quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Projeto do Senado discute a criação de um cadastro nacional de pedófilos

Será que isso poderia reduzir os abusos contra crianças e adolescentes?
Giovana Teles Brasília, DF

No último sábado, um homem de 63 anos foi preso em flagrante. Ele estava em casa, com as filhas da empregada, de onze e dezesseis anos. Os abusos teriam começado há três anos.

Uma delegada explica que, sem flagrante, a investigação de casos de pedofilia é muito difícil. “A falta de prova, a falta de testemunha é um fator bastante dificultador, onde o Judiciário não se sente seguro de apenas confiar na versão da criança”, diz Gláucia Esper, delegada da Criança e do Adolescente-DF.

Outro caso recente chocou o país. Em Lusitânia, Goiás, o pedreiro Adimar Jesus da Silva, de 40 anos violentou e matou seis adolescentes e um maior de idade. Preso, confessou os crimes e se enforcou na cadeia.

Um projeto do Senado propõe a criação do cadastro de condenados por crimes sexuais contra crianças e adolescentes. Na internet, ficariam reunidos dados do pedófilo: nome, endereço, idade, foto e crimes praticados. Qualquer pessoa poderia acessar.

Depois de cumprida a pena, o pedófilo seria obrigado a manter as informações do cadastro atualizadas.

O projeto divide opiniões:

“Eu creio que é valido, sim, até pra gente se precaver, porque hoje em dia isso virou uma febre”.

“Acho que cada um tem que ter sua privacidade, independente do que seja. Eu sou contra”.

“Com um cadastro desses você pode acessar e ver que tipo de pessoas estão tentando até manter contato com a sua família. Acho louvável."
“Tudo já está devidamente esclarecido na Justiça, então eu acho que não tem nada a ver, não”.

O projeto já foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça do Senado e agora espera por votação na Comissão de Direitos Humanos. Ele se baseia em duas leis americanas, uma federal e outra do estado da Flórida.

Assista no vídeo as entrevistas com Antônio Geraldo da Silva, presidente da Associação Psiquiátrica de Brasília, que é a favor do cadastro e Selma Sauerbronn, promotora de defesa da Infância e Juventude – DF que é contra o projeto.

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