o desafio de escrever um livro para a comunidade sobre quaisquer assuntos de seu interesse, pode freqüentemente ser uma tarefa sisífica: tem-se sempre a impressão de que a balança está descendo morro abaixo, como a pedra que não conseguimos fazer atravessar o topo para rolar na outra face da montanha. Acreditamos que o Professor Paulo Mattos tenha atingido o objetivo de forma clara e, principalmente, concisa. Concisão e clareza nem sempre andam juntas.

Seria útil que cada vez mais uma maior quantidade de professores universitários, de membros da Academia, seguissem o seu exemplo e se dispusessem a enfrentar o problema e o dever de como difundir adequadamente o universo de conhecimentos que pode tornar mais fácil a vida dos que dele necessitam. Boa e agradável leitura.

J. ROMILDO BUENO

Professor Titular de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

0 comentários:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...