quarta-feira, 22 de abril de 2009

TDAH

Médicos alertam para o risco de TDAH em adultos

Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade atinge 4% da população adulta e deve ser tratado com medicamentos e acompanhamento profissional.

Reconhecido mais facilmente em crianças e adolescentes, o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade, distúrbio psiquiátrico conhecido pela sigla TDAH vem sendo diagnosticado a cada dia em maior número de pessoas adultas.
Dificuldades em manter a atenção e a concentração, descuido em atividades, inquietude e falta de organização são alguns dos sintomas clínicos mais comuns do TDAH registrados em adultos, segundo o psiquiatra Antônio Geraldo da Silva, presidente da Associação Psiquiátrica de Brasília (APBr). “Entre 60% e 80% dos casos deste tipo de síndrome diagnosticados na infância prevalecem na fase adulta”, afirma Antônio Geraldo, que acrescenta que uma média de 11% das crianças que sofrem de hiperatividade tem um dos pais diagnosticados com TDAH. Conforme disse, estima-se que 4% dos adultos possam sofrer do transtorno.
Além dos sintomas citados, estudos comprovam que os portadores do transtorno se envolvem em mais acidentes de trânsito que os demais, explica o Dr. Paulo Mattos, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro. “Quando os acidentes ocorrem com adultos diagnosticados com o Déficit, eles tendem a ser mais graves, indicando que o transtorno está relacionado à falta de atenção de forma a colocar em risco a vida das pessoas, portadoras ou não do TDAH”, afirma Mattos.
Segundo a Associação Brasileira de Déficit de Atenção (ABDA), a ocorrência do TDAH não está atrelada a fatores culturais, ou como resultado de conflitos psicológicos. De acordo com eles, a explicação está em pequenas alterações na região frontal do cérebro, responsável pela inibição do comportamento e do controle da concentração.
O tratamento indicado, portanto, conforme orientação da ABDA é o multimodal, ou seja, uma combinação de medicamentos, orientação da família e acompanhamento profissional, pelo médico e também através da psicoterapia.
Para o Dr. Paulo Mattos, a medicação é imprescindível, e tem comprovação científica de eficácia no tratamento. “Pesquisas feitas com simuladores de direção mostram que adultos que sofrem do transtorno cometem mais erros que os normais. Também foi descoberto que estes erros tendem a ser diminuídos com a administração de remédios específicos”, explica.
Além da medicação, o psiquiatra Antônio Geraldo explica que alguns fatores podem ajudar no cotidiano de pessoas que sofrem do transtorno, como: cumprimento de uma atividade por vez, evitando assumir muitas responsabilidades ao mesmo tempo, estabelecimento de prioridades e até realização de atividades físicas ao longo do dia ou da semana, que ajuda a manter o equilíbrio nas demais atividades do dia, especialmente as obrigatórias e/ ou chatas.

Nas mulheres

No sexo feminino, os sintomas do TDAH aparecem de forma marcante através da desatenção, e não da hiperatividade e impulsividade, mais evidentes nos meninos. Além disso, elas são frequentemente menos rebeldes e menos opositivas. Como a comorbidade com os transtornos de ansiedade e depressão são os sintomas mais freqüentes, as mulheres costumam ter uma instabilidade emocional importante, com possibilidades de freqüentes mudanças de humor.

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