segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Politicas Públicas

Saúde mental: repercussão sobre reportagem publicado em O Globo, do Rio
Conselho Nacional de Saúde - Site: http://www.fehospar.com.br/news_det.php?cod=2932
Finalmente, na reportagem de domingo (9/12), uma versão não-politizada da psiquiatria. Manicômio é coisa do passado. Não há psiquiatra que seja a favor de manicômios! Porém, esse é, na verdade, um movimento antipsiquiatria e de briga por mercado de trabalho. Essas disputas terminam por aumentar o preconceito contra o tratamento da doença mental e mantêm o público mal informado sobre recursos terapêuticos. Com o progresso das neurociências, temos mais conhecimento sobre o funcionamento do cérebro, e a abordagem moderna não é mais cartesiana, que separava corpo e mente. Hoje a visão é integrada, em que cérebro e mente são uma mesma unidade.
Vera Lemgruber, chefe do Setor de Psicoterapia do Serviço de Psiquiatria da Santa Casa da Misericórdia do RJ (por e-mail, 10/12), Rio

Como mãe de um portador de transtornos mentais graves, que sofreu inúmeras internações em hospitais psiquiátricos durante mais de 20 anos, e que hoje se trata num Centro de Atenção Psicossocial (Caps) com maior qualidade de atendimento, deixo registrada minha indignação, pois, se não conseguimos avançar além do que já fizemos, foi, sem dúvida, graças aos contra-reformistas que, se aderissem ao novo modelo implantado pela Coordenação de Saúde Mental do Ministério da Saúde, diminuiriam, em muito, sua razão para as críticas. As constantes queixas de falta de psiquiatras seriam corrigidas, caso os que criticam pudessem voltar seu olhar para o crescente número de pacientes que hoje vivem em liberdade, dentro de seu ambiente. Hoje, essa crítica se avoluma, pois começam a perceber o sucesso que vimos obtendo, até servindo de modelo para outros países.
Dulce Edie Pedro dos Santos (por e-mail, 9/12), São Vicente, SP

A Associação de Familiares e Amigos de Doentes Mentais do Brasil (AFDM-BR ), que convive e luta contra o abandono e descaso aos portadores de transtornos mentais por parte dos responsáveis pela saúde mental no Brasil, desde 1991, presta congratulações pela brilhante e corajosa reportagem de Soraya Agegge. Ressaltamos e enfatizamos a total omissão de socorro para com os doentes mentais e seus familiares. Informamos também, como ilustração, o processo ditatorial que vem sendo implantado em portarias do Ministério da Saúde, em total desrespeito à lei 10.216, que rege o processo de saúde mental no Brasil. Em nome de milhares de pacientes e de seus familiares em todo o país, nosso muito obrigado.
Marival Severino da Costa, presidente da AFDM-BR (por e-mail, 10/12), Rio

A afirmação que "sem hospícios, morrem mais doentes mentais" é absurda por não ter sustentação hígida nem na premissa, nem na conclusão. Em verdade, não se trata de dizer que os doentes mentais estejam morrendo mais - para o que se exigiria um estudo específico e inexistente -, mas sim que houve aumento no registro de mortes atribuídas aos transtornos mentais. Tal aumento é perfeitamente explicável pela melhoria na qualidade dos dados sobre mortalidade no Brasil.
A redução na indefinição de causas de morte foi mais de dez vezes maior do que o afirmado incremento de mortes por transtorno mental. Além disso, o registro de mortes por causas neurológicas e geniturinárias cresceu em proporções semelhantes ao das causas mentais, sem que tenha havido redução de leitos nessas áreas.
Luís Fernando Tófoli, professor adjunto de psiquiatria da Universidade Federal do Ceará (por e-mail, 9/12), Fortaleza, CE

Parabéns pela matéria
"Sem hospícios, morrem mais doentes mentais". Digna de premiação dos homens já que, tenho certeza, será premiada pelos céus, pois os doentes mentais foram largados pela Previdência, mas não pela providência divina. Sugiro fazerem uma série sobre esse tema e mais, aprofundar as investigações sobre as instituições denunciadas na matéria, além de verificar se existem instituições que se beneficiam com o tal projeto em vigor.
Antônio Geraldo da Silva, presidente da Associação Psiquiátrica de Brasília (por e-mail, 9/12), Brasília, DF

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