sexta-feira, 20 de abril de 2012

Saúde do DF em debate no Senado Federal.

A saúde pública do Distrito Federal foi assunto para a terceira audiência pública, realizada nesta segunda-feira (16/04), da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) do Senado Federal. Apesar de ter a maior renda per capita do país, o desempenho da saúde pública do DF é inferior ao esperado e a solução para o problema pode ser a estruturação da atenção primária de saúde.

O secretário de Saúde do DF, Rafael Barbosa, o superindente Executivo da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás, Halim Antônio Girade, o coordenador do Núcleo de Estudos de Saúde Pública da Universidade de Brasília (UnB), Márcio Florentino e o presidente da Associação brasileira de Psiquiatria, Antônio Geraldo da Silva, foram convidados pelo senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) para apresentar dados e mostrar possíveis saídas para a saúde pública do DF.

A Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (RIDE/DF), que é formada por 31 regiões administrativas, 19 municípios de Goiás e mais três de Minas Gerais, mostra a precariedade na assistência médica. De acordo com Rafael Barbosa, o Programa de Saúde da Família (PSF) atingiu apenas 26% da população ano passado, quando o esperado eram 30%.

“A Rede é impactada pelo grande número de pessoas que são de outros estados e vem ao Distrito Federal em busca de um atendimento médico de melhor qualidade. Mas não vamos conseguir resolver esse problema sem uma ação estruturante, não só no entorno, mas também em Goiás e Minas Gerais”, afirmou e reafirmou que a prioridade é a atenção primária de saúde.

O secretário de Saúde do DF disse ainda que está no planejamento do GDF construir 13 clínicas de saúde da família até o final deste ano e até o final do mandato serão 42 no total.

A parte estrutural das cidades também foi questionada. De acordo com o representante da secretaria de Saúde de Goiás, “apenas 17% da população do entorno têm rede de esgoto tratado, por isso a necessidade do PAC”. Rodrigo Rollemberg disse que aguarda ansioso pelo PAC do entorno, que deve injetar de R$ 7 a R$ 8 bilhões em seu desenvolvimento, para assim ajudar a aliviar a demanda sobre o sistema público de saúde.

A saúde mental não ficou fora do debate. Para isso, Antônio Geraldo da Silva apresentou dados preocupantes sobre a assistência à saúde mental que não englobam só o DF, mas todo o país. “Das dez causas de afastamento do trabalho, cinco são por doença mental, por depressão, abuso do álcool, transtorno bipolar, esquizofrenia e transtorno obsessivo compulsivo. Nesta relação ainda não consta o crack, o que piora ainda mais o cenário, já que a droga agrava doenças psíquicas. Acabar com os leitos psiquiátricos é um erro porque precisamos deles para atender, por exemplo, a dependentes de drogas”, disse.
Fonte: http://www.ambr.org.br/portal/?p=10848

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