quinta-feira, 28 de abril de 2011

Psiquiatra: Campanha pode reduzir estigma contra

Psiquiatra: campanha pode reduzir estigma contra


pessoas com transtorno mental

Extraído de: Câmara dos Deputados

O presidente da Sociedade Brasileira de Psiquiatria, Antônio Geraldo da Silva, propôs uma campanha contra o preconceito e o estigma das pessoas com problemas psiquiátricos. Ele lembrou que 46 milhões de brasileiros sofrem de algum tipo de transtorno mental. Na opinião do psiquiatra, somente com atendimento adequado pelo SUS, com acesso a remédios na quantidade correta, será possível tratar esses pacientes.

Especialista sugere medidas de prevenção ao bullying

Pediatra: 60% das crianças presenciam ações de bull...

Pediatra propõe lista de práticas para combater o bull...

Em relação ao bullying, ele destacou que a depressão na idade adulta é um dos sintomas apresentados pelas vítimas de perseguições na infância.

Antônio Geraldo defendeu ainda a valorização da escola e do professor e campanhas para adultos menos tolerantes com qualquer forma de agravo como forma eficiente de combate ao bullying.

O psiquiatra participa de audiência pública sobre o tema "Como identificar e combater o bullying nas escolas", promovida pela Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente.

A reunião ocorreu no plenário 7.

FONTE: http://www.jusbrasil.com.br/noticias/2662377/psiquiatra-campanha-pode-reduzir-estigma-contra-pessoas-com-transtorno-mental

terça-feira, 26 de abril de 2011

Numero de hospitais é insuficiente para demanda

Número de leitos hospitalares psiquiátricos é insuficiente para a demanda
FONTE: http://www.atarde.com.br/cidades/noticia.jsf

Fabiana Mascarenhas
A Tarde

Hospital Psiquiátrico Juliano Moreira possui 140 dos 400 leitos para internação em SalvadorAs dificuldades do processo de internação de pacientes com transtorno mental por conta do número de leitos insuficientes é um dos entraves enfrentados por quem precisa do atendimento. De acordo com dados da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), atualmente, o Estado conta com um mil leitos, 400 deles em Salvador.

São 32 leitos disponíveis no Hospital Psiquiátrico Mário Leal; 140 leitos no Hospital Psiquiátrico Juliano Moreira; 15 leitos no Hospital Universitário Professor Edgar Santos (Hupes), o Hospital das Clínicas da Universidade Federal da Bahia (Ufba); 37 leitos no Hospital Irmã Dulce e 120 leitos disponíveis no Sanatório São Paulo – hospital privado conveniado ao SUS –, além de algumas clínicas privadas também conveniadas ao serviço público.

A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é de um leito psiquiátrico para cada grupo de um mil habitantes, mas a Bahia tem 0,06 leitos por mil habitantes, de acordo com levantamento feito em dezembro de 2010 pelo Ministério da Saúde para o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde.

Redução - O número de leitos para internação psiquiátrica é considerado insuficiente por boa parte dos profissionais. “Dependendo do quadro clínico é indiscutível a necessidade de internação. Como o número de leitos é insuficiente, o internamento – que não acontece nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) – fica comprometido devido à redução da oferta de leitos distribuídos pela rede pública”, pontua a presidente da Associação Psiquiátrica da Bahia, Miriam Gorender.

 Entretanto, o coordenador de saúde mental da Sesab, Iordan Gurgel, afirma que a reforma psiquiátrica determina redução do número de leitos. “As diretrizes e princípios da política de saúde mental realçam a necessidade de reorientação do modelo de assistência centrado no hospital psiquiátrico para o modelo voltado para os centros alternativos. Os Caps fazem parte da rede de serviços criada para atender a egressos de instituições psiquiátricas, extintas pela Lei Federal 10.216”, esclarece Iordan Gurgel.

Desde 2001, quando a lei foi promulgada, ao menos 17 mil leitos psiquiátricos foram extintos em todo o País. Nos últimos oito anos, 54% dos leitos de Salvador foram eliminados. Dentro da proposta da reforma psiquiátrica, o doente mental tem o acompanhamento médico, participa de oficinas terapêuticas e retorna para o convívio familiar e social, sem ficar internado.

“Além dos Caps, as residências terapêuticas (destinadas a quem perdeu o contato com a família) e os centros de convivência são outras opções de assistência”, destaca Gurgel. Mas um levantamento do Ministério da Saúde mostra que apenas 11 estados brasileiros têm Centros de Atendimento Psicossocial 3 (Caps 3), que oferecem atendimento 24 horas para portadores de transtornos psiquiátricos, portanto o mais adequado para os casos de internação. Salvador conta apenas com um Caps tipo 3.

Iordan Gurgel se comprometeu a encaminhar uma lista com o número de Capes tipo 1, 2 e 3 existentes no Estado, assim como os municípios que os possuem, o que não foi feito até o fechamento desta edição.

Discussão - Na opinião da psiquiatra Miriam Gorender, o fechamento de leitos em hospitais psiquiátricos sem a oferta proporcional de tratamento na rede substitutiva (Caps e outros serviços) deixou pacientes de transtornos mentais desamparados. “Muitos deles estão perambulando pelas ruas, basta observar como o número de ‘malucos’ de rua, como a população tende a chamar, aumentou nos últimos anos. Infelizmente o Caps não substitui o leito psiquiátrico, o ambulatório ou o pronto atendimento”, diz.

Para o presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), Antônio Geraldo da Silva, a internação ainda é necessária porque não há um atendimento de qualidade em rede. “Nós deveríamos ter um sistema de atendimento em rede que primasse pela promoção da saúde. Se houvesse um atendimento primário e secundário adequado você reduziria a possibilidade de internação”, aponta.

A ABP nega defender a manutenção das internações, mas não economiza críticas à implementação da Lei 10.216/01, que regulamenta a reforma psiquiátrica no País. Para o órgão, o fechamento de leitos foi “precipitado”.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Professores devem saber identificar alunos com transtornos mentais


postado por Cinthya Leite

Associação Brasileira de Psiquiatria quer que escolas estejam preparadas para identificar crianças que demonstram qualquer síndrome psiquiátrica
Recentemente, o presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), Antônio Geraldo da Silva, apresentou uma série de propostas para as escolas ficarem atentas a possíveis transtornos psiquiátricos que crianças e adolescentes possam apresentar.

Entre as sugestões do médico, estão a preparação de professores para identificar os alunos que demonstram transtornos mentais, a criação de comitês antibullying nas escolas, o apoio ao estudante que apresentar mal desempenho e principalmente àquele que demonstrar qualquer síndrome psiquiátrica – condição que requer encaminhamento para diagnóstico e tratamento adequado.

Esse comunicado foi dado no dia 18 de abril, em audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa, do Senado, proposta pelo Senador Paim (PT/RS). A atitude de Antônio Geraldo da Silva, diante de condutas oportunas com as crianças que possivelmente sofrem de transtornos mentais, vem em boa hora. Afinal, não faz muito tempo que a própria ABP, em parceria com o Ibope, divulgou os resultados de uma pesquisa que avaliou a saúde mental da garotada brasileira.

Segundo o estudo, 12,6% das mães entrevistadas relataram ter um filho com sintomas de transtorno mental importante, ao ponto de necessitar tratamento ou auxílio especializado. Em números, esse percentual equivale a cerca de 5 milhões de crianças e adolescentes (6 a 17 anos).

Desse número, 28,9% não conseguiram ou não tiveram acesso a atendimento público, enquanto que 46,7% obtiveram tratamento no Serviço Único de Saúde (SUS) e outros 24,2% através de convênio ou profissional particular.

Durante a audiência do dia 18 de abril, Antônio Geraldo também solicitou que todos se unam à ABP para acabar com o estigma que hoje existe em torno da psiquiatria. “É intolerável o preconceito, o estigma a quem padece de doenças mentais. É preciso acabar com toda e qualquer forma de preconceito que, na psiquiatria, todos sofrem, desde quem trata, até o doente que é tratado”, relata.


"É preciso acabar com o estigma que hoje existe em torno da psiquiatria", diz Antônio Geraldo da Silva
Com o depoimento que levantou discussão de propostas em torno da saúde mental na infância e na adolescência, espera-se que o governo, as escolas e a sociedade caminhem juntos para que crianças e jovens não sofram diante de um transtorno mental. Afinal, quando diagnosticado precocemente e tratado corretamente, qualquer problema desse tipo pode ser controlado. E essa monitoração é capaz de melhorar a qualidade de vida dos portadores e de suas famílias.

TRANSTORNOS - Segundo a pesquisa da ABP, encomendada ao Ibope, a maior parte das crianças e adolescentes apresenta sintomas que se enquadram em mais de um transtorno mental. Mais de 3 milhões (8,7%) têm sinais de hiperatividade ou desatenção, enquanto que 7,8% possuem dificuldades com leitura, escrita e contas – sintomas que correspondem ao transtorno de aprendizagem.

Já 6,7% têm sintomas de irritabilidade e comportamentos desafiadores e outros 6,4% apresentam dificuldade de compreensão e atraso em relação a outras crianças da mesma idade. Sinais importantes de depressão também aparecem em aproximadamente 4,2% das crianças e adolescentes.

O levantamento também mostrou que mais de 1 milhão das crianças e adolescentes (2,8%) apresenta problemas significativos com álcool e outras drogas. E na área de problemas de conduta, 3,4% das crianças possuem comportamentos como mentir, brigar, furtar e desrespeitar.
FONTE: http://casasaudavel.com.br/2011/04/25/professores-devem-estar-preparados-para-identificar-alunos-com-transtornos-mentais/

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Bullying X Senado


Agência Senado
Brasília
Combate ao 'bullying' pode desestimular violência nas escolas
http://www.senado.gov.br/noticias/combate-ao-bullying-pode-desestimular-violencia-nas-escolas.aspx

Vermelho
Brasília
Senado: Comissão de Direitos Humanos debate violência nas escolas
Tratamento para jovens com transtornos de comportamento, medidas contra o bullying e mais recursos para a educação foram algumas das sugestões para o combate à violência nas escolas. O debate aconteceu, nesta segunda-feira (18/04), na Comissão de Direitos humanos (CDH) do Senado em audiência pública da qual participaram educadores, estudantes e profissionais da saúde.
http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_secao=1&id_noticia=152245

Jornal do Brasil
Brasília
Comissão do Senado debate violência nas escolas
http://www.jb.com.br/pais/noticias/2011/04/18/comissao-do-senado-debate-violencia-nas-escolas/

O Globo
Brasília
Combate ao 'bullying' pode desestimular violência nas escolas
http://oglobo.globo.com/rio/mat/2011/04/18/combate-ao-bullying-pode-desestimular-violencia-nas-escolas-924268953.asp

Portal Exame
Brasília
Especialistas defendem intergração da escola com a comunidade
"Não consigo enxergar que se combata a violência trancando mais ainda as escolas" explicou o representante dos trabalhadores em educação durante audiência no Senado
http://exame.abril.com.br/economia/brasil/noticias/especialistas-defendem-intergracao-da-escola-com-a-comunidade

Globo News
Brasília
Autoridades discutem a violência nas escolas em audiência no Senado
Educadores, psicólogos, psiquiatras e alunos participaram do debate. A discussão foi sobre como diminuir a violência nas escolas. O consenso é que a escola é um lugar de convívio social e por isso ocorrem problemas da sociedade, como a violência.
http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1487639-7823-AUTORIDADES+DISCUTEM+A+VIOLENCIA+NAS+ESCOLAS+EM+AUDIENCIA+NO+SENADO,00.html

Assessoria de Imprensa ABP
Brasília
Propostas da ABP são apresentadas em audiência pública no Senado
http://abp.org.br/2011/medicos/propostas-apresentadas-senado/

terça-feira, 19 de abril de 2011

Combate ao 'bullying' pode desestimular violência nas escolas

Combate ao 'bullying' pode desestimular violência nas escolas

"Louco é quem me diz..."

Veja a matéria da Revista Plano Brasília sobre saúde mental:
http://www.planobrasilia.com.br/php/ed_pb92.php

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Começa debate sobre violência nas escolas

Começa debate sobre violência nas escolas

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Violência nas Escolas

AMORIM VAI DEBATER VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS


O senador Eduardo Amorim (PSC-SE), membro titular da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa, aprovou requerimento a fim de debater na próxima segunda-feira, dia 18, às 9h, no Plenário 2 do Senado, a violência nas escolas, notadamente contra os professores.

Foram convidados para a audiência, o representante da UNESCO no Brasil, Vicent Defourny, o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, Roberto Franklin de Leão e o presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria, Antônio Geraldo.
FONTE: http://www.faxaju.com.br/viz_conteudo.asp?id=114288

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Sobre a Tragédia do Realengo

Mário Salvador - 12/04/2011


Sobre a tragédia do Realengo

Não há como evitarmos escrever sobre o massacre dos estudantes da escola municipal Tasso da Silveira, no bairro de Realengo, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. O fato suscitou debates e trouxe à tona o assunto da vulnerabilidade das escolas, que imaginávamos um ambiente relativamente seguro para nossos filhos. Como evitar que essa história se repita?

Doutor Antônio Geraldo da Silva, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria, explicou que rotular Wellington como doente mental é estigmatizar 46 milhões de brasileiros que precisam de atendimento psiquiátrico. A maioria não é perigosa. Wellington, que devia ser portador de transtorno de personalidade e depressão, provavelmente procurava uma forma equivocada de vingança, pois fora vítima de brincadeiras pesadas naquela escola, principalmente de meninas, as que mais sofreram com a ação criminosa. E ele já havia listado pessoas que mataria ao terminar a 8ª série. Já certo estudante foi poupado, provavelmente porque Wellington se identificava com um ex-colega com quem jogava bola e que era gordinho como aquele menino.

Dentre outras, homenagens foram feitas em jogos de futebol e na frente da escola de Realengo. Emocionada, a presidente Dilma, em reunião com empresários, propôs um minuto de silêncio para homenagear “esses brasileirinhos que foram retirados tão cedo da vida”. Decretou luto oficial e encarregou uma enviada especial de prestar solidariedade às famílias enlutadas.

Não será uma nova tentativa de desarmamento da população que evitará episódios como esse, consumado com uma arma roubada e outra adquirida ilegalmente. Nem a instalação de detectores de metal na entrada das escolas, o que já foi testado, sem sucesso.

É preciso que autoridades estejam constantemente atentas ao conteúdo veiculado na internet. E nós, pais, educadores e toda a comunidade escolar, precisamos estudar com propriedade o problema do bullying, realizar campanhas de conscientização e tomar providências em cada caso. Além disso, uma imprensa de conduta ilibada é capaz de evitar a glamourização do assassino e daquela tragédia. Outra providência a ser tomada se refere ao fato de que muitas crianças e educadores sobreviventes precisarão de acompanhamento médico para superar o trauma. O projeto Amigos da Escola, reconhecido pela Unicef, pode ajudar de diversas formas.

Sabemos que nada do que citamos aqui é novo e que o consenso inexiste, porém preferimos correr o risco de tratar do tema já explorado exaustivamente, à omissão diante dos fatos. Talvez as autoridades estejam perdendo muito tempo com alguns assuntos de somenos importância. Talvez tudo pudesse ter sido evitado. E, como adultos, podemos ter traído a confiança das crianças. Realengo, que quer dizer próprio de rei, também significa abandonado. Precisamos transformar a história agora ligada a esse nome. E se retomamos o assunto, é para ficar claro que o que esperamos das autoridades é que tomem providências para, já que infelizmente não é possível devolvermos a vida a essas crianças inocentes, que nenhuma gota do sangue delas tenha sido derramada em vão.

FONTE: http://www.jmonline.com.br/novo/?noticias,22,ARTICULISTAS,43701

terça-feira, 12 de abril de 2011

Tragédia de Realengo pode deixar traumas irreparáveis (VEJA.COM)

Tragédia de Realengo pode deixar traumas irreparáveis


Maioria dos adolescentes e professores deve se recuperar. Mas há o risco de desenvolver uma doença chamada transtorno de estresse pós-traumático

Aretha Yarak

Apoio de familiares, da comunidade e da sociedade são fundamentais para a recuperação das vítimas do massacre de Realengo

Apoio de familiares, da comunidade e da sociedade são fundamentais para a recuperação das vítimas do massacre de Realengo (Marcelo Sayão/EFE)

"Não force ninguém a falar, isso pode só piorar. O mais importante é mostrar apoio, solidariedade, deixar claro que a pessoa não está sozinha, que ela tem pares. Isso vale para a escola, para a sociedade e para a família”,

Dirce Perissinotti, psiquiatra e integrante do Programa de Atendimento às Vítimas de Violência e Stress da Unifesp

A violência que invadiu o bairro de Realengo pode deixar cicatrizes profundas. Aos adolescentes e funcionários que sobreviveram à chacina dos 12 alunos da Escola Municipal Tasso da Silveira, resta esperar que o tempo cure o trauma. Crises de insônia, irritabilidade, taquicardia, isolamento da realidade e reclusão social, por exemplo, são reações normais e esperadas nos primeiros dois meses após o acontecido. É a maneira que o cérebro encontra de processar a situação extrema pela qual passou.

Segundo psiquiatras ouvidos pelo site de VEJA, nos dois primeiros meses sofre-se muito com algo similar à fase de luto. É nesse período que a pessoa assimila o fato vivenciado, para melhor entendê-lo e, assim, poder se recuperar de maneira plena. “O trauma agudo é esperado em situações como essa. É normal que o a pessoa reaja, chorando muito, tendo pesadelos, dificuldade para comer ou mesmo se retraindo”, afirma Dirce Perissinotti, psiquiatra e integrante do Programa de Atendimento às Vítimas de Violência e Stress da Universidade Federal Paulista (Unifesp).

O cérebro humano, apesar da gravidade do episódio, é capaz de lidar com esse tipo de situação e reerguer-se sozinho. Por isso, os psiquiatras avisam: não adianta forçar o início de uma terapia ou de conversas sobre o assunto. A melhor ajuda é ser solidário e estar presente. “É importante que esses jovens sejam observados, que eles tenham um acompanhamento de pais e professores para que seja monitorado o desenrolar da recuperação”, diz Antonio Geraldo da Silva, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria.

Se depois desses 60 dias, no entanto, os sintomas perdurarem, pode ser sinal de algo mais grave. Em muitos casos, pode indicar a presença de um problema que ganhou notoriedade em veteranos da Guerra do Vietnã e sobreviventes do Holocausto: o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). Problema característico de quando se vivencia um trauma muito grande, o TEPT possui características bastante definidas. É comum, por exemplo, casos de flashbacks recorrentes, nos quais a pessoa revive de maneira extrema o fato que presenciou; medos persistentes e incapacitadores de que o ocorrido venha a se repetir; e uma constância de sonhos e pesadelos. “Estima-se que cerca de 10% dos envolvidos evoluam para o transtorno de estresse pós-traumático. Uma vez que a doença esteja estabelecida e diagnosticada, não há cura”, diz Marcio Bernik, coordenador do Ambulatório de Ansiedade do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo.

Mas Frank Ochberg, psiquiatra e consultor do FBI (polícia federal americana), vai além. Segundo o médico, o desenrolar para o TEPT tem raízes mais profundas na formação pessoal e na genética de cada um. “Algumas crianças vêm de lares agressivos ou sofrem bullying, por exemplo. Tudo isso vai se somar à maneira como ela deve lidar com o que aconteceu”, diz o especialista, que coordenou as ações da escola de Columbine, nos Estados Unidos, após o massacre de 1999, em que 13 pessoas foram mortas e outras 25, feridas. Segundo ele, é preciso prestar atenção a adolescentes que já têm uma tendência a problemas psicológicos. Alguns, diz ele, já começam a manifestar nessa idade problemas de saúde mental, como esquizofrenia, psicoses maníaco-depressivas e transtornos bipolares. “Ao lado desses fatores, o que aconteceu na escola pode ganhar proporções enormes na vida da pessoa’, diz.

Volta às aulas – O retorno às atividade corriqueiras, incluído as aulas diárias na escola, é fundamental para a recuperação das pessoas que sobreviveram à tragédia. “É de extrema importância que a escola esteja preparada para receber os alunos de volta. Ela precisa viver o luto, talvez com uma missa, com simbolismos ou mesmo com momentos de silêncio em homenagem aos mortos e aos sobreviventes. Mas se o aluno demorar para voltar para a escola, talvez ele não volte nunca mais”, diz Bernik.

E, uma vez que a rotina esteja retomada, o melhor a fazer é dar espaço e tempo para que cada um se recupere no seu ritmo. “Não provoque conversa, não force ninguém a falar. Isso pode só piorar. O mais importante é mostrar apoio, solidariedade, deixar claro que a pessoa não está sozinha, que ela tem pares. Isso vale para a escola, para a sociedade e para a família”, diz Dirce Perissinotti.

A escola, ao lado da família, detém um papel fundamental no período de recuperação dos envolvidos. Segundo Frank Orchberg, a grande lição que os Estados Unidos tiraram do massacre de Columbine recai sobre o diálogo – ou a falta dele. E isso significa que a lacuna entre as duas gerações deve ser vencida, para que alunos, professores, terapeutas, administradores e seguranças escolares possam conversar entre si e, enfim, se conhecer. “É o jovem quem sabe efetivamente o que está acontecendo, quem sabe identificar qual o aluno que de fato pode representar um problema”, diz Orchberg. Para o especialista, é o diálogo contínuo, seja ele formal ou informal, que pode evitar que novas tragédias voltem a acontecer – nos Estados Unidos, no Brasil ou em qualquer outra cultura.

FONTE: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/tragedia-de-realengo-pode-deixar-traumas-irreparaveis

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Atirador nem sempre é doente, diz psiquiatra. Leia mais clincando nos links.

Destak

São Paulo
Atirador vivia isolado e acessava sites radicais
Em carta, criminoso pede perdão a Deus e pede enterro segundo ritual semelhante ao de muçulmanos e judeus
http://www.destakjornal.com.br/readContent.aspx?id=14,93290

O Globo
Rio de Janeiro
Presidente da ABP participa de conversa com leitores do jornal O Globo
http://www.livestream.com/jornaloglobo/video?clipId=pla_354d6ee4-c93c-41f4-b519-66ef32fda5e1&utm_source=lslibrary&utm_medium=ui-thumb



Folha de São Paulo
São Paulo
Atirador nem sempre é doente, diz psiquiatra
http://www.abpbrasil.org.br/2011/medicos/clipping/exibClipping/?clipping=13583

O Globo
Rio de Janeiro
Carta de atirador de escola de Realengo diz que impuros não poderão tocar seu corpo sem luvas
http://oglobo.globo.com/rio/mat/2011/04/07/carta-de-atirador-de-escola-de-realengo-diz-que-impuros-nao-poderao-tocar-seu-corpo-sem-luvas-924184050.asp

Diario de Pernambuco
Pernambuco
Massacre em Realengo // Uma carta perturbadora
Mensagem de atirador deixada no local do crime mostra que ele queria se diferenciar
http://www.diariodepernambuco.com.br/2011/04/08/brasil2_0.asp

Diário de São Paulo
As garotas foram o principal alvo do atirador. Testemunhas contam que ele mirava nos braços e nas pe
'Matava as meninas com um tiro na cabeça'
As garotas foram o principal alvo do atirador. Testemunhas contam que ele mirava nos braços e nas pernas dos meninos, como uma forma de afastá-los e apenas para machucar
http://www.diariosp.com.br/_conteudo/2011/04/55096-matava+as+meninas+com+um+tiro+na+cabeca.html


Correio Braziliense
Brasília
Sinais de desequilíbrio
Carta de Wellington retrata um autor perturbado e avesso aos "impuros"
http://www.abpbrasil.org.br/2011/medicos/clipping/exibClipping/?clipping=13587

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Dr Antônio fala sobre o atirador Wellington Menezes de Oliveira para O Globo.

RIO - O atirador Wellington Menezes de Oliveira provavelmente sofria de algum transtorno de personalidade, segundo Antônio Geraldo da Silva, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). Difícil é dizer qual seria esse transtorno: paranoide, esquizoide, borderline, narcisista, histriônica, obsessiva compulsiva ou antissocial? Para saber exatamente, só se algum médico tivesse examinado o atirador.


ATAQUE EM REALENGO: Atirador invade escola e deixa mortos e feridos em Realengo

TEMPO REAL: Acompanhe as últimas informações sobre ataque em escola de Realengo

VÍTIMAS: Irmãs gêmeas estão entre as baleadas. Uma delas morreu

EU-REPÓRTER : Leitores relatam tragédia em escola municipal de Realengo, Zona Oeste do Rio

PERFIL DO ATIRADOR : Testemunha diz que homem afirmou que faria uma palestra na escola

TRAGÉDIAS SIMILARES NOS EUA : Os maiores massacres em instituições de ensino dos EUA nas últimas décadas

NA INTERNET : Massacre gera onda de luto e comparações com Columbine

REPERCUSSÃO: Ataque a crianças em escola de Realengo mobiliza autoridades. Dilma se diz chocada

Diferentemente de uma doença mental, como depressão, ansiedade, esquizofrenia, transtorno biplolar e outras fobias adquiridas e desencadeadas por algum fator ou acontecimento, no transtorno de personalidade a pessoa já nasce com o problema, explica Geraldo. E não há tratamento.

- É um tipo de comportamento chamado em inglês de mass murder, ou seja, assassino em massa. Geralmente são indivíduos entre 20 e 30 anos, solitários, que não param em emprego, com poucos laços com família, amigos e vizinhança. Eles costumam ter traços paranoides, como por exemplo achar que todos são sacanas com ele, olham estranho ou estão falando e tramando contra ele. Procuram o isolamento social e às vezes podem estar tristes ou mostrar sinais de depressão. Buscam vinganças contra perseguidores reais e imaginários - diz Geraldo.

Segundo o psiquiatra, essas pessoas sabem exatamente o que estão fazendo e planejam seus atos.

- Indivíduos com essa estrutura frágil podem ser seduzidos por doutrinas e seitas, como parece ser o caso do atirador - diz Geraldo. - Por que ele decidiu atacar? Difícil dizer. Provavelmente porque sentiu vontade naquele momento.

Para o psiquiatra, o mais importante agora é cuidar da saúde mental desses meninos e meninas, de seus parentes e professores porque todos podem sofrer de estresse pós-traumático.

- Alguns vão reagir melhor do que outros, e haverá casos de tratamentos por meses. Pode ser necessário o uso de medicamentos - acredita.

FONTE: http://oglobo.globo.com/rio/mat/2011/04/07/atirador-de-realengo-provavelmente-sofria-de-transtorno-de-personalidade-nao-de-doenca-mental-924185505.asp

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Desassistência Psiquiátrica

Desassistência psiquiátrica impera no Brasil

Entrevista com Antônio Geraldo da Silva, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria para a Rádio CBN.
 
Para ouvir é só clicar:
 
http://cbn.globoradio.globo.com/programas/cbn-total/CBN-TOTAL.htm




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